O Ministério Público deu prazo de dez dias para que os diretores das unidades prisionais de São Luís prestem informações sobre denúncias de violência sexual contra mulheres das famílias de presos, especialmente em Pedrinhas.
A
investigação do Ministério Público é para apurar a veracidade das notícias
divulgadas a partir do relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), de que
as mulheres, irmãs e filhas de presos que não possuem expressão nas
organizações criminosas que dominam os presídios e penitenciárias no Estado do
Maranhão estariam sendo molestadas e obrigadas a manterem relações sexuais com
os chefes das quadrilhas durante a visitação coletiva.
- Nós
fazemos inspeções constantes nos presídios, e nunca houve nenhuma denúncia
nesse sentido. Mas vamos apurar e caso comprovado, punir os responsáveis –
disse Pedro Lino Curvelo, um dos três promotores de execução penal que
investiga as denúncias.
Os
diretores dos presídios terão que informar ao MP sobre a existência de local
específico para o encontro íntimo e se a vistação social está sendo feita no
interior das próprias celas, que em Pedrinhas são ocupadas por até quinze
presos.
- A
visita social é a nossa maior preocupação, pois além da possibilidade do abuso
sexual, o visitante pode também passar drogas, por exemplo – observou Pedro
Lino.
O
promotor disse que já tem conhecimento que essas visitas ocorrem realmente
dentro das celas, mas que elas não comprovam que há abusos sexuais.
- Em todo
o caso, ao fim do prazo, vamos recomendar que as visitas sociais aconteçam em
local próprio e não escondidas dentro de uma cela – adiantou Pedro Lino.
Caso as
direções dos presídios não acolham a recomendação, o Ministério Público entrará
na Justiça para tentar fazer valer o seu entendimento.
O
relatório do CNJ diz que os encontros íntimos estão ocorrendo em um ambiente
coletivo, por exigência dos líderes das facções, o que está facilitando o abuso
sexual contra companheiras dos presos sem posto de comando nos pavilhões. O CNJ
suspeita que algumas das mortes de presos em 2013 estejam relacionadas com
crimes sexuais.
- Pelo
que vi, minha última visita foi dia 17 de dezembro, há um local específico para
os encontros íntimos. Agora se eles estão acontecendo em outro lugar, nós vamos
investigar – garantiu Lino.
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