Por Sérgio Mathias
Nos próximos dias a Polícia Federal
deve colher novos depoimentos dos ex-assessores do Governo Lisboa investigados
na operação “Usura II” que apura o desvio
de recursos públicos federais em Bacabal e outros municípios maranhenses.
Pelos menos dois, o
ex-tesoureiro da prefeitura Gilberto Silva e a ex-secretária de cultura Carmem
Xavier, dão sinais claro que irão abrir a ‘caixa preta’ e
contar tudo que sabem sobre o esquema que desviou R$ 7,5 milhões destinados
para Bacabal, isso só na área da saúde.
Apesar de admitirem que foram
cúmplices, os dois ex-aliados de Dr. Lisboa devem tentar convencer a Polícia
Federal que o valor desviado só teve um destino, ou seja, as mãos do
ex-prefeito.
Preocupado em conter
os ânimos e não se complicar ainda mais, o ex-prefeito convocou os demais para
uma reunião que aconteceu na manhã desse domingo (29) em sua mansão na Rua
Magalhães de Almeida.
Mesmo com o esforço e o forte escudo jurídico montado para lhe defender, Raimundo Nonato Lisboa muito dificilmente se livrará das algemas. Sua prisão é só questão de tempo.
A tendência por enquanto é que as coisas piorem, pois nesta sexta-feira
(27) a Polícia Federal deflagrou uma nova operação de combate a desvio de
recursos públicos, em cooperação com a Polícia Civil do Estado do
Maranhão e com a Controladoria Geral da União.
Operação "Cheque em Branco"
Foram cumpridos 10 mandados de condução coercitiva na capital e em
outras sete cidades do interior do Maranhão. Os investigados foram conduzidos
até a Superintendência Regional de Polícia Federal no Maranhão para se
submeterem a interrogatórios, acareações e demais procedimentos relativos aos
seus indiciamentos.
A operação é fruto de investigações que apontam a existência de um
esquema de agiotagem no Estado. Estão envolvidos diversos gestores e
ex-gestores municipais, empresários de diversos seguimentos, especialmente do
ramo de factoring, bem como as empresas sob seus respectivos controles, esquema
este movimentado e alimentado, inclusive, por meio do desvio de recursos
públicos federais, notadamente daqueles destinados à educação e à saúde.
O nome da operação faz alusão ao modus
operandi da organização criminosa, o qual indica que os referidos
gestores municipais entregavam cheque e guias de saques, vinculados à contas
abertas especificamente para movimentação de recursos federais dos municípios,
todos assinados “em branco” pelos gestores, como forma de pagar empréstimos
pessoais contraídos a juros exorbitantes, deixando ao alvitre dos agiotas os
recursos públicos federais repassados aos municípios.
Nenhum comentário:
Postar um comentário