sábado, 22 de novembro de 2014

EX-OFFICE BOY, CAMPEÃO BRASILEIRO PELO FLU TENTA RECOMEÇO APÓS SER VENDIDO POR R$ 1,99

Rodriguinho Fluminense Macaé Campeonato Carioca 27/01/2011





Parte do time campeão brasileiro em 2010 pelo Fluminense, o atacante Rodriguinho comeu o pão que o diabo amassou durante aquela campanha. Apesar de fazer gols e sofrer pênaltis importantes, ele nunca conquistou de fato a torcida, devido à sua irregularidade. Durante o torneio, viveu um jejum de gols ao lado de Washington, e foi vítima de uma ação bem-humorada da torcida que até hoje leva na memória.

Após uma derrota para o Cruzeiro, na qual ele e o atacante Washington desperdiçaram uma infinidade de chances, a dupla de ataque tricolor foi colocada à venda no site Mercado Livre em uma promoção: "Pernas de pau: pague um e leve dois pelo valor de R$ 1,99", dizia o anúncio. Dava até para dividir em 12 vezes de R$ 0,20.

Rodriguinho Washington Fluminense Mercado Livre R$ 1,99
Quatro anos depois, o episódio ainda arranca risadas do jogador.
"Foi complicado (risos)! A gente não foi bem no jogo, e no dia seguinte falaram pra mim: 'Rodrigo, olha lá na internet'. Eu e o Washington estávamos sendo vendidos por R$ 1,99 (risos)! Comecei a rir, e o pessoal no clube tirou muito sarro. Levamos na brincadeira, e conseguimos apagar esse negócio durante o campeonato com boas atuações e o título", recordou.

Na campanha da taça, Rodriguinho disputou 26 jogos e anotou cinco gols, dois deles muito importantes, contra Vitória e Grêmio Prudente, e levantou o caneco no fim do ano. No entanto, seguidas lesões atrapalharam a continuidade de sua trajetória no Fluminense. Nos anos seguintes, foi emprestado para Atlético-PR, Portuguesa e Avaí antes de deixar as Laranjeiras.

Foi aí que viveu  maior aventura de sua vida. Recebeu uma boa proposta do Jeju United, da Coreia do Sul, e resolveu arriscar, mesmo sem nem falar inglês, muito menos coreano. Lá, viveu na menor ilha do país, que tem praias paradisíacas. No entanto, a língua tornou-se uma barreira complicadora, já que sua família não conseguia nem fazer compras no mercado.

"Eu tive que me virar... Aprendi a cozinhar forçado, ligava o Facetime e ficava pedindo para minha esposa me ensinar a fazer as coisas, enquanto eu fazia a comida. No fim, acabei não aguentando muito tempo na Coreia. Eu tinha medo de comer carne de cachorro (risos)! As comidas tinham um gosto estranho, ate achei que era, mas o pessoal falava que não entrava carne de cachorro... Mas vai saber...", relembrou.

Ex-office boy

Nascido em Santos, Rodriguinho tentou a sorte no futebol na equipe da Vila Belmiro e também na Portuguesa Santista. Após não conseguir se firmar, foi procurar serviço, e acabou contratado como office boy em uma ótica, aos 17 anos.

"Agradeço muito ao 'seu' Wilson e à dona Carmem, que eram donos da ótica em Santos. Eles sabiam que eu adorava futebol e que tinha saído da Lusinha porque tinham acabado com o time de base. Daí fui trabalhar de office boy, enquanto ia fazer testes nos clubes", contou.

Um dia, foi aprovado, e deu início à carreira profissional. Na base, atuava como lateral, depois passou para o meio-campo até se tornar atacante, posição na qual se firmou. Passou por muitos times até chegar ao Santo André, em 2009. No ABC paulista, apareceu para o Brasil, ao ser vice-artilheiro do Paulistão de 2010, no qual o "Ramalhão" foi vice-campeão, perdendo a emocionante final para o Santos de Neymar, Ganso e Robinho.
Acabaria contratado pelo Fluminense, e vivendo altos e baixos nas Laranjeiras. Após o episódio do R$ 1,99 e a passagem pela Coreia do Sul, voltou ao Brasil no ano passado, para jogar pelo Linense. Sem muito sucesso, voltou a uma casa conhecida, o Santo André, que o acolheu bem.
Novamente no ABC, ele vem correspondendo com gols. Atualmente, é o vice-artilheiro da Copa Paulista, com 10 gols, apenas um atrás de Henan, do São Bernardo. Sua equipe está na final, contra o Botafogo de Ribeirão Preto. O primeiro duelo da decisão será neste domingo, às 10h (horário de Brasília), com Rodriguinho em campo.

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