A
possibilidade de um acordo com o PT para a definição da composição da
presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos
Deputados rachou a bancada evangélica. Nesta tarde foi iniciada uma negociação
para que o Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) e Jean Wyllys sejam vice-presidentes
do colegiado, mas um grupo de deputados da bancada se irritou. Disseram não ter
sido consultados.
"Não houve
diálogo com a bancada para fechar o entendimento. O acordo anunciado não
existe", afirmou Marcos Rogério (PDT-RO). O deputado disse que o grupo
ainda não tem uma posição definida sobre a composição da comissão, mas que até
esta quinta-feira, 12, voltarão a conversar sobre uma saída para o
impasse.
Na impossibilidade de
apresentar uma candidatura avulsa contra o indicado oficial, o petista Paulo
Pimenta (RS), deputados da bancada evangélica se viram diante da possibilidade
de lançar Feliciano para vice. O acordo preliminar previa que outra vaga de
vice fosse destinada a Jean Wyllys, defensor da causa LGBT e adversário
político de Feliciano. "A frente (evangélica) não fez acordo nenhum",
reclamou Anderson Ferreira (PR-PE).
A saída política para
o imbróglio que começou na semana passada foi costurado pelo PT a partir do
convite para que Jean Wyllys integrasse a comissão. Como o PSOL não tem direito
a uma vaga de titular, o PSB cedeu espaço para que o deputado pudesse disputar
o cargo. Os deputados da bancada evangélica, que tem força na comissão,
concordaram inicialmente em compor a Mesa do colegiado e a terceira
vice-presidência deve ficar com Rosângela Gomes (PRB-RJ). Agora, o grupo
descontente diz que a escolha do comando da comissão não se dará por acordo e
sim no voto.
A última tentativa
dos evangélicos de assumir o controle da CDHM foi com a articulação para
indicação de Anderson Ferreira. Autor do polêmico projeto do Estatuto da
Família (que define o conceito de família a partir da união entre um homem e
uma mulher), Ferreira ameaçava lançar candidatura avulsa contra o petista. Para
garantir que o acordo de líderes partidários fosse mantido e o PT ficasse com o
comando da comissão, o próprio líder da bancada, deputado Maurício Quintella
Lessa (PR-AL), assumiu a vaga de titular e tirou Ferreira do colegiado.
Na
semana passada, um impasse impediu a eleição da Mesa da CDHM. O deputado
evangélico Sóstenes Cavalcante (PSD-RJ) apresentou candidatura contrariando o
acordo de líderes. Com a insistência de Sóstenes, o PSD decidiu colocá-lo na
suplência da comissão de modo a impedir que ele disputasse o cargo. O
parlamentar chegou a entrar com uma liminar na Justiça para disputar a eleição,
mas a ação ainda não foi julgada.
A reunião para
eleição da Mesa da CDHM chegou a ser aberta nesta tarde, mas em seguida foi
suspensa por causa do andamento da sessão conjunta do Congresso Nacional. A
sessão será retomada na quinta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário