O
Sindicato dos Servidores da Assembleia Legislativa do Maranhão (SINDSALEM) vem
a público esclarecer os motivos que levaram a categoria a deflagrar Greve
geral iniciada na segunda-feira (19) por tempo indeterminado.
Primeiramente, vale
ressaltar que o parlamento brasileiro, como um todo, é considerado ineficiente
pela sociedade, que o vê como um mero cabide de emprego e de benefícios
astronômicos para seus funcionários. No entanto, os servidores estáveis e
efetivos da Assembleia Legislativa do Maranhão (ALEMA), que encabeçam essa
greve, não fazem parte desse cabide, não recebem salários exorbitantes e nem
compactuam com o uso abusivo e indevido do dinheiro público.
Desde 2011, os
servidores do legislativo estadual discutem com a ALEMA a reforma do seu Plano
de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV). Se tivesse sido aprovada pela Casa,
a reforma garantiria mobilidade e possibilidade de ascensão na carreira,
salários dignos com correção anual, além de qualidade no trabalho – condições
que, se satisfeitas, possibilitariam uma prestação de serviços ainda mais
eficiente à população.
Passado vários anos e
com intensas mobilizações, os servidores conseguiram, em junho de 2015, assinar
um acordo com a Mesa Diretora da ALEMA, presidida pelo deputado Humberto
Coutinho.
Na ocasião, a categoria
– representada pelo SINDSALEM – se comprometeu a suspender as mobilizações,
enquanto a referida Mesa se comprometeu a aprovar a reforma do PCCV até o
último dia 05 de outubro, com a aplicação do novo plano a partir de janeiro de
2016. Infelizmente, o acordo assinado e publicado no Diário Oficial da ALEMA
virou letra morta.
Os argumentos utilizados
pela Casa para não atender à reivindicação dos 463 servidores estáveis e
efetivos foi o baixo orçamento da ALEMA para 2016, além dos recentes ganhos
obtidos pela categoria em junho de 2015. É importante ressaltar, mais uma vez,
que os servidores estáveis e efetivos representam menos de 20% da folha de
pagamento da Casa, enquanto o restante (mais de 80%) serve para pagar
servidores comissionados (1.463), muitos destes, FANTASMAS, como pode ser
constatado em levantamento disponível no site www.sindsalem.org.br.
Tais argumentos perdem
força por dois motivos. Em primeiro lugar, é importante frisar que houve um
acréscimo de mais de R$ 40.000.000,000 (quarenta milhões de reais) no orçamento
da ALEMA para 2016. Além disso, bastava enxugar a folha com a exoneração de
vários servidores comissionados FANTASMAS, o que contribuiria ainda mais com a
positividade do orçamento, além de melhorar a transparência dos gastos
públicos.
Em segundo lugar,
deve-se esclarecer que os servidores aceitaram receber ganhos inferiores aos
que seriam proporcionados pela reforma do PCCV para o ano de 2015 em troca da
aplicação do novo plano a partir de janeiro de 2016.
Diante do exposto, os
servidores do legislativo estadual pedem o apoio e a compreensão de toda a
sociedade com a expectativa de que, em breve, possa ocorrer um desfecho
favorável que permita a categoria voltar as suas atividades normalmente.
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