CORRIDA
No avanço do tempo
corre a vida
Mas nesse tempo há
pedras espalhadas
Pedras agudas,
carnes esfarrapadas,
Sangue jorrando de
cada ferida.
O tempo açoita a
vida noite e dia
E ele chora,
tropeça, levanta e continua.
Só a esperança
anima a travessia
E a alma corre,
descabelada e nua.
E a vida não tem
tempo, em tempo, ao meio,
De ver o belo
existente no caminho
Não perder na
corrida é o seu anseio
Sua atenção
conserva em desalinho.
No embrião da
vida, no tempo, avanço,
Subidas e
descidas, tanto conheço
E na vertigem do
correr me canso
Procuro, em vão,
meu horizonte do começo.
Dagmar
Desterro
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