domingo, 18 de agosto de 2013


          A SÍNDROME DO PAI AUSENTE

Pai ausente não é somente aquele que paga pensão alimentícia e tem a visita ao "rebento" recheada de restrições.
Não é só aquele que pode ver o filho de vez em quando ás vezes até se humilha para isso.
Temos o pai ausente debaixo do mesmo teto. É aquele arredio e avesso ao diálogo, mas que provê o filho de todas as exigências, achando que agindo assim fica em paz com sua consciência.
O pai ausente, de atos e atitudes, acha que "cumprindo" o que está convencionado pela família "hodierna" fica de bem com tudo e com todos.
Seria essa a melhor forma de educar, ficando restrito aos bens materiais?
A ausência de carinho e de um abraço seria o bastante?
Basta dar um alô, um até logo, bom dia, boa tarde, boa noite, até amanhã?
Algumas famílias "convencionam" que todo filho tem de tomar bênção principalmente ao sair. Não é só uma forma de cumprimento, é momento, também, de chamar a atenção para a religião, para o bom costume, o respeito. Aquela de respeitar os mais velhos, que deveria valer para todo o sempre. Além disso, é abençoado.
Carro, vídeo-game, playstation3, celular de última geração, smartphone, blue ray, iphone, substitui que tipo de ausência?
Aos antigos e coroas que se perderam no tempo e no espaço, só resta tentar acompanhar a velocidade com que os filhos agem e se comportam, absorvem e aprendem o que há de mais moderno na tecnologia.
E não é fácil.
Na verdade, o que está acontecendo é que a distância dos filhos pela timidez de achar que está agindo errado e o filho vai ficar "chocado" e botar pra fora sua rejeição, gera a consequência deste momento "up grade"!.
Não causar mal estar se sujeitando à vontade dos filhos, que cientes da fraqueza e da subserviência dos pais, aproveitam para levar vantagem.
A única forma de ficar presente de fato e de direito é forçar o diálogo, uma reunião pró-forma, sem compromisso de tempo fixado, mas que seja suficiente para colocar os pingos nos "is".
Agindo assim, o pai pode expor seu pensamento, seus recalques e o que lhe vai na alma.
E, confessar de coraç ão aberto que seu amor é tudo (Moacyr Franco)
Amor de pai é inexplicável e indecifrável. É um amor sem limites (plagiando Roberto Carlos), embora não chegue ao extremo tão bem descrito e cantado pelo nosso cantor maior, alçando o amor à condição de paixão desmedida.
E Roberto tem o dom de expressar com toda ênfase a essência do amor maior.
E amor de pai, ausente ou omisso, é tão grandioso quanto qualquer amor, embora não deixe transparecer.
Para acertar as arestas, para que a família exista como um todo, de igual para igual, só uma coisa é indispensável, o diálogo.
É conversando que a gente se entende (como "escancara" uma música por aí).
Tem de prevalecer um clima de respeito mútuo, ponderação, naquela de "ouvir mais do que falar".
Nada supera o bom entendimento, o sorriso, o carinho, o aperto de mão, a bênção diária. Esse conjunto de ações é a demonstração de que o amor tem prioridade e vence.
Converse, fale, expresse, gesticule, acene, se preciso "extravase" (sem os exageros daquela axé da Cláudia Leite).
E a ausência, a partir daí, será uma eterna presença, um detalhe sem a menor importância.
É nesse vai-e-vem e neste disse-que-disse que se constrói o entendimento e a solidez da família.
Ficou alguma dúvida?

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