segunda-feira, 30 de setembro de 2013



Por Sérgio Mathias

Nos próximos dias a Polícia Federal deve colher novos depoimentos dos ex-assessores do Governo Lisboa investigados na operação “Usura II” que apura o desvio de recursos públicos federais em Bacabal e outros municípios maranhenses.

Pelos menos dois, o ex-tesoureiro da prefeitura Gilberto Silva e a ex-secretária de cultura Carmem Xavier, dão sinais claro que irão abrir a ‘caixa preta’ e contar tudo que sabem sobre o esquema que desviou R$ 7,5 milhões destinados para Bacabal, isso só na área da saúde.

Apesar de admitirem que foram cúmplices, os dois ex-aliados de Dr. Lisboa devem tentar convencer a Polícia Federal que o valor desviado só teve um destino, ou seja, as mãos do ex-prefeito.

Preocupado em conter os ânimos e não se complicar ainda mais, o ex-prefeito convocou os demais para uma reunião que aconteceu na manhã desse domingo (29) em sua mansão na Rua Magalhães de Almeida.

Mesmo
 com o esforço e o forte escudo jurídico montado para lhe defender, Raimundo Nonato Lisboa muito dificilmente se livrará das algemas. Sua prisão é só questão de tempo.
A tendência por enquanto é que as coisas piorem, pois nesta sexta-feira (27) a Polícia Federal deflagrou uma nova operação de combate a desvio de recursos públicos,  em cooperação com a Polícia Civil do Estado do Maranhão e com a Controladoria Geral da União. 

Operação "Cheque em Branco"

Foram cumpridos 10 mandados de condução coercitiva na capital e em outras sete cidades do interior do Maranhão. Os investigados foram conduzidos até a Superintendência Regional de Polícia Federal no Maranhão para se submeterem a interrogatórios, acareações e demais procedimentos relativos aos seus indiciamentos.
A operação é fruto de investigações que apontam  a existência de um esquema de agiotagem no Estado. Estão envolvidos diversos gestores e ex-gestores municipais, empresários de diversos seguimentos, especialmente do ramo de factoring, bem como as empresas sob seus respectivos controles, esquema este movimentado e alimentado, inclusive, por meio do desvio de recursos públicos federais, notadamente daqueles destinados à educação e à saúde.

O nome da operação faz alusão ao modus operandi da organização criminosa, o qual indica que os referidos gestores municipais entregavam cheque e guias de saques, vinculados à contas abertas especificamente para movimentação de recursos federais dos municípios, todos assinados “em branco” pelos gestores, como forma de pagar empréstimos pessoais contraídos a juros exorbitantes, deixando ao alvitre dos agiotas os recursos públicos federais repassados aos municípios.

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