domingo, 25 de outubro de 2015

PÉRICLES NUNES - DE SONS, LUZES E CORES

Ritimista do Asas do Samba
Ele nasceu artista e sempre carregou na composição dos seus dias, as matizes que fazem da natureza morta, um sopro de vida na infinita perspectiva de sua visão aguda, transformada em traços e pinceladas que se eternizam na solidão da tela.
Péricles com o poeta Paulo Campos e com Zé Lopes

Esse é Péricles Augusto de Carvalho Nunes. Menino bacabalense, ele foi, e é, perfeito em tudo que fazia e faz, começando pela maestria em que fazía uma pipa, ou mesmo uma andorinha (pipa em formato de pássaro construída com 21 talas). Não diferente dos outros moleques de sua época, ele criava passarinhos, jogava peteca, batia bola, jogava pião e pescava e banhava no rio Mearim, sempre acompanhado do seu cachorro Rintintin.

Óleo sobre tela - Os dançarinos
Remanescente da safra que revelou grandes nomes como Otávio Filho, Abel Carvalho, Zé Lopes, Osvaldino Pinho, Antônio Sobrinho, Assisinho, The Paul, Márcio Noleto, Galego, Luis Carlos, Flávio Passarinho, Raimundinho, todos regidos pela batuta do velho maestro Tchacathá, Péricles sempre assumiu posição de destaque no grupo.

Filho do empresário Raimundo Nunes e da dona de casa Nanci Luz de Carvalho Nunes, Péricles sempre teve inclinações para a arte, aprendeu a cantar, tocar violão (tinha o melhor dedilhado entre todos os violonistas da sua época) chegando a cantar, de autoria de Zé Lopes, no Festival Intermunicipal da Canção – Bacabal, o clássico “Oitavo Sentido”, depois gravada por Perboire Ribeiro no CD Nossa Voz. Uma das suas canções prediletas era “E agora José”, poema de Carlos Drumond musicado e cantado por Paulo Diniz. Entre tantos dons musicais, ele foi ritmista da bateria de sua escola de coração, o Asas do Samba. 

Formado em administração de empresas pela UFMA – Universidade Federal do Maranhão, Péricles foi também autodidata na ciência de experimentos, chegando a ter em casa um laboratório com dezenas de tubos de ensaios.

Zé Lopes, Péricles. Flávio Passarinho e Otávio Filho

Irmão de Raimundo Nunes Filho, Jane Eire, José Antonio, Regina Celi, Cladna Marinéia, Henrique Franklin e Ana Cleyde de Carvalho Nunes, Péricles iniciou seus estudos  no Colégio Nossa Senhora da Conceição de Dona Alice Mendes, de lá para o colégio Nossa Senhora dos Anjos.

Péricles sempre foi amante do bom, do belo. Sempre gostou de se vestir a caráter e frequentar os melhores lugares. Regozijando de boas e muitas amizades ele foi bancário e hoje se alimenta de arte.

Espírita Kardecisata, ele é um ser de luz, e como um grande artista plástico, consegue transpor para as suas telas, toda loucura racional que emana da sua inspiração, desde uma simples flor, até a mais rebuscada natureza  morta.

Péricles é uma mistura homogênea de luz, som, cor, traços, tinta, pincel, lapis, giz e tudo mais que define arte e a sua arte, aos olhos do mundo, lá no fundo, guarda tudo de sentimento. É a arte final, é o quadro pronto é o movimento materializado na mais bela aquarela exposta no salão dos anos.
É vernissage, guernica, Péricles, uma vida em traços de luz.
Natureza morta - Acervo de Zé Lopes
Flores - Acervo de Janete Waléria

Nenhum comentário:

Postar um comentário