terça-feira, 13 de março de 2018

ROBERTO COSTA PROPÕE CPI DO CONTRABANDO


O deputado estadual Roberto Costa (MDB) pretende propor a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o envolvimento de “dois deputados” e de um “secretário” na quadrilha de contrabando desbaratada no final do mês passado pela Polícia Militar do Maranhão (PMMA).

A O Estado, o emedebista disse que já começou a sondar colegas sobre a possibilidade de aprofundar, no Legislativo, as investigações sobre o envolvimento de autoridades com o bando. Segundo ele, se ficar omissa, a Assembleia pode contribuir para arranhar a imagem de todo o parlamento.

“Não se pode imaginar que um dos presos por contrabando cite o envolvimento de ‘deputados’ e de um secretário e a Assembleia não queira esclarecer que são essas autoridades”, destacou. “Desse jeito, fica todo mundo sob suspeita”, completou.

A citação aos “deputados” e ao “secretário” foi feita pelo ex-vice-prefeito de São Mateus Rogério Garcia, num áudio que integra o inquérito em que a Superintendência Estadual de Prevenção e Combate a Corrupção (SECCOR) investiga a quadrilha especializada em contrabando de cigarros e bebidas – com a participação, segundo a SSP, de policiais militares e do delegado Thiago Bardal, ex-chefe da Seic.

Garcia é um dos presos na operação que desbaratou o bando na semana passada.

Na conversa, de quase dois minutos, o político pede que o interlocutor tenha paciência para “comer esse veneno”. “É um veneno grande, que nós estamos passando”, diz ele, ao falar sobre mudança de escalas na PM, o que, em tese, teria deixado o grupo sem proteção.

O ex-vice-prefeito menciona, claramente, influência política para ajudar a quadrilha e adianta que, no final do mês de março, após mudança de comando – sem dizer em que instância – “aí nós vamos ter controle total”.

“Realmente complicou, mas eu tô trabalhando via o secretário e dois deputados para gente sanar esse problema. Eu vou tentar levar o Major para o CPAM 3 e o serviço de hoje, as escalas, ele mudou tudo, esse tal de Arlan”, afirma Rogério Garcia. Ele não revelou os nomes do secretário, nem dos dois deputados.

Segundo apurou O Estado, no entanto, a SSP já encaminhou expediente ao Judiciário pedindo autorização para ouvir dois parlamentares. Como trata-se de processo sob segredo de Justiça, os nomes não foram revelados.

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