quinta-feira, 14 de novembro de 2013

CRUZEIRO É CAMPEÃO, POR 'GOLEADA', DO CAMPEONATO BRASILEIRO



Dez anos. Dez anos se passaram, e o cruzeirense, enfim, ecoou o grito de ‘é campeão!'...
Dez anos. Dez anos se passaram, e o cruzeirense, enfim, ecoou o grito de ‘é campeão!'. Desta vez, sem o Mineirão lotado daquela tarde de 30 de novembro, quando uma vitória por 2 a 1 sobre o Paysandu garantiu o segundo título nacional. O terceiro, por sua vez, veio até sem a necessidade do resultado, já que em meio ao jogo contra o Vitória, em Salvador, Marcelo Oliveira e companhia souberam da notícia mais esperada das últimas semanas: o Cruzeiro é oficialmente o campeão nacional de 2013.
Campeonato Brasileiro 2013. Campeonato Brasileiro 2003. Taça Brasil 1966. A galeria de três títulos nacionais acabou confirmada na noite desta quarta-feira por volta das 23h, mas não na capital baiana, e sim em Criciúma, com quase 3.000 quilômetros de distância. A vitória do clube catarinense sobre o Atlético-PR por 2 a 1, no Heriberto Hulse, assegurou a taça.
A notícia se confirmou no intervalo da partida no Barradão. Os últimos 45 minutos, então, foram mera formalidade. Contudo, já sacramentado como um dos campeões que menos desperdiçaram oportunidades na história dos pontos corridos, o Cruzeiro presenteou a torcida em Salvador com a 23ª vitória na Série A: 3 a 1 sobre o Vitória, gols de Willian, Júlio Baptista e Ricardo Goulart.
O Cruzeiro, na volta dos vestiários, já era o campeão brasileiro de 2013, independentemente do resultado fora de casa; encerrando um ano glorioso para Minas Gerais no futebol nacional - iniciado com o título da Libertadores do Atlético-MG e concluído com a Série A cruzeirense.
Assim como o arquirrival na competição sul-americana, que apresentou um jogo ofensivo com Ronaldinho, Bernard e Jô, o Cruzeiro se destacou no Campeonato Brasileiro pelo poderio ofensivo. O time será o primeiro desde o São Paulo de 2006 a se consagrar campeão com o melhor ataque da competição. Setenta e dois gols, ninguém balançou tanto as redes quanto o time de Marcelo Oliveira.
Enquanto se preparava para retornar dos vestiários, o elenco cruzeirense não escondia a ansiedade pelo término da partida no Heriberto Hulse. Palmas, abraços e sorrisos se espalhavam entre os jogadores. A comemoração, contudo, veio um minuto antes do reinício do segundo tempo. Confirmado o fim de jogo em Santa Catarina, a festa começou no gramado, enquanto os jogadores do Vitória esperavam o reinício da partida.
A campanha irreparável torna o Cruzeiro 2013, dono de como o campeão mais antecipado da história dos pontos ao lado do consistente São Paulo de 2007. Os dois clubes alcançaram a taça na 34ª rodada, com quatro partidas de antecipação. Marca que sentencia a eficiência da equipe de Marcelo Oliveira, agora merecidamente registrada nos livros sobre o futebol brasileiro.
Agora, o ex-jogador nascido no Atlético-MG coloca o antigo rival no topo, e ‘terá o direito' de assinar a sua própria grife de técnico; algo supervalorizado no Brasil. Enquanto Marcelo comemora o título, outros nomes consagradíssimos assistem pela televisão a efetivação de mais um nome no grupo dos inquestionáveis.Em um dos capítulos deste terceiro título nacional, o autor destacará Marcelo Oliveira. Mesmo sem a grife de muitos concorrentes, o treinador, que até chegar ao Cruzeiro se destacava por dois vices na Copa do Brasil pelo Coritiba, se colocou no grupo dos principais treinadores do país nesta quarta-feira.
O jogo
O Cruzeiro entrou em campo como (quase) tricampeão brasileiro. Ao menos esse era o ponto de vista da torcida visitante no Barradão, que recepcionou o time azul com uma festa digna de título. Como o Vitória também estava empolgado, os jogadores só puderam realmente cruzar os braços - em protesto orquestrado pelo Bom Senso FC - durante o minuto de silêncio concedido pelo árbitro Paulo Godoy Bezerra.
Quando a partida começou, o Vitória fez questão de estabelecer a correria. O time da casa aproveitou o fato de o Cruzeiro já se sentir campeão para pressionar o adversário nos primeiros minutos de partida. Para vazar o goleiro Fábio, contudo, restava Escudero, Marquinhos e Dinei ajustarem a pontaria em suas séries de finalizações.
O volante Leandro Guerreiro até colaborou para o Vitória abrir o placar. Aos 23 minutos, por exemplo, ele recuou mal uma bola, que foi parar nos pés de Marquinhos, livre de marcação. O Cruzeiro só não tomou o gol porque Fábio fez grande defesa na conclusão do atacante. Pouco depois, em nova falha de Leandro, Escudero arriscou de fora da área e mandou por cima da meta.
As inúmeras oportunidades criadas pelo Vitória não significavam que o Cruzeiro apenas assistia à partida. Nos momentos em que atacava, a equipe visitante mostrava que poderia ser letal. Como em um voleio do centroavante Borges, que passou rente à trave. O jogador chegou a se levantar do gramado com um sorriso no rosto, pronto para comemorar.
Mas o Vitória ainda era mais presente no setor ofensivo. Aos 30, Dinei teve a chance de estufar a rede da marca do pênalti. Depois da bela ajeitada de bola de Juan, o centroavante encheu o pé com gosto, porém acertou a placa de publicidade. Para os torcedores rubro-negros, o gol parecia questão de tempo.
E realmente foi. Só que contra o Vitória. Aos 36, Dagoberto fez bom domínio de bola após lançamento longo e acionou Willian, que invadiu a área e tocou na saída do goleiro Wilson para deixar o Cruzeiro ainda mais próximo da conquista do Campeonato Brasileiro.
Os jogadores do time mineiro nem precisariam esperar o jogo com o Vitória acabar, no entanto, para ratificar o título. No intervalo, eles se reuniram no vestiário para assistir aos minutos finais do triunfo do Criciúma sobre o Atlético-PR. Subiram (ou pularam, tamanha era a alegria) no gramado já como campeões. "Estou muito alegre, mas precisamos pensar no jogo, pois tomamos um sufoco no primeiro tempo", priorizou o comandante Marcelo Oliveira.
Seria difícil, contudo, fazer o Cruzeiro encarar o jogo com a mesma seriedade do Vitória. Apesar de ter voltado a campo com o jovem Everton no lugar de Egídio, vaiado no primeiro tempo por causa de sua passagem apagada pelo clube baiano. Do outro lado, Ney Franco reforçou o seu ataque com William Henrique na vaga de Renato Cajá.
Como era de se esperar, o Vitória tomou a iniciativa de tentar acuar o campeão brasileiro no segundo tempo. William Henrique criou uma oportunidade logo em sua primeira participação no confronto. Aos cinco minutos, o gol. Em uma nova saída de bola errada do Cruzeiro, Dinei recebeu do jogador que havia acabado de entrar, dividiu com Fábio e conferiu.
O gol do Vitória fez alguns torcedores do Cruzeiro, mesmo com o título, exibirem feições preocupadas no setor visitante do Barradão. A agonia com o desempenho da equipe campeã duraria pouco. Aos 25 minutos, quando os donos da casa reclamavam de impedimento, Dagoberto avançou sozinho pela esquerda e rolou para Júlio Baptista empurrar para a rede.
Ainda houve tempo para mais. Aos 35, Ricardo Goulart recebeu assistência de Willian e bateu colocado para sacramentar o resultado positivo sobre o Vitória. Àquela altura, a torcida rubro-negra já deixava as arquibancadas do Barradão, enquanto os cruzeirenses se sentiam donos da casa. Até mesmo Marcelo Oliveira e os seus reservas deixaram de ver a partida para comemorar nos minutos finais.


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