Deputados
da bancada de oposição na Assembleia Legislativa responsabilizaram o governo
Flávio Dino (PCdoB) pelo recorde de fechamento de postos de trabalho registrado
no Maranhão pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Os dados,
divulgados na terçafeira, 22, pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social
(MTPS), apontam para o fechamento de 9.203 postos de trabalho com carteira
assinada no Maranhão, só nos meses de janeiro e fevereiro deste ano.
Para o
deputado Edilázio Júnior (PV), a gestão comunista não tem conseguido incentivar
a geração de emprego atrás da garantia de condições para a manutenção dos postos
de trabalho pelas empresas. “Falta incentivo”, destaca.
Segundo
ele, em vez de incentivar a indústria e o comércio, Flávio Dino apenas aumenta
impostos.
“O
governador Flávio Dino não propôs incentivo algum ao mercado e não adotou medidas
que poderiam ir de encontro à crise. Pelo contrário, aumentou impostos, como o
ICMS, assistiu inerte ao fechamento de empresas em todas as regiões do estado,
conseguiu promover uma queda abrupta do PIB do Maranhão e aumentou os gastos
com pessoal na sua administração, uma incoerência”, pontuou.
A líder
do bloco de oposição, deputada Andrea Murad (PMDB), aponta “falhas graves” da
política de geração de emprego e renda do governo Flávio Dino. Na avaliação da
peemedebistas, o resultado de agora é um dos efeitos, por exemplo, da
paralisação de várias obras do Executivo que haviam sido contratadas a partir
da contração de um empréstimo no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES).
“Eram
várias empresas, direta e indiretamente, envolvidas nas centenas de obras que
quebraram com a medida drástica de um governador que possuía todos os
mecanismos para manter a engrenagem do desenvolvimento, diferente inclusive da
realidade nacional”, ressaltou.
Números – Segundo os dados do Caged, em
janeiro já haviam sido eliminados mais de 3 mil empregos celetistas no estado.
E pelos dados de fevereiro, foram perdidas 5.833 vagas, equivalentes à redução
de 0,63% em relação ao estoque de assalariados com carteira assinada do mês
anterior.
Pelo
levantamento do Caged, as atividades que mais contribuíram para a queda de
vagas no mercado de trabalho maranhense nos dois primeiros meses do ano foram,
principalmente, a construção civil (5.127 postos), comércio (2.242 postos),
indústria de transformação (655 postos) e serviços (438 postos). Até mesmo o
setor agropecuário registrou eliminação de vagas de trabalho: 277.
Na série
com ajustes, nos últimos 12 meses verificouse declínio no nível de emprego
formal no estado, que em números absolutos correspondem a 19.022 postos de
trabalho que foram fechados no Maranhão.
Em todo o
país, segundo o Caged, houve uma queda de 104.582 empregos com carteira
assinada em fevereiro. O saldo, que é resultado de 1.276.620 admissões e
1.381.202 desligamentos, equivale a uma variação negativa de 0,26% no estoque
de empregos, comparada com o mês anterior.
Ao
comentar o assunto, o líder do PV na Assembleia Legislativa, deputado Adriano
Sarney, afirmou que o aumento do desemprego no Maranhão, mas do que motivado
por fatores nacionais, é fruto de uma “política econômica equivocada” do
governo Flávio Dino (PCdoB).
Para ele,
todas as recentes medidas do Executivo surtiram efeito negativo na economia
maranhense.
“O
governo estadual que aumenta tributos, reduz investimentos públicos, incha a
máquina, entre outras medidas incompatíveis com o combate à crise econômica que
o país vive”, disse.
Na semana
passada o parlamentar verde já havia se manifestado sobre a queda de 5% no Produto
Interno Bruto (PIB) do Maranhão em 2015, o pior desempenho do Nordeste,
juntamente com o da Paraíba (5,1%).
Em
discurso na tribuna da Assembleia Legislativa, ele fez uma avaliação da
economia do estado. Segundo Adriano, o corte de investimentos do governo, o
inchaço da máquina pública, o aumento de impostos e a falta de políticas
anticíclicas foram fatores determinantes para a queda do PIB estadual.
“É com
tristeza que subo à tribuna para relatar um estudo feito pelo jornal Valor
Econômico. Nesse levantamento, o Maranhão se destaca como um dos piores do
Brasil em crescimento econômico em 2015. É triste a situação atual por que
desde 2010 o estado vinha crescendo a uma escala de 10% ao ano, acima da média
nacional”, afirmou o deputado.
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