O drama feito no Facebook por causa da remoção do Fusca do Pirata
que estava há 3 anos na Litorânea faz sentido. Tratava-se de uma característica
peculiar de um lugar. Inofensiva, simpática, decorativa... e até lendária.
Em uma cidade tão carente de arquitetura urbanística, paisagismo e
presença de arte em seus pontos turísticos, o velho Fusca - que um dia foi
sucata - era sim uma obra da arte moderna, exposta em um espaço livre e
belíssimo por natureza.
O filósofo Kant, que mudou a forma de se estudar estética, afirmou
em teorias que a beleza estaria nos olhos de quem a enxerga. Dependia da
percepção. Faltou esta sensibilidade em quem despachou a ordem de remoção. Que,
convenhamos, não deu lição de moral a ninguém.
O caso do “Pirata da Litorânea”
ganhou repercussão nacional. O apresentador Luciano Huck recebeu milhares de
mensagens via rede social para que ajudasse o homem que morava no carro que foi
retirado da Litorânea pela Prefeitura de São Luís, atendendo a solicitação do
Ministério Público.
E pelo visto, o “Pirata da Litorânea”
vai ser personagem do quadro Lata Velha.
“Desde cedo recebi milhares de
mensagens sobre a história do “Pirata da Litorânea. Já estamos na missão. Valeu
a todos pelas dicas e olhos abertos sempre”, escreveu Huck.
Teóricos dizem que as redes sociais mudarão a sociedade como um todo. Não é verdade. Já mudou quase tudo. Inclusive, na velocidade de se alterar uma situação pelo engajamento.
A campanha para ajudar o Pirata da
Litorânea mobilizou - provavelmente por arrependimento ou aproveitamento -
secretários municipais e outros funcionários da prefeitura para
"auxiliar" no caso daquele que só queria mesmo a vaga e o Fusca.
Pirata também agora já tem a atenção de
Luciano Huck, que apresenta o programa assistencialista mais rejuvenescido
(mas, nem tanto) da televisão. Ele saberia como ninguém se aproveitar do
carisma e popularidade que Pirata tem, e terá.
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