Na
avaliação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, as informações
prestadas pelo ex-diretor da área de informática da Câmara dos Deputados Luiz
Antonio Souza da Eira a investigadores da Lava Jato "reforçam as suspeitas
de que os arquivos foram de autoria do Deputado Federal Eduardo Cunha",
escreveu Janot em pedido de diligência encaminhado ao Supremo Tribunal Federal
(STF). Os arquivos citados pelo procurador foram criados em 2011 e são alvo do
inquérito no qual o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é
investigado por suposto envolvimento na Lava Jato.
Como
revelou o Estado,
o mandado de requisição de documentos realizado no início da semana na Câmara
dos Deputados foi motivado por depoimento prestado por Eira no dia 29 de abril,
um dia depois de ter sido demitido do cargo de diretor da área de informática
da Câmara por Eduardo Cunha.
Durante
seu depoimento, Eira deu explicações técnicas aos investigadores sobre o
funcionamento do sistema da Câmara e deu mais evidências de que o arquivo
investigado na Lava Jato é de autoria de Cunha.
Investigadores
buscam informações sobre dois requerimentos feitos na Câmara em 2011, de
autoria da ex-deputada federal Solange Pereira de Almeida (PMDB-RJ), hoje
prefeita da cidade de Rio Bonito, no Estado do Rio de Janeiro. A suspeita é de
que as representações tenham sido arquitetadas por Cunha, com base em
depoimento do doleiro Alberto Youssef, um dos delatores da Lava Jato.
O
doleiro disse ao Ministério Público que o presidente da Câmara seria um dos
beneficiários das propinas vindas do esquema envolvendo m um contrato de
aluguel de um navio-plataforma das empresas Samsung e Mitsui. Ele teria
encomendado os pedidos de auditoria dos contratos entre Mitsui, Samsung e
Petrobrás como uma "ameaça", após o pagamento de propina ter sido
suspenso. Cunha tem negado qualquer favorecimento no esquema.
O
requerimento é alvo das investigações da Lava Jato depois de o doleiro Alberto
Youssef ter dito a investigadores que Cunha seria um dos beneficiários das
propinas vindas do esquema envolvendo m um contrato de aluguel de um
navio-plataforma das empresas Samsung e Mitsui. Ele teria encomendado os
pedidos de auditoria dos contratos entre Mitsui, Samsung e Petrobrás como uma
"ameaça", após o pagamento de propina ter sido suspenso. Cunha tem
negado qualquer favorecimento no esquema.
A
notícia de que Eira havia sido demitido chamou a atenção dos investigadores que
cuidam da Lava Jato. Para justificar a demissão do diretor, Cunha sugeriu que
houve uma "revolta" do departamento de informática depois de ele ter
determinado mudança na carga horária dos funcionários. O presidente da Câmara
negou que a exoneração de Eira tenha sido motivada pela reportagem e disse
ainda que pediu uma investigação na área de TI. Segundo ele, a mudança de carga
horária teria gerado uma "manipulação" da área de TI contra ele após
a determinação para que os servidores da informática cumprissem a carga horária
de 40 horas semanais.
PETROBRAS PEDE NA JUSTIÇA RESSARCIMENTO DE R$1,3 BI DE
EMPREITEIRAS DA LAVA JATO
A companhia já
acionou na Justiça as construtoras Engevix e a Mendes Junior e alguns dos seus
executivos, e deverá entrar com ação contra outras três empresas, disse a
assessoria de imprensa da Petrobras.
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