Pesquisadores da Universidade Estadual do Maranhão
mostraram como é difícil combater o mosquito Aedes aegypti na região
metropolitana de São Luís.
Chega um e joga lixo na praça, chega outro e
despeja entulho e o que era uma praça, virou um lixão clandestino. A praça do
lixo é em São Luís, mas o problema se repete em outras cidades da região
metropolitana. Até pertinho da praia, em São José de Ribamar, tem lugar virando
depósito pra todo tipo de lixo. O descaso virou tema da aula dos alunos de
oceanografia.
“Afeta as comunidades biológicas. Os animais do
mesolitoral. É um impacto muito grande de degradação”, alerta Larissa Barreto,
professora da UFMA.
Um pesquisador da Universidade Estadual do Maranhão
identificou 490 lixões clandestinos só na capital São Luís.
“Contamina o solo. Temos hoje mais de quatro mil
poços espalhados em toda a cidade e alguns são poços freáticos, que se
contaminam facilmente pelo chorume, que é um produto resultante da decomposição
desses resíduos”, explica Lúcio Macedo, sanitarista e pesquisador da UEMA.
Nem o mangue, às margens de um braço de mar,
escapou da sujeira. Outra praça cheia de casas por perto já ganhou até um
funcionário da prefeitura para “organizar” o lixo irregular. Neste outro lixão,
a 10 km do Centro, há uma ordem judicial para a prefeitura interditar o lugar,
sob pena de multa diária de R$ 10 mil. A multa já passa dos R$ 3 milhões e
nada.
Em outro lugar que não é apropriado pra virar
lixão, aos poucos o lixo foi sendo colocado. Foi acumulando e ganhou uma grande
dimensão. É até difícil de acreditar, mas isso tudo está numa área residencial:
há casas ao redor, famílias vivem ali.
Há uma “montanha” de lixo na cidade de Raposa, em
uma área de preservação ambiental.
“É muito forte. Para mim, que sou cardíaca, isso é
a morte. Isso aqui está me matando”, afirma Eva Melo, auxiliar de serviços
gerais.
Usar máscara em casa tem sido o jeito pra aguentar
tanto mau cheiro e sem falar no perigo da transmissão de doenças pelo mosquito
Aedes aegypti.
“Nós temos a incomodidade de acúmulo de água parada
agora principalmente em pneus, causando a proliferação de mosquitos da dengue,
da chikungunya, da zika. Então, é um problema sério de saúde pública, de meio
ambiente”, destaca Lúcio Macedo, sanitarista e pesquisador da UEMA.
As prefeituras de São José de Ribamar e de Raposa
informaram que recolhem o lixo e que orientam os moradores a não despejar
resíduos nos terrenos e praias. E a prefeitura de São Luís declarou que recolhe
300 toneladas por dia de lixo descartado irregularmente. E que tem investido na
conscientização da população para diminuir o problema.
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