A
deputada estadual Andrea Murad (PMDB) entrou com uma representação contra o
governador Flávio Dino, o secretário de saúde Carlos Lula, a presidente da
EMSERH Ianik Leal e a Certa Medicamentos por atos de improbidade
administrativa. O documento protocolado na Procuradoria Geral de Justiça traz
um demonstrativo irrefutável da compra de medicamentos oncológicos acima do
preço praticado pela própria EMSERH e fortes indícios de privilégios à empresa
CERTA MEDICAMENTOS COMERCIAL LTDA. EPP na contratação sem processo licitatório.
“Esta é
apenas uma das representações de uma série que estamos preparando sobre os
contratos da EMSERH com empresas sem licitações. A compra do remédio
TEMOZOLOMIDA é um dos casos, com valor até 483% superior ao praticado pela
própria Empresa Maranhense de Serviços Hospitalares para privilegiar a CERTA
MEDICAMENTOS. Essa denúncia é grave, possui todos os documentos comprovatórios
como a Ata de registro de preços válida e o contrato de dispensa em caráter
emergencial que revelam o superfaturamento e caberá ao Ministério Público
investigar com mais profundidade essa denúncia. O fato principal é que a EMSERH
deixa de adquirir o remédio através de processo licitatório para comprar via
dispensa de licitação de uma outra empresa num valor absurdamente superior e o
que deveria ter feito era apenas um ofício requerendo a contratação da
aquisição do medicamento registrado em ata de registro de preço vigente”,
explica a deputada.
A representação
demonstra que, primeiro, a EMSERH realiza pregões para registrar preços do
TEMOZOLOMIDA. Em janeiro e abril de 2016, respectivamente, são assinadas duas
Atas de Registros de Preços (nº 020/2016-CCL e nº 050/2016-CCL) com valores R$
13,45 e R$ 13,40 para Temozolomida 20mg; e R$ 67,20 e R$ 67,00 para
Temozolomida 100mg, propostos pelas empresas SAN FARMACÊUTICA e ONCORIO
DISTRIBUIDORA. Porém, a EMSERH adquire os mesmos remédios em setembro através
de contratação direta com a CERTA MEDICAMENTOS nos valores de R$ 77,33
[Temozolomida 20mg] e R$ 390,67 [Temozolomida 100mg]. A própria Secretaria de
Estado da Saúde, ao emitir nota sobre o assunto em 7 de fevereiro deste ano,
falta com a verdade sobre as datas para o processo de compra do medicamento o que
está sendo contestado na representação da deputada Andrea Murad.
“As
explicações da Secretaria de Estado da Saúde, conforme nota anexa, não são
plausíveis, vejamos: fala que iniciou o processo para compra dos medicamentos
em agosto de 2016 e que o processo teve conclusão em novembro de 2016. Mas o
que foi comprovado é que o processo administrativo no 0253613/2015 – CLL
iniciou em 2015 e Pregão Eletrônico no 007/2016 – POE/MA foi concluído em 04 de
abril de 2016 com a assinatura da Ata de Registro de Preço no 050/2016
referente o medicamento TEMOZOLOMIDA 100mg e TEMOZOLOMIDA 20mg, conforme
documentos anexos. O que a EMSERH deveria ter feito era apenas requerer,
através de um simples ofício, a contratação dos medicamentos Temozolomida 100mg
e Temozolomida 20mg, registrados na Ata de Registro de Preço no 050/2016. Mas
preferiu abrir um novo processo para efetuar uma Contratação Direta em Caráter
Emergencial Criada, comprando com valores SUPERFATURADOS nos percentuais de até
483% superior ao valor licitado”, diz o documento protocolado na Procuradoria
Geral de Justiça.
Ainda de
acordo com a representação, apenas esta compra gerou um prejuízo de mais de R$
600.000,00 aos cofres públicos já que a EMSERH tinha a oportunidade de adquirir
os medicamentos com valores de mercado como registrado em Ata e como praticado
em novembro, só depois de satisfazer e privilegiar a CERTA MEDICAMENTOS com a
compra superfaturada. Todos os envolvidos na compra superfaturada, direta e
indiretamente, foram representados por atos de improbidade administrativa
causadores de prejuízo ao erário, de enriquecimento ilícito e que atentam
contra a administração pública.
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