VIOLÊNCIA E SEGURANÇA
PÚBLICA NO BRASIL
Neste texto comentaremos sobre as
categorias das Violências, como também os diversos modos de
produção da violência e as características de
quem comete o ato de violência.
A alusão à violência física, por
ser esta a expressão que se compreende prontamente da agressão corporal. Outras
formas como a violência econômica, racial, religiosa, sexual, etc., em algumas
oportunidades podem atuar ocultando seu caráter, de chegar a sua foz
definitivamente, na circunstância em que há bagunça ou confusão, ou seja, o avacalhamento
da intenção e as liberdades humanas. Quando estas se evidenciam, se exercem
também por coação física.
A violência nos dicionários “Não existe uma definição
consensual ou incontroversa de violência. O termo é potente demais para que
isso seja possível." Contudo o Dicionário do Pensamento Social do
Século XX - O que é violência? Segundo o Dicionário Houaiss, violência é
a “ação ou efeito de violentar, de empregar força física contra alguém ou algo,
ou intimidação moral contra alguém; ato violento, crueldade, força”. (Anthony
Asblaster).
Imagine caro leitor deste Blog o quanto estamos diante de
um caso complexo onde os autores não fazem a menor questão pela fato de ser
confuso, complicado e intricado em conceituar o que é a Violência,
contudo, a Organização Mundial da Saúde (OMS), define a Violência como:
“a imposição de um grau significativo de dor e sofrimento evitáveis”
Os críticos e os especialistas afirmam que o conceito é
muito mais amplo e ambíguo do que essa mera constatação de que a Violência é a
imposição de dor, agressão cometida por uma pessoa contra outra; mesmo porque a
dor é um conceito muito difícil de ser definido.
Neste caminho, volto ao Dicionário do Pensamento Social
do Século XX, no qual comenta sobre o aspecto jurídico, definindo o termo como:
“constrangimento físico ou moral exercido sobre alguém, para obrigá-lo a
submeter-se à vontade de outrem; coação”.
Os diversos modos de produção da
Violência: a) a complexidade das interações, que podem incluir
vários e diferentes atores e máquinas administrativas; b) os diversos modos
de produção da violência, orientados pelos diferentes instrumentos
disponíveis; c) a distribuição temporal da violência, a qual pode ser,
segundo ele, maciça ou distribuída ao longo do tempo, e, neste caso, com uma
possibilidade do uso simbólico da violência; d) os diferentes danos que
podem ser impostos com o uso da violência, podendo ser físicos, psíquicos,
morais, aos bens, aos próximos ou aos laços culturais.
O autor argumenta que não há “discurso nem saber
universal sobre a violência”. Ela é própria de cada sociedade, segundo seus
critérios e trata seus problemas de violência a seu modo, obtendo maior ou
menor sucesso. Desta forma, o autor entende os componentes e modos essenciais
da Violência. Michaud (1989).
Em 1996 durante a Assembleia Mundial da Saúde, diante do
fato de que pode dispor de tipologias das que atendessem de forma a compreender
os diferentes tipos de Violência manifestados na realidade e conexão entre
elas.
Neste sentido, a classificação de proveito, divide a
Violência em três categorias que se pretendem da maioria das
manifestações do fenômeno, e está referenciada, segundo a OMS, às
“características de quem comete o ato de violência”. Então vejamos as
categorias que são:
Violência autoinflingida -
dirigida a si mesmo, aquela em que a pessoa que comete a violência, comete
contra si mesma e está dividida em dois subtipos: primeiro o suicídio, no qual
se incluem desde os pensamentos suicidas até as tentativas e os suicídios
consumados; e, segundo o auto abuso, que inclui atos de automutilação.
Violência interpessoal -
nesta categoria estão incluídos todos os tipos de violência cometidos por uma
pessoa ou por um grupo de pessoas a outras pessoas ou grupos. Segundo a OMS, a
violência interpessoal pode ser dividida em dois subgrupos, vejamos: primeiro a
Violência intrafamiliar, ou da família e parceiros íntimos.
Incluem-se aqui, as violências ocorridas tanto no
interior das residências quanto fora delas. Neste grupo estão incluídos os
abusos infantis, violência contra o parceiro íntimo ou contra idosos.
E, finalmente o terceiros subtipo - violência
comunitária, que incluem as interações violentas entre pessoas que não tenham
laços de parentesco, podendo ou não se conhecer. Esse tipo de violência
geralmente se dá fora das residências. Neste grupo incluem-se a violência
contra jovens, estupros e ataques sexuais, violência contra escolas, empresas,
prisões e outras instituições.
Violência coletiva -
Violência coletiva constitui-se de três subcategorias de acordo com o relatório
da OMS: social, política e econômica. O relatório informa que nessa categoria,
as divisões que a compõem parecem sugerir a existência de razões específicas
para a violência cometida por grandes grupos de indivíduos ou pelo Estado, como
se fizessem parte de uma agenda social prévia e legítima, pelo menos na
percepção de tais grupos, como são, por exemplo, os casos de crimes de ódio
cometido por certos grupos e os atos terroristas.
Nas Edições anteriores sempre concluí o texto com
argumentos tutelados de renomados escritores, porém neste, faço a conclusão com
meus pensamentos sobre a Violência.
A violência é tida como um sintoma social, inserida
basicamente no cotidiano das classes sociais, neste sentido os campos
preenchidos com certo poder hierárquico, não dá o direito do chefe de família
ou outro qualquer líder fazer violência com as próprias mãos e infringir os
costumes tutelado pelo Estado.
Neste sentido vislumbra no qual o melhor caminho para
diminuição dos conflitos expostos, é a busca incessante pelo Estado e Sociedade
pelo uma Educação de qualidade que traga retorno as expectativas construídas,
juntamente com uma estabilidade financeira com menor Desigualdade Social.
Na próxima Edição ilustraremos (futuro do presente) os
atos violentos e sua natureza, os atores e sujeitos da Violência sob a visão do
autor Wieviorka (2006) e iniciarmos o tema polêmico que dispõe a conexão
Violência e Crime.
Abraços
Referências Bibliográficas:
ROCHA, Alexandre, Violência e Segurança Pública no Brasil.
ADORNO, Sérgio, Entrevista com Sérgio Adorno.
WIEVIORKA, Michel, O Novo Paradigma da Violência.
SOUZA, Luiz Antônio
Francisco, Políticas Públicas e a área da segurança no Brasil. Debate em torno
de um novo paradigma.