MAMONAS ASSASSINAS
Mamonas Assassinas foi uma banda brasileira de rock cômico formada em Guarulhos em 1990, sob o nome de Utopia. O som era uma mistura de punk rock com influências de gêneros populares, tais como forró (Jumento Celestino), brega (Bois Don't Cry),heavy metal (Débil Metal), pagode (Lá Vem o Alemão), música mexicana (Pelados em Santos), rap (Zé Gaguinho), reggae (Onon Onon) e vira (Vira-Vira). A carreira da banda, com o nome de Mamonas Assassinas, durou de julho de 1995 até 2 de março de 1996 (pouco mais de 7 meses). Tiveram um sucesso meteórico. Com um único álbum de estúdio, Mamonas Assassinas, lançado em junho de 1995, o grupo acarretou a venda de mais de 3 milhões de cópias no Brasil, sendo certificado com disco de diamante em 1995, comprovado pela ABPD . Álbum este que, com letras bem-humoradas, levou os Mamonas ao estrelato. Porém, no auge de suas carreiras, os integrantes da banda foram vítimas de um acidente aéreo fatal
(Wikipedia)
Estávamos no ano de 1995, morava em Santo Estêvão, quase no recôncavo baiano, terra acolhedora, especial, tudo de bom ali nas redondezas. Das pescarias no Rio Paraguaçu, aquele mesmo rio rico em diamantes, que passa pela Chapada Diamantina, já bastante destroçado pela garimpagem predatória. Dos cajus aos montes debaixo do cajueiro, não precisava nem comprar. Era sacada e mais sacos.
Estrada perigosa de Santo Estêvão até Feira de Santana, principalmente à noite. De Feira a Salvador, duplicada, só atrapalhava as "passagens" dentro de algumas cidades.
Morando lá, trabalhando no BB, indo sistematicamente a Salvador e Feira de Santana, fui me enriquecendo (meu gosto musical, fique bem claro), adicionando ao meu "repertório" além do axé, o forró e outros ritmos já entronizados no costume das gentes da boa terra.
E, no meio de tanta música, surge algo absolutamente novo, diferente, revolucionário, os Mamonas Assassinas. Estranho o nome, não? Eles estavam chegando, tomando (de) conta para "chocar", e, como dizem atualmente, "causar".
E causaram espanto.
A partir de então, o grupo um tanto meio subversivo, contrariando e enfrentando os costumes tradicionais, tinham suas músicas tocadas intensamente nas rádios, principalmente a "Pelad(i)os em Santos", e, de sobremesa, "Vira Vira", cantada numa imitação meio vulgar do sotaque português, fazendo uma paródia "rústica" com um casal das terras lusitanas. Fiquei até com medo (para eles), se tivessem a coragem de ir até Portugal fazer algum show, não seriam perdoados pela irreverência.
Como gosto de que afronta, do que é diferente, procurei adquirir o "cd" em Salvador. E estávamos em plena época do São João, barraquinhas a rodo, alto falante tocando músicas de toda espécie. Levei o cd até o "programador" (hoje, dj), ele botou pra tocar, mas não teve aquela "audiência" toda não, ninguém conhecia. Mas, foi o suficiente para chamar a atenção, pois estava surgindo algo totalmente fora do contexto.
Com o passar dos meses, os Mamonas foram conquistando seu espaço, "requisitados" por todos os programas de auditório na televisão, e o sucesso foi estrondoso, e seus shows passaram a "pipocar" Brasil afora.
O segundo semestre do ano de 1995 foi coroado de êxitos, e os shows eram concorridíssimos, embora pecassem no requisito "som perfeito", pois alugavam instrumentos de bandas locais, ficando meio improvisado, mas o resultado era muito bom, aquele jeito meio teatral, exibicionista, de seus componentes.
Os integrantes dos Mamonas Assassinas eram Dinho Alecsander Alves), no vocal, Julio Rasec (Júlio César), teclado e vocal de apoio, Bento Hinoto (Alberto Hinoto), guitarra, violão e vocal de apoio, Sérgio Reoli (Sérgio Reis de Oliveira), bateria e por fim seu irmão que também fazia parte da banda Samuel Reoli (Samuel Reis de Oliveira), baixo e também vocal de apoio.
Saí de férias no mês de janeiro de 1996, e estava em São Luís no mês de fevereiro, na casa de minha cunhada Ângela, ali na Cohab, ouvindo o cd dos Mamonas em meu carro, quando alguém me alertou que naquele domingo haveria show da banda à tardinha no Castelinho.
Depois do almoço, lá pela duas horas da tarde, falei para todos ouvirem na sala: "- quem quiser ir ao show que me acompanhe, estou indo". Formou aquele rebuliço, minha filha Brenna, com 8 anos mais os primos Rafael, Breno e Júnior ocuparam os espaços do carro, um Kadett, e lá fomos nós.
Gostei muito, das palhaçadas do Dinho, principalmente satirizando o "gay", o "corno", o "mano paulista" no "shopis", o português. Nas costas, uma roda de fogo meio maluca, só ele mesmo!
O som não estava lá essas coisas, mas todo mundo saiu de lá aplaudindo.
Menos de um mês depois, num domingo, 1 de março, eu estava assistindo o Globo Rural quando veio a notícia que soou como uma bomba, um acidente havia ceifado a vida de todos os integrantes dos Mamonas.
Aquele dia, para mim, foi igual à perda do Ayrton Senna, que, também, foi um choque para todos nós.
Passados estes anos todos (17), ainda são lembrados e reverenciados. O único cd se transformou em obra prima. Se dvd é visto e revisto, muitas e muitas vezes.
Tive o orgulho de ter assistido ao show do Castelinho, inesquecível, e deixo aqui minha singela homenagem aos "meninos" que foram divertidos e nos passou tanta energia em tão pouco tempo.
Uma pena terem ido tão cedo!!!
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