Coordenador-geral da campanha, Siqueira deixou o
cargo, afirmando que seu compromisso era com Eduardo Campos
Pivô da primeira
crise na aliança PSB-Rede Sustentabilidade após a confirmação de Marina Silva
como candidata a presidente, o secretário-geral pessebista, Carlos Siqueira,
disparou fortes críticas contra a ex-ministra e disse que ela "está longe
de representar o legado de Eduardo Campos".
Coordenador-geral
da campanha de Campos, morto em um acidente aéreo, na semana passada, na cidade
de Santos, litoral paulista, Siqueira anunciou, na quarta-feira, 20, a
correligionários que estava deixando o posto. De acordo com relatos de
integrantes da Rede, ele entendeu que Marina Silva, confirmada ontem cabeça de
chapa pela executiva nacional do PSB, estava tentando afastá-lo do posto e
colocar na direção da campanha pessoas de sua confiança.
"Não
continuarei na campanha. Meu compromisso era com o Eduardo Campos",
declarou Siqueira ao deixar a sede nacional do PSB, em Brasília. Ele não poupou
Marina e disse que ela estava tentando "mandar" no partido, que a
recebeu depois que o Rede Sustentabilidade teve seu pedido de registro negado
pela Justiça. "Quando se está em uma instituição como hospedeira ela não
pode mandar nessa instituição. Marina que vá mandar na Rede dela",
emendou.
Perguntado de que
forma Marina estaria atuando para assumir o comando da legenda, Siqueira citou
as trocas na cúpula da campanha. "Ela nomeou o presidente do comitê
financeiro da campanha, uma responsabilidade do partido", disse,
referindo-se à indicação de Bazileu Margarido, um dos mais próximos aliados da
ex-ministra, para o posto responsável pelas contas da candidatura. "Ela
não perguntou ao partido e não agiu de acordo com um partido que está
oferecendo a ela as condições que nós oferecemos", concluiu.
Por último,
Siqueira disse que a viúva de Campos, Renata, uma das avalizadoras da ascensão
de Marina à candidatura presidencial, "não deve estar sabendo o que está
se passando no partido". "Se souber, ela é uma mulher que entenderá
que não poderemos oferecer uma candidatura a alguém (Marina) que age dessa
maneira".
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