Sócios,
diretores e parentes de donos de empresas de ônibus municipais do Rio de
Janeiro mantinham contas milionárias no banco HSBC da Suíça entre 2006 e 2007,
segundo informações obtidas por meio do vazamento de dados bancários da
instituição financeira e divulgadas pelo blog do jornalista Fernando Rodrigues,
do UOL. Ao todo,
31 pessoas tiveram seu nome listado, entre elas Jacob Barata, de 83 anos,
conhecido como "Rei dos Ônibus".
Junto com seus
familiares, Barata teria participação em 16 empresas de ônibus municipal no
Rio. De acordo com o blog, entre 2006 e 2007 os registros do HSBC "private
bank" de Genebra, na Suíça, indicavam que Jacob mantinha US$ 17,6 milhões
em uma conta conjunta com sua mulher Glória e seus filhos Jacob, David e
Rosane.
A família Barata
abriu sua conta secreta na Suíça em 6 de maio de 1990, segundo registros do
HSBC divulgados pelo jornalista. Eles estão entre os 106 mil que tiveram seus
sigilos revelados, graças à ação de um ex-funcionário do HSBC, Hervé Falcianie.
A partir de 2004, de
acordo com a reportagem, os valores passaram a ser movimentados pela empresa
Bacchus Assets Limited, uma offshore acrescentada à conta com autorização para
realizar depósitos e retiradas. A empresa tem sede no paraíso fiscal de
Tortola, nas Ilhas Virgens Britânicas, território ultramarino do Reino Unido.
Os dados, porém, não
dão pistas de como os recursos desses 31 empresários, parentes e diretores de
empresas de ônibus do Rio foram parar no exterior. A reportagem mostra,
contudo, que 23 das 31 pessoas relacionadas tiveram as contas no HSBC de
Genebra abertas num intervalo de 34 dias, concentrado em maio e junho de 1990.
O período é cerca de dois meses após de o então presidente Fernando Collor de
Mello ter determinado o confisco de contas, poupanças e investimentos dos
brasileiros.
A reportagem mostra
ainda que, além da família Barata, a lista do HSBC traz nomes como o de
Generoso Martins das Neves, administrador da empresa Braso Lisboa. Em 2006 e
2007, ele mantinha US$ 3,3 milhões em uma conta conjunta com parentes, aberta
de 3 de agosto de 1989.
Ernesto e Elza
Ribeiro Martins, sócios da empresa Rodoviária A. Matias, também eram clientes
do HSBC na Suíça, segundo a reportagem. Ele atua como diretor da Auto Viação
Tijuca. Na época do extrato, ambos compartilhavam US$ 5,4 milhões.
Outros sócios da
Rodoviária A. Matias também mantinham dinheiro na Suíça. Leonel Neves Barbosa,
Amelia Raquel Neves de Noronha Barbosa e Claudia Neves Barbosa tinham, em 2006
e 2007, US$ 4,8 milhões, divulgou o blog do jornalista.
Segundo a reportagem,
a família Barata nega a existência das referidas contas, mas os demais sócios e
diretores não responderam.
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