BABUGEM
Não aceito teu sobejo, tua
babugem
Teus restos não quero nem por
perto
Olhar pelo olho entreaberto
Roído da cal e da ferrugem.
No estrume que tu deixas ao
pisar
Nascem peçonhentos cogumelos
Larvas esmagadas sob meus
chinelos
São flores pro teu jardim
particular.
Traz o vento um odor estranho
Folhas secas vagam e eu as
acompanho
Para ver onde acaba uma
quimera.
Passa em silêncio um singular
rebanho
Pássaros voejam sob um céu de
estanho
E anunciam aos gritos a
última primavera.
Do livro "Cèu de Estanho" de Zé Lopes
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