Um
ex-funcionário do Teatro Arthur Azevedo contou na redes sociais detalhes dos
bastidores do Teatro Arthur Azevedo. As coisas lá não anda nada bem e as
críticas a Américo Azevedo são constantes tanto por parte de funcionários e
também de artistas.
Aliás, a Cultura tem
sido uma das pastas mais problemáticas para o governador Flávio Dino nestes 10
meses. Tanto é que o governador foi obrigado a colocar o advogado Felipe
Camarão no lugar da Ester Marques para tentar arrumar a casa.
Mais pelo jeito, as
coisas ainda estão longe do que imaginam Felipe Camarão e Flávio Dino.
Vejam o que escreveu
Evoé Dionísio:
“É natural que no
processo de mudança da administração pública ocorram trocas, bem como que
natural que ocorram permanências para que na dialética da relação entre o novo
(com seu gérmen de mudança) e o antigo (com sua experiência) ocorra a síntese
equilibrada do porvir, que usualmente aponta para algo positivo. Mas o que dizer
quando isso não ocorre? É preciso trazer a lume os desencaixes, as arestas, as
incongruências e refletir sobre as formas, para que não se repitam os erros do
passado ou se gaste energia se iludindo com um “futuro” nebuloso.
Trabalhei durante 7 anos
no Teatro Arthur Azevedo sendo que na gestão atual fui mantido no cargo apenas
por conveniência (bem como foi conveniente para mim permanecer por lá até
então.) mas, como era de se esperar, fui dispensado. Como a dispensa foi
indireta, não me faço de rogado em dizer o que penso para que, da mesma forma
indireta, a Direção tome conhecimento, apesar de já saber (quem trabalhou
comigo sabe que nunca omiti meus juízos), de como avalio o seu modelo de
gestão, diga-se logo que é o oposto do que defendi acima sobre síntese.
A nova gestão do teatro
fetichisa o burocrático e alia a isso a vaidade que advém do ‘poder’, mesclando
discursos totalitaristas (“fica quem quer, se não for do nosso jeito mandamos
embora”) a atitudes administrativas que beiram ao assédio moral. Talvez
classifiquem meu discurso como reacionário, e queiram me desclassificar por não
trabalhar mais no teatro, mas o que discorro são apontamentos que corroboram
com todo um rosário de acontecimentos que há muito circulam em blogs e whatsapp
da vida.
Fazendo um balanço desse
tempo de trabalho, hoje posso falar com propriedade do que é uma gestão que
busca a participação social, pela experiência ao avesso. À nova Direção e
Administração do Teatro Arthur Azevedo o que tenho a dizer é: respeitem esse
templo, sejam mais éticos, tentem trabalhar em equipe – se ouvindo e ouvindo do
pequeno ao maior de vocês – desconstruam essa ilusão de poder, o teatro não é
de vocês – apesar de ter ouvido em algumas situações “meu teatro” -, lembrem
que a missão principal da administração pública é SERVIR o povo, valorizem o
material humano que trabalha COM vocês (entenderam? COM vocês e não PARA
vocês).
Sejam mais atentos a
realidade da produção artística maranhense, vejam os produtores como parceiros
nessa batalha que é difundir e produzir arte no Maranhão e busquem mais a
compreensão das dificuldades ao invés de desclassificar seus esforços com
normas engessadas e tarifas abusivas.
Os estagiários podem
muito mais! São produtores de conhecimento! Pensem em publicações, em
laboratórios de pesquisa… São tantas as possibilidades pedagógicas passíveis de
serem desenvolvidas ao invés de eliminar o plano de estágio. Vocês têm (acho!)
mais 3 anos pela frente, sabemos que existem prioridades no governo e,
considerando a política nacional, essa megalomania (teatro como autarquia, mais
de 60 cargos, vencimentos vultosos, etc…) não se realizará.
Trabalhem e preocupem-se
mais em servir ao invés de ganhar. Desçam do salto, coloquem terra nos pés e
arregacem as mangas para garantir que esse símbolo da cultura maranhense se
desenvolva como espaço de difusão e produção de cultura, permitindo o acesso
democrático a todos! E que o Teatro Arthur Azevedo permaneça como instrumento
de transformação social".
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