O
Vasco, mais uma vez, decepcionou. Depois de empacar na vice-liderança da Série
B, o time apenas empatou em 1 a 1 com o ABC, nesta terça-feira, pelo jogo de
ida das oitavas de final da Copa do Brasil, em São Januário. A paciência da
arquibancada, com isso, se foi. O resultado irritou parte da torcida que,
revoltada, pediu a saída do técnico Adilson Batista do clube.
A
partida de volta entre as equipes será na próxima terça-feira, na Arena das
Dunas, em Natal. O empate sem gols dá a vaga ao ABC. 1 a 1 leva a decisão para
os pênaltis. Empates com placares acima de 1 a 1 dão a vaga ao Vasco.
Quem
triunfar, obviamente, leva a classificação para as quartas de final. O ganhador
do duelo enfrenta o vencedor de Cruzeiro x Santa Rita-AL.
O JOGO
O
Vasco, logo na saída de bola, pareceu alheio à partida. Não deu nem tempo de se
recolocar no jogo. Com um minutinho de partida, Somália recebeu a bola na ponta
esquerda da grande área e, rápido, deu um toque para trás. João Paulo, de
frente para o gol, deu um toque certeiro na bola, que morreu na rede, no canto
esquerdo de Martín Silva. 1 a 0.
O revés
precoce assustou o Vasco. O time, com quatro jogadores ofensivos, deu espaços
no meio para que o ABC subisse ao ataque com voracidade. E por pouco o ABC não
conseguiu ampliar. Aos sete minutos, Patrick obrigou Martín Silva a fazer bela
defesa em cobrança de falta. Mas o uruguaio fez bela defesa.
A
pressão do time potiguar era insistente. Sem dar chances de respiro ao Vasco,
que tentava desafogar o jogo com um Douglas pouco inspirado, o ABC teve mais
uma chance. Aos 14 minutos, Patrick avançou pela direita e cruzou para área.
Denis Marques, sozinho, chutou de primeira e a bola passou rente à trave do
Vasco. Da arquibancada, os gritos de desaprovação apareceram. O time de Adilson
Batista tinha de ir ao ataque. E foi.
Com 18
minutos, Marlon cruzou da esquerda para o meio da área, Maxi Rodríguez ajeitou
de cabeça e Guiñazu, esperto na área, tocou na saída do goleiro, mas a bola
beijou o pé da trave esquerda. O Vasco, no entanto, se mostrava presente,
freando ações do ABC.
E, aos
21 minutos, enfim, o empate. Douglas lançou bola para a área. Douglas Silva
brigou de cabeça e a bola sobrou para Kleber. De esquerda, o Gladiador bateu
cruzado e empatou a partida em São Januário. 1 a 1. Na comemoração, o atacante
tirou a camisa e recebeu cartão amarelo.
O
empate deixou a partida mais equilibrada, mas o Vasco, sem a tensão da torcida,
relaxou um pouco mais e voltou a dar espaços. Aos 29 minutos, Somália
aproveitou a linha de impedimento da defesa vascaína, recebeu belo lançamento e
tocou de cabeça, de cobertura, assustando Martín Silva.
Com o
jogo pegado, com direito a cartões amarelos distribuídos, o ritmo cessou um
pouco e apenas Fabrício, aos 44 minutos, deu emoção à partida em bom chute de
longe, mas espalmado por Gilvan sem grandes dificuldades.
Na
volta para o segundo tempo, as equipes tiveram mais receio de se lançar ao
ataque. Assim, o jogo ficou concentrado no meio de campo, com chances mais
escassas. Adilson, então, resolveu mudar. Tirou Maxi Rodríguez, apagado e
cansado, para a entrada de Thalles. Maior presença de área à equipe vascaína.
O time
de Adilson Batista controlava o jogo, mas tinha dificuldades de criação. Com
Thalles e Kleber em campo, o lema passou a ser bola na área. Mas a insistência
de chuveirinho provou ser inoperante e nem mesmo resultou em um lance de
perigo. Pior, dava espaços para contra-ataques, a arma única do ABC àquela
altura.
Dennis
Marques desperdiçou uma boa chance ao errar o passe para Lucio Flavio aos 28
minutos de jogo. Com 31 minutos, Lucio Flavio, de novo, foi lançado sozinho.
Mas ele adiantou a bola e Martín Silva, atento, saiu para desarmá-lo por duas
vezes e dar um chute para frente para delírio dos vascaínos presentes no
estádio.
Mas os
sustos continuaram. Aos 35 minutos, em falta cobrada na área, Lucio Flavio
passou por trás da zaga e cabeceou no chão. Martín Silva, de novo, salvou o
Vasco de sofrer o segundo gol em bela defesa. A arquibancada, então, explodiu
de insatisfação.
Um coro
pedindo a saída do técnico Adilson Batista foi facilmente ecoado por São
Januário. Vaias, insatisfação. A torcida não se conformava com o empate diante
do ABC, em casa. Os jogadores vascaínos, cansados, erravam passes fáceis. O
adversário, retraído, tentava manter a vantagem e levá-la para casa.
Nervoso
com o ambiente criado, o time do Vasco nada mais conseguiu. Fabrício, nervoso,
reclamou demais por um pedido de cobrança de escanteio e acabou expulso pelo
árbitro. Lucio Flavio, em seguida, também recebeu cartão vermelho por entrada
em Guiñazu. Fim de jogo melancólico para a torcida do Vasco em casa. Sorte do
ABC, que nada tem a ver com isso.
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