Os próximos pregões da Bolsa devem ser turbulentos
para a Vale, que já viu seus
papéis no exterior derreterem na sexta-feira, após o rompimento da barragem de Brumadinho (MG). Como a Bolsa brasileira não
operou no último dia 25, as ações da empresa só começarão a refletir o impacto
do desastre nesta segunda-feira, 28.
Na última sexta-feira, os ADRs (como são chamados os recibos
de papéis de ações) da Vale negociados em Nova York fecharam em queda de mais
de 8%. A expectativa dos analistas é de que as ações da empresa
negociadas na Bolsa brasileira tenham um desempenho parecido nesta segunda, ou
pior.
“A queda lá fora foi grande, mas ainda não se tinha
a dimensão da tragédia. O mercado deve punir a Vale”, diz Fabio Silveira, da
Macrosector. O economista-chefe da Eleven Financial Research, Adeodato Netto
considera que os efeitos para a companhia são negativos de curto prazo, mas
menos relevantes no longo prazo.”
Após o rompimento, no entanto, a agência de
classificação de risco S&P anunciou que poderá rebaixar a nota da Vale.
Segundo a S&P, o fato de uma tragédia semelhante ter acontecido há tão
pouco tempo potencializa os riscos. A nota da Vale, que é BBB- em escala
global, entrou em observação.
Além do reflexo do desastre nas ações, também pesam
os pedidos de bloqueio de recursos da empresa para garantir auxílio às vítimas.
Somados, os pedidos na Justiça chegam a R$ 11 bilhões. A Vale encerrou o
terceiro trimestre do ano passado com cerca de US$ 6,1 bilhões em caixa, lembra
Glauco Legat, da consultoria Necton. Os recursos de R$ 11 bilhões
representariam 48% do caixa.
“A empresa pode arcar com o valor, mas não deixa de
ser uma soma elevada. O mais provável é que a Vale tente substituir esse
congelamento por outro tipo de garantia, como fianças bancárias”, avalia Legat.
Os analistas ponderam que a Vale está em situação
melhor do que na época de Mariana. “Ela reduziu sua dívida. O bloqueio é ruim,
mas não compromete o curso da empresa”, diz Adeodato Netto, da Eleven Financial
Research.
Já Silveira, da Macrosector, considera que os
investidores devem pressionar para que haja uma mudança na direção da empresa.
“Não duvido que o mercado peça a cabeça do presidente, Fabio Schvartsman.”
A agência de classificação de risco S&P
anunciou que poderá rebaixar a nota da Vale. O fato de uma tragédia semelhante
ter acontecido há tão pouco tempo potencializa os riscos. A nota, que é BBB-
entrou em observação.
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