Dilma Rousseff (PT) e Marina
Silva (PSB) concentraram nesta segunda-feira os principais duelos no segundo
debate entre os candidatos à Presidência da República.
Enquanto Dilma e Marina,
empatadas na liderança das intenções de voto nas pesquisas, travaram os
principais confrontos, Aécio Neves (PSDB), agora numa distante terceira
posição, concentrou seus ataques à presidente.
Por conta das regras do
encontro realizado por SBT, Jovem Pan, UOL e Folha de S. Paulo, que limitavam o
número de perguntas que poderiam ser feitas a um mesmo candidato, o tucano não
duelou diretamente com Marina nenhuma vez.
A petista e a ex-senadora
duelaram diretamente por cinco vezes --três em perguntas diretas e duas em
questões formuladas por jornalista para que uma delas respondesse e a outra
comentasse.
Dilma atacou a proposta de
política econômica de Marina, afirmando que ela geraria desemprego e recessão,
e seu discurso sobre governabilidade.
"Há uma contradição, sim,
entre querer uma política macroeconômica atrelada a interesses e a uma forma de
visão que é desempregar, arrochar, aumentar preço de tarifa e aumentar
impostos, e, ao mesmo tempo defender políticas sociais", disse a
presidente.
"O cobertor é curto, não
se resolve isso com boas palavras ou boas intenções. Sem apoio político,
candidata, sem discussão e sem negociação a senhora não consegue aprovar os
grandes programas do Brasil... Não somos nós os presidentes que escolhem os
bons, quem escolhe os bons é o povo brasileiro, é ele que escolhe por eleição
direta", disse Dilma em resposta ao discurso de Marina de que, se eleita,
governará com os melhores no Congresso Nacional.
Marina, por sua vez, fez
ataques duros à polìtica econômica de Dilma e repetiu que a presidente não
reconhece os problemas. Ela voltou a dizer que reconhece a conquista da
estabilidade econômica no governo do tucano Fernando Henrique Cardoso, e a da
inclusão social, na gestão do petista Luiz Inácio Lula da Silva.
"A estabilidade econômica
foi uma conquista da sociedade brasileira que, infelizmente, foi negligenciada
no governo da presidente Dilma", disse a candidata do PSB.
"A presidente Dilma tem
muita dificuldade em reconhecer os problemas do seu governo. E se não os
reconhece, começa a passar uma situação de desconfiança ao seu governo em um
próximo mandato", afirmou a candidata do PSB.
As duas líderes nas pesquisas
também duelaram sobre a Petrobras. Dilma afirmou que o programa de governo da
rival, lançado na última sexta-feira, excluía os investimentos no pré-sal,
enquanto Marina acusou a presidente de ter prejudicado o pré-sal por conta da
atual gestão da estatal.
Aécio, por sua vez, disse mais
uma vez que o governo Dilma fracassou e que ele representa uma mudança segura.
"A nossa mudança é uma
mudança consistente", garantiu o tucano, acrescentando que não se
"converteu" a posições diferentes do que defende há décadas, numa
alusão ao histórico político de Marina, que durante muitos anos foi do PT.
"Ficou absolutamente claro
que nós temos dois campos políticos. O primeiro do governismo, que fracassou e
que vai entregar o país pior do que recebeu. O campo das mudanças tem várias
alternativas... mas uma delas --e eu quero reiterar que acredito na força da
candidata Marina--, não consegue superar as milhares de contradições vindas do
seu projeto."
BOLSA SELIC E SIAMESES
Se as duas principais candidatas
dominaram a maioria das atenções no debate com Aécio correndo por fora, ficou
por conta dos candidatos dos partidos chamados "nanicos" alguns dos
momentos mais curiosos do encontro.
Candidato do PV, Eduardo Jorge,
que já havia se celebrizado no primeiro debate, na semana passada, cunhou o
termo "Bolsa Selic", para criticar o patamar elevado dos juros.
Já Luciana Genro, do PSOL,
ironizou os três candidatos mais bem colocados nas pesquisas de intenção de
voto quando, ao afirmar que eles representam o mesmo projeto, se referiu a eles
como "os três irmãos siameses".
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