Pressionado pelos policiais militares devido a sua fraca atuação
em prol de sua categoria, o deputado estadual Cabo Campos (DEM) proporcionou na
Tribuna da Assembleia Legislativa uma crise de ciúme tola e desnecessária.
Cabo
Campos demonstrou ciúmes pelo fato do deputado estadual Wellington do Curso
(PP) ter assegurado, também na Tribuna, que a premiação promovida pelo Governo
Flávio Dino aos policiais militares que mais apreenderam armas de fogo no
Maranhão foi iniciativa sua, conforme o Blog destacou. A informação inclusive
foi retirada do site da Assembleia Legislativa (reveja).
Para
Campos, a atuação de Wellington em favor da PM corresponde à falta de ética
parlamentar. Ele sugeriu que o colega fosse obrigado a pedir autorização para
tratar do tema, sob a justificativa de que é ele quem representa a categoria no
Legislativo.
“Se
esta Casa Parlamentar não tiver ordem, isso aqui vai virar uma bagunça. A
questão da ética parlamentar tem que existir. Vossa excelência é dono de um
cursinho. Vossa excelência é um professor. Vossa excelência não pode, para uma
defesa de uma classe, uma categoria, passar por cima de outro parlamentar. Nós
temos aqui um termo que os deputados levantam a mão e dizem assim: ‘Eu quero
subscrever, deputado, com sua permissão, tal proposição’. É ético, é moral, é
legal, tem decência, como a Bíblia diz, como a Bíblia diz. Deputado, a sua
estrela já brilha e brilha muito, mas, por favor, não apague a minha”,
ressaltou Cabo Campos.
O
problema é quem fala o que quer, ouve também o que não quer, e a resposta foi
ainda mais cruel para o deputado que deveria efetivamente representar a Polícia
Militar do Maranhão.
“Deputado
Cabo Campos, com todo respeito a vossa excelência, a Polícia Militar não é sua.
E como deputado estadual, vou continuar defendendo a Polícia Militar. Se vossa
excelência tanto defende, vamos defender os policiais e reabrir a mesa de
diálogo com a Comissão de Segurança [da Casa], com os deputados, com os
policiais. Não é puxando para um lado, e sim para todos. Nós somos deputados
estaduais independentemente de base do Governo ou de oposição”, destacou
Wellington, que ainda afirmou ter sido o único parlamentar a participar da
reunião realizada pela Associação de Esposas dos Policiais Militares do
Maranhão.
A
questão é que o atrelamento de Cabo Campos ao Governo Flávio Dino tem lhe
deixado “engessado” na verdadeira luta pela Polícia Militar do Maranhão e com a
proximidade do pleito de 2018, seu desgaste diante da categoria e as atuações
de outros parlamentares em defesa dos policiais militares, como Sousa Neto
(PROS) e o próprio Wellington, acabaram incomodando.
Na
política, isso se chama o ônus e o bônus de ser governista, Cabo Campos fez a
sua escolha e os policiais militares irão fazer a sua em 2018.
Por Jorge Aragão
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