Irritado com o silêncio do Planalto,
Dirceu perguntou: "E o Lula não vai falar nada?". Era a senha para a
urgência de um pronunciamento, que deveria ser feito o quanto antes, no
diagnóstico do ex-ministro, sob pena de grande abalo na imagem do PT, com
potencial de interferir na campanha da presidente Dilma Rousseff à reeleição.
Três dias depois de receber o recado,
Lula fez o mais veemente discurso desde que os petistas foram condenados.
Sugeriu, na quinta-feira passada, que o rigor da lei só vale para o PT e
dirigiu ataques ao presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa.
Em meio a protestos contra as
"arbitrariedades" na execução das sentenças, Lula e dirigentes
petistas também decidiram promover um desagravo a Dirceu, ao ex-presidente do
PT José Genoino e ao ex-tesoureiro Delúbio Soares na abertura do 5.º Congresso
da sigla, de 12 a 14 de dezembro, em Brasília.
A contrariedade de Dirceu com Lula,
porém, não vem de hoje. Interlocutores do ex-ministro contaram ao Estado que
ele sempre reprovou a forma "conciliatória" como o então presidente
conduziu o caso desde que o escândalo estourou, em junho de 2005.
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