O que é Microcefalia?
Microcefalia é uma
condição neurológica rara em que a cabeça e o cérebro da criança são
significativamente menores do que os de outras da mesma idade e sexo. A
microcefalia normalmente é diagnosticada no início da vida e é resultado do
cérebro não crescer o suficiente durante a gestação ou após o nascimento.
Crianças com
microcefalia têm problemas de desenvolvimento. Não há uma cura definitiva para
a microcefalia, mas tratamentos realizados desde os primeiros anos melhoram o
desenvolvimento e qualidade de vida. A microcefalia pode ser causada por uma
série de problemas genéticos ou ambientais.
Causas
Microcefalia é o
resultado do crescimento abaixo do normal do cérebro da criança ainda no útero
ou na infância. A microcefalia pode ser genética. Algumas outras causas da
microcefalia são:
- Malformações do sistema nervoso central
- Diminuição do oxigênio para o cérebro
fetal: algumas complicações na gravidez ou parto podem diminuir a
oxigenação para o cérebro do bebê
- Exposição a drogas, álcool e certos
produtos químicos na gravidez
- Desnutrição grave na gestação
- Fenilcetonúria materna
- Rubéola congênita na gravidez
- Toxoplasmose congênita na gravidez
- Infecção congênita por citomegalovírus.
Doenças genéticas que
causam a microcefalia podem ser:
- Síndrome de Down
- Síndrome de Cornelia de Lange
- Síndrome Cri du chat
- Síndrome de Rubinstein - Taybi
- Síndrome de Seckel
- Síndrome de Smith-Lemli–Opitz
- Síndrome de Edwards.
A microcefalia
normalmente é detectada nos primeiros exames após o nascimento em um check-up
regular. Contudo, caso você suspeite que a cabeça de seu bebê é menor do que a
de outros da mesma idade ou não está crescendo como deveria, fale com seu
médico.
O Ministério da Saúde
confirmou recentemente a relação entre o Zika vírus e o surto de casos de microcefalia no
nordeste do país em 2015. A febre zika, ou simplesmente zika vírus, é uma
infecção causada pelo vírus ZIKV, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti,
mesmo transmissor da dengue e da febre
chikungunya. Por se tratar de algo novo, não descrito
anteriormente na literatura médica, ainda não se sabe exatamente como funciona
a relação entre os problemas.
De acordo com o
Ministério da Saúde, as investigações sobre microcefalia e o Zika vírus devem
continuar para esclarecer questões como a transmissão desse agente, a sua
atuação no organismo humano, a infecção do feto e período de maior
vulnerabilidade para a gestante. Em análise inicial, o risco está associado aos
primeiros três meses de gravidez.
DIAGNÓSTICO E EXAMES
Buscando ajuda médica
A microcefalia
normalmente é detectada pelo médico nos primeiros exames após o nascimento em
um check-up regular. Contudo, caso você suspeite que a cabeça de seu bebê é
menor do que a de outros da mesma idade ou não está crescendo como deveria,
fale com seu médico.
Na consulta médica
Especialistas que
podem diagnosticar uma microcefalia são:
- Clínico geral
- Pediatra
- Neurologista
- Neurologista infantil.
Estar preparado para
a consulta pode facilitar o diagnóstico da microcefalia. Dessa forma, você já
pode chegar à consulta com algumas informações:
- Uma lista com todos os sintomas e há
quanto tempo eles apareceram
- Histórico médico, incluindo outras
condições que o paciente tenha e medicamentos ou suplementos que ele tome
com regularidade
- Se possível, peça para uma pessoa te
acompanhar.
O médico
provavelmente fará uma série de perguntas, tais como:
- Você consumiu algum medicamento na
gestação?
- Você teve alguma doença na gestação?
- Você fez uso de álcool, cigarro ou
outras drogas na gestação?
- Desde quando você notou a diferença no
tamanho da cabeça da criança?.
Também é importante
levar suas dúvidas para a consulta por escrito, começando pela mais importante.
Para microcefalia, algumas perguntas básicas incluem:
- Qual é a causa mais provável da microcefalia?
- Meu filho precisa de quaisquer testes
adicionais? Se assim for, estes testes requerem qualquer preparação
especial?
- Quais são os tratamentos disponíveis
para a microcefalia?
- Qual você acha que é o mais indicado o
meu filho?
- Caso tenha mais filhos, quais os riscos
de eles terem microcefalia?
- Há algum folheto, site ou outros
materiais nos quais consiga mais informações sobre microcefalia?.
Não hesite em fazer
outras perguntas sobre microcefalia, caso elas ocorram no momento da consulta.
Diagnóstico de Microcefalia
A microcefalia é
diagnosticada por meio do acompanhamento do crescimento e desenvolvimento da
criança. O médico irá colocar uma fita métrica em torno da cabeça e medir seu
tamanho. Esta medida e também o tamanho da criança serão feitas durante os
primeiros anos de vida e comparadas com uma tabela padronizada a fim de
determinar se a criança tem microcefalia.
O médico também pode
solicitar exames como: tomografia computadorizada da cabeça, ressonância
magnética e exames de sangue para ajudar a determinar a causa da microcefalia.
TRATAMENTO E CUIDADOS
Tratamento de Microcefalia
Não há tratamento
medicamentoso para a microcefalia que possa ser capaz de fazer a cabeça da
criança voltar ao normal. É orientado realizar terapias para melhorar as
habilidades da criança, como a fala. Portanto, o médico poderá recomendar a
fisioterapia, terapia ocupacional e outras formas de tratamentos orientadas.
CONVIVENDO/PROGNÓSTICO
Convivendo/ Prognóstico
O diagnóstico de
microcefalia pode despertar nos pais uma série de emoções, como medo,
preocupação, tristeza e culpa. Portanto é importante buscar:
- Ajuda de uma equipe profissional de
confiança: Procure médicos, professores e terapeutas em que confia
- Apoio de outras famílias que lidam com a
mesma situação. Você pode buscar esse apoio em sua comunidade ou pela
internet.
Complicações possíveis
A criança com
microcefalia pode apresentar:
- Déficit intelectual
- Atraso nas funções motoras e de fala
- Distorções faciais
- Nanismo ou baixa estatura
- Hiperatividade
- Epilepsia
- Dificuldades de coordenação e equilíbrio
- Alterações neurológicas.
Algumas crianças com
microcefalia podem não apresentar problemas de aprendizado.
PREVENÇÃO
Se a causa da microcefalia for genética é
possível preveni-la. Por isso é importante fazer o aconselhamento genético
antes de engravidar.
Além disso, a melhor
forma de se prevenir não só a microcefalia, mas diversas outras condições de
saúde, é a realização do pré-natal durante a gravidez.
Dentre as
recomendações médicas para prevenir a microcefalia também estão:
Não ingerir álcool
durante a gravidez: o consumo de álcool predispõe o bebê a diversas doenças,
como Síndrome do Alcoolismo Fetal e microcefalia.
Não utilizar
medicamentos sem a orientação médica: alguns medicamentos podem interferir na
formação fetal, inclusive causando uma má formação do cérebro como a
microcefalia. É importante que a gestante não tome nenhum tipo de medicamento
sem orientação médica.
Evitar contato com
pessoas com febre ou infecções: qualquer infecção pode dar alguma alteração no
desenvolvimento do feto, desde uma rubéola e citomegalovírus, até a dengue,
febre zika e febre chikungunya. Por isso é importante evitar a exposição geral
a doenças.
Proteger-se da picada
dos mosquitos: como há a possibilidade da microcefalia ser causada pelo vírus
zika, que por sua vez é transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti -
além das complicações já sabidas nos casos de dengue, por exemplo - uma das
recomendações do Ministério da Saúde é evitar se expor ao mosquito. O que pode
ser feito eliminando os criadouros dele, ou seja, retirar recipientes que
tenham água parada e cobrir adequadamente locais de armazenamento, além do uso
de repelentes indicados para gestantes
Por Dr. Otávio Pinho Filho
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