Ritimista do Asas do Samba |
Ele nasceu artista e sempre carregou na composição
dos seus dias, as matizes que fazem da natureza morta, um sopro de vida na
infinita perspectiva de sua visão aguda, transformada em traços e pinceladas
que se eternizam na solidão da tela.
Péricles com o poeta Paulo Campos e com Zé Lopes |
Esse é Péricles Augusto de Carvalho Nunes. Menino
bacabalense, ele foi, e é, perfeito em tudo que fazia e faz, começando pela
maestria em que fazía uma pipa, ou mesmo uma andorinha (pipa em formato de
pássaro construída com 21 talas). Não diferente dos outros moleques de sua
época, ele criava passarinhos, jogava peteca, batia bola, jogava pião e pescava
e banhava no rio Mearim, sempre acompanhado do seu cachorro Rintintin.
Óleo sobre tela - Os dançarinos |
Filho do empresário Raimundo Nunes e da dona de casa Nanci Luz de Carvalho Nunes, Péricles sempre teve inclinações para a arte, aprendeu a cantar, tocar violão (tinha o melhor dedilhado entre todos os violonistas da sua época) chegando a cantar, de autoria de Zé Lopes, no Festival Intermunicipal da Canção – Bacabal, o clássico “Oitavo Sentido”, depois gravada por Perboire Ribeiro no CD Nossa Voz. Uma das suas canções prediletas era “E agora José”, poema de Carlos Drumond musicado e cantado por Paulo Diniz. Entre tantos dons musicais, ele foi ritmista da bateria de sua escola de coração, o Asas do Samba.
Formado em administração de empresas pela UFMA –
Universidade Federal do Maranhão, Péricles foi também autodidata na ciência de
experimentos, chegando a ter em casa um laboratório com dezenas de tubos de
ensaios.
Zé Lopes, Péricles. Flávio Passarinho e Otávio Filho |
Irmão de Raimundo
Nunes Filho, Jane Eire, José Antonio, Regina Celi, Cladna Marinéia, Henrique
Franklin e Ana Cleyde de Carvalho Nunes, Péricles iniciou seus estudos no Colégio Nossa Senhora da Conceição de Dona
Alice Mendes, de lá para o colégio Nossa Senhora dos Anjos.
Péricles sempre foi amante do bom, do belo. Sempre gostou de se vestir a caráter e frequentar os melhores lugares. Regozijando de boas e muitas amizades ele foi bancário e hoje se alimenta de arte.
Espírita Kardecisata, ele é um ser de luz, e como um grande artista plástico, consegue transpor para as suas telas, toda loucura racional que emana da sua inspiração, desde uma simples flor, até a mais rebuscada natureza morta.
Péricles é uma mistura homogênea de luz, som, cor, traços, tinta, pincel, lapis, giz e tudo mais que define arte e a sua arte, aos olhos do mundo, lá no fundo, guarda tudo de sentimento. É a arte final, é o quadro pronto é o movimento materializado na mais bela aquarela exposta no salão dos anos.
É vernissage, guernica, Péricles, uma vida em traços de luz.
É vernissage, guernica, Péricles, uma vida em traços de luz.
Natureza morta - Acervo de Zé Lopes |
Flores - Acervo de Janete Waléria |
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