"Hoje vivo sem
estômago e sem vesícula. Essas são as folhas que caem."
Prênteci Veloso
Ao receber o livro das mãos do autor,
após a dedicatória com a frase DEUS É CONOSCO, ele então fez um
pedido: "Que a leitura fosse feita com um olhar crítico e que estaria
aberto a recebê-las.
Eu, sinceramente, não me sinto
preparada e muito menos respaldada para uma análise tão profunda,portanto
deixarei aqui a minha impressão e encantamento baseada na leitura do livro.
Enquanto esperava a minha vez na
fila imensa de convidados, tive oportunidade de ler os três primeiros capítulos
do livro, e uma coisa me chamou a atenção logo de início, o uso das
RETICÊNCIAS.
Considerando que as reticências,
dentro da Língua Portuguesa tem como finalidade indicar que um pensamento
ou ideia não foi concluído, que algo ainda pode ser acrescido ao
texto, que a ideia permanece aberta. Isso então me convenceu que, em
sua obra, haveria espaço para leitor se incluir dentro dela. Com esta
visão e neste intuito tratei de ler todos os demais capítulos.
Segui a leitura, algumas vezes
identificando situações bem parecidas, pois minha mãe também enfrentou
esta batalha contra um câncer, o diagnóstico; os dias seguintes seguidos
de exames e mais exames; você rumou para São Paulo, minha mãe para
Teresina; o início da batalha, no caso de minha mãe, primeiro a mastectomia
total e só depois a quimioterapia, quatro anos de luta, os últimos dois
anos a batalha foi sofrida.
Porém, no capitulo 6 mais
precisamente na página 103, parei a leitura e fiz uma viagem no tempo. As
brincadeiras de rua: cai no poço, salve latinha, bandeirinha, passa o anel, bom
barquinho, boca de forno e as reticências. Nossa, bem que você poderia ter
incluído meu nome, caberia bem se juntados aos de Nega, Sande, Lena, Leila,
Silvana... e por que não Charlene?! Afinal, essa infância também me pertence.
Esse chamamento de PAI, era realmente determinante para o fim de qualquer
brincadeira, já o de mãe não. A gente sempre dava um jeitinho pra brincar um
pouco mais. Afinal, mãe tem coração mais brando.
Seu livro, nos permite essa inclusão
pois suas lembranças também nos remete a esse passado, tão presente e às vezes
esquecido.
Deveria ter contado, ás vezes que
você repetiu que "O CÂNCER NÃO TERIA PODER SOBRE VOCÊ". Esse seu CRÊ
foi determinante para que tua CURA fosse abreviada.
Nos capitulo 8, outro momento de
inclusão. A cena do pai, segurando a mão da filha que agonizava. Lembrei
da dor que eu e meu esposo passamos quando no dia 22 de julho de 2011 recebemos
a notícia de que minha filha, juntamente com os dois primos haviam sofrido um
acidente de moto, que só não foi mais grave dado a interferência dos seus
Anjos da Guarda sob a direção de Deus. Três jovens, em uma moto, sem capacetes
se chocam com outro motoqueiro após perderem o controle ao passarem por um
quebra-molas. A noticia chegou por volta das 17h. A informação dada foi a
seguinte:
- Tayanne não está sentindo
as pernas.
A mãe interpretou da seguinte forma.
- Tayanne está paralítica.
O desespero foi geral, os vizinhos
prontamente correram para nos confortar. Atordoados e sem saber o que fazer,
fomos orientados a seguir direto para Presidente Dutra, pois ela seria
encaminhada pra lá.
Chegamos pouco minutos depois que ela
e encontrei minha filha, numa maca, aguardando o atendimento. Seu rostinho
completamente desfigurado, no joelho um corte profundo que deixara a mostra a
cartilagem e a fratura do fêmur. Segurei as lágrimas para lhe passar
segurança. Quando então ela virou, olhou pra mim e com um sorriso no rosto
disse -"Oi mãe. Tá tudo bem."
Nossa, eu precisava daquela coragem!
Hoje minha filha carrega as marcas das duas cirurgias. Linda como sempre e com
a mesma coragem de lutar pela vida, enfim Folhas que caem...
Como se não se bastasse todas essas
lembranças, ainda nos presenteia com um roteiro turístico a
viagem Sampa-Rio, acho que vou colocá-lo em meu roteiro de sonhos, só espero
que a estrada hoje esteja um pouco melhor que quando vocês por lá passaram. Não
abrirei mão de conhecer a Cachoeira da Pedra que Engole, já tomar banho não
garanto, não sei nadar e água não tem cabelo. Contentar-me-ei em apreciar
a beleza dela ao lado do corajoso que quiser me fazer companhia nessa aventura.
Bem os demais capítulos a
história é unicamente sua e de todos os que já passaram por uma cirurgia igual,
VIVER SEM ESTÔMAGO E VESÍCULA, adaptar-se a essa nova realidade mas com o
coração AGRADECIDO, afinal, "O CÂNCER NÃO TEVE PODER SOBRE
VOCÊ", você venceu a primeira BATALHA e com certeza vencerá a GUERRA.
Concluo meu pensamento seguido pela
... (Reticência)
" Eu fui
reduzido a três quarto do que eu era. Mas estou preenchido por Deus."
Prênteci Veloso.
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