O deputado
Eduardo Braide apresentou, na tarde de ontem, terça-feira (13), na Comissão de Constituição,
Justiça e Cidadania, uma emenda supressiva ao Projeto de Lei n° 114/2017, de
autoria do Governo do Estado, que altera o sistema de gestão e de incentivo à
Cultura do Estado do Maranhão – SEGIC.
“A
alteração proposta pelo governador Flávio Dino na Lei 8.912/2008 (que trata do
FUNDECMA – Fundo Estadual de Desenvolvimento da Cultura) só demonstra o tamanho
da alergia que ele tem em relação a democracia na composição dos conselhos
ligados ao Poder Executivo, uma vez que, neste caso, retira a isonomia da
Comissão Avaliadora de Projetos (CAP), composta por representantes do Governo
do Estado, instituições culturais e entidades representativas de artistas e
produtores culturais”, afirmou o deputado.
Em sua
redação original, a Lei 8.912/2008 que rege o FUNDECMA, dispõe que os projetos
apresentados por produtores culturais serão analisados e selecionados por uma
comissão avaliadora de projetos, constituída de forma tripartite e isonômica
por representantes de órgãos do Governo do Estado, de instituições culturais e
de entidades representativas de artistas e produtores culturais, composta de 15
membros efetivos e igual número de suplentes.
Porém, o
Projeto de Lei n° 114/2017 enviado pelo governador diz que o Fundo continuará
sendo administrado pela Secretaria de Estado da Cultura e Turismo, mas com
projetos analisados e selecionados pela comissão avaliadora a ser formada
somente por 10 membros, e sem a isonomia (assegurada na Lei 8.912/2008) entre
representantes de órgãos do poder público, de instituições culturais privadas e
de entidades representativas de artistas e produtores culturais.
“Para
termos uma ideia do absurdo, se o Projeto n° 114/2017 for aprovado como
proposto pelo governador, nada impedirá, por exemplo, que ele indique nove
representantes ligados ao Poder Executivo e somente um ligado a área cultural.
Onde fica garantida a isonomia entre os membros da comissão avaliadora?”,
questionou Eduardo Braide.
Já na
tribuna, o deputado reforçou que a Assembleia não pode chancelar um Projeto de
Lei que aparelha conselhos pelo Poder Executivo.
“O que
mais me espanta em relação ao Governo do Estado é o aparelhamento feito nos
instrumentos de controle e participação popular ligados ao Executivo. A
Assembleia Legislativa precisa ter a responsabilidade e o papel de corrigir
mais esse ataque do governador aos conselhos. Esta Casa não pode ser a
‘chanceladora’ de aparelhamento dos conselhos que devem representar a sociedade
civil organizada e debater os assuntos que digam respeito aos recursos
públicos. É o que espero do plenário quando chegar para apreciação dos
deputados a votação desta matéria, que é de suma importância para a escolha
democrática dos projetos culturais do Estado”, defendeu o parlamentar.
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