POR ABEL CARVALHO
Prefeito José Alberto Oliveira Veloso,
quando da primeira vistoria, alegou através do secretário de obras que o
município não dispõe de recursos para cobrir esses gastos.
Eu poderia me furtar até mesmo de
escrever esse artigo porque considero que a manchete já explica tudo. Então tudo que eu escrever aqui vai até parecer irascível. Espero que você não
considere assim. Tenho 55 anos completos, como muito bem
diz a minha mãe Nair Cordeiro de Moraes Carvalho.
Conheço o Estádio Municipal José Luis Nery Corrêa, o Correão, desde os tempos
em que ele ainda era conhecido como Campo do Operário.Ali aos domingos assisti muitos jogos do Botafogo, Santos, América da
Tresidela, Tamandaré, Tupã, Campinense, Estrela do Oriente e muitos outros
times cujos nomes agora não me vêm a memória.
Durante a semana batia minhas peladas
nos finais de tarde dividindo o campo de jogo em dois, sempre ao lado de
Canguito, Pão, Mingo, Zé Orlando, Toinho, Zé Filho, Zé Neto, Tuneco, Antonio
Orlando, Flávio Feijão e outros amigos que os arquivos da minha memória na
abrem agora.
Acompanhei a primeira reforma, ou
ampliação, feita por Dr. Juarez, quando o Operário ganhou o nome de Correão –
homenagem justíssima ao desportista e enfermeiro José Corrêa -, assim como a
fundação e crescimento do Bacabal Esporte Clube(BEC).
Cansei de vir de São Luis aos domingos
nos velhos e surrados ônibus do Expresso Timbira para assistir aos jogos do
BEC, surpreendendo minha mãe e meu velho pai.
O velho Correão tinha um gramado sofrível, lamacento, mas da pequena arquibancada de cimento e da desconfortável arquibancada de madeira, além das dezenas de pequenos camarotes, emanava um calor humano extraordinário.Depois veio o advento da iluminação artificial, se eu não estiver enganado, colocada pelo prefeito José de Sousa e Silva Filho, o famoso Dr. Cazuza.
O velho Correão tinha um gramado sofrível, lamacento, mas da pequena arquibancada de cimento e da desconfortável arquibancada de madeira, além das dezenas de pequenos camarotes, emanava um calor humano extraordinário.Depois veio o advento da iluminação artificial, se eu não estiver enganado, colocada pelo prefeito José de Sousa e Silva Filho, o famoso Dr. Cazuza.
O jogo de inauguração foi BEC e Ceará Sporting, narrado por Luciano Silva para
a Rádio Difusora AM.O BEC era grande. Tinha Nascimento, Lambal, Pernambuco, Nabor e Joãozinho – só
para citar alguns nomes. No velho Correão passaram ainda o São Paulo e América
Mineiro. Tempos áureos. Com João Alberto Sousa Governador o
velho estádio ganhou vida nova, se modernizou, passou a ser um dos melhores e
mais importantes do nordeste e o BEC foi campeão Maranhense.
O fim do velho Correão e o nascimento
do novo eu já acompanhei como jornalista fazendo a cobertura dos jogos para a
boa Rádio Mirante FM. Éramos eu, Jotha Erry, Vale Neto, Zé do Forró, André Araújo, Gilson Ricardo,
Louremar Fernandes Taciê Andrade, Nilson Gomes e Osvaldo Maya. Numa boa peleja com a Rádio Jainara AM de Osmar Noleto, enquanto o Correão era
reconstruído, vagueávamos pelo Merecão e pelo campo do Colégio Leda Tajra. Finalmente inaugurado, o estádio de
Bacabal virou atração turística e referencia para o futebol de Maranhão.
O BEC, com Gilberto Lacerda presidente, trouxe Adílio e Andrade. Aqui vieram o
Vasco da Gama e as seleções brasileira de máster e de novos. As modernas
arquibancadas continuavam a emanar o mesmo calor humano.
Sob a gestão do prefeito Raimundo Lisboa o estádio recebeu sua primeira e única grande reforma, ganhou cadeiras e bancou jogos importantes de grandes competições nacionais. O BEC voltou a ser grande. Nomes como Yan e Sérgio Manoel vestiram a camisa azul do Leão do Mearim. As arquibancadas se tornaram local de festa, sempre lotadas emanando um calor humano ainda muito mais forte. |
Agora, eu que viajei dezenas de vezes
de São Luís para cá, que laborei na lama, destetei os gols do atacante Carimbó,
vivi a felicidade de ver o BEC campeão e alegria dos integrantes da fúria
brandindo cânticos, sou obrigado a escrever essa manchete aí de cima.
Saber que, pela primeira vez na sua
história o BEC jogou uma partida com o Correão de portas fechadas corta o
coração. Saber que esse grande estádio foi interditado porque o prefeito José Alberto
Oliveira Veloso alega não ter e não disponibilizou recursos para reformar as
instalações elétricas, comprar 10 ou 15 portas e 1 ou 2 pares de para-raios
para esse estádio é de provocar asco em qualquer um, não tem explicação lógica. Eu me sinto obrigado a me perguntar se
José Alberto Oliveira Veloso não é bacabalense e não tem amor pela terra onde
nasceu... Só para encerrar o artigo. O novo
treinador do BEC, Fernando Dourado, que assistiu a vexatória derrota no último jogo contra o Balsas, da
tribuna, mandou a diretoria dispensar quase 90 por cento do elenco. Vai
contratar um novo time já visando o segundo turno do campeonato.
O BEC joga hoje fora de casa.
Isso deve dar tempo de sobra para o
prefeito José Alberto Oliveira Veloso arrumar, dar um jeitinho em conseguir essa
fortuna para comprar os para-raios, as portas dos banheiros e mandar reformar
as instalações elétricas.
É de dá pena!
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