sexta-feira, 26 de abril de 2013




BIDELA
Peguei uma bidela
Na garupa de um cavalo
Que passou encilhado
Na estrada vicinal
Da minha infância.

Não me lembro
Quem sentava na cela,
Segurava nas rédeas
E conduzia o animal,
Nem o destino final.

Sei que andamos
Por locais nunca imaginados
Com paisagens estranhas.

Vi algumas vilas desertas,
Casas desabitadas
Uma ou outra pessoa
Com seus “quase nada”
Passavam desnorteadas.

Depois de uma longa caminhada em silêncio
Paramos em frente a um rio
Que corria manso
Carregando em suas águas
Mururus floridos.
Os peixes nadavam e pulavam
N’um balé encantador
E eu em minha inocência
Perguntei ao desconhecido
Que lugar era aquele
E ele sorrindo respondeu
Que era um paraíso perdido
Que a minha infância
Esqueceu de viver.

Zé Lopes
Do livro “Bacabal Alves de Abreu Souza Silva de Mendonça e da Infância Perdida”

Nenhum comentário:

Postar um comentário