“Quando fevereiro chegar, saudade
já não mata a gente” cantava ha duas décadas Elba Ramalho e Geraldo Azevedo,
tempos bons em que se ouvia músicas de qualidade nas rádios brasileiras.
A Festa da Carne, uma
tradição, é sempre a mais esperada e o réveillon já mostra a alegria daquilo
que se chama de “Primeiro grito de carnaval”.
E o carnaval sempre fez
parte da vida de Bacabal com os extintos blocos tradicionais, escolas de samba
e até festivais de marchinhas. Hojé é só saudade.
Para quem não conhece a
história de Bacabal, não conhece a sua cultura, principalmente a carnavalesca,
completaremos cem anos no ano que vem e ainda não se sabe o que será feito
para, pelo menos, avivar a memória do seu povo que um dia já brincou o melhor
carnaval do estado.
A baluarte Iranise Lemos
junto com Zezim Trabulsi, fizeram o Primeiro festival carnavalesco de Bacabal
onde revelou artistas como Zé Jardim, Mário, Laurindo, Tchaka, dentre outros e
essa tradição durou até a gestão Raimunda Loiola e outros nomes como Zeneide
Miranda, R. Cavalcante, Josa, Perboire Ribeiro, Dalva Lopes, Masa Pagodinho,
também se sobressaíram.
O festival passou um bom
tempo sem acontecer, cerca de 24 anos, só tendo outras duas edições na gestão
Zé Alberto, onde revelou uma gama de novos artistas como Frahn Almeida, Sarah
Sarute, Tânia Tomaz, Manoel Baião de Dois, Erinaldo, esses em meio aos mais
antigos. Infelizmente não acontecerá este ano, a prefeitura não fará o
festival, por contenção de despesa.
Bacabal já viveu anos
dourados em antigos carnavais. Já tivemos desfilando e disputando o título
“Turma do Samba” do mestre Pinduba, “Águia do Samba” de Raimundo Marcelino e
Pedro Paulo, “Turma de Mangueira” do mestre Duzinho, “Boêmios do Samba” de
Dionézio e Dionízio, "Bloco dos Cangaceiros" do radialista Osmar Noleto, “Asas do Samba” de Zé Jardim, Zeca de Filuca e Telê,
“Salgueiro do Samba” de Raimundin Gangá, Vandico e Durval, “Bloco das Casadas”
de Luzia de Vavá, “Estrela do Samba” de Edilson, Zé Sampaio e Tôca, “Rei do
Ritmo” do ícone Lídio Cutrim e “Academia
do Samba” de Calixto e Alberto Cardoso.
Com a evolução dos tempos,
chegou a era do latão e da pele de nylon e houve uma fusão de blocos, e, Salgueiro, Estrela e Asas viraram escolas de samba e com o apoio, na época, do
poder público, surgiram Unidos do Bairro D’Areia, Unidos do Satuba, Unidos do
Juçaral, Unidos da Esperança e Carcará de Ouro.
O nosso carnaval de salão
era muito disputado e clubes sociais como União, Vanguard, Icaraí e AABB,
lotavam seus salões, a exemplo do Canecão e da Boite Beira Rio e Cassino da Urca, nos tradicionais bailes. Outro sucesso do carnaval de salão
era o desfile de fantasia, plumas, penas, brilho e beleza numa disputa cheia de
alegria e nossas meninas eram destaques em carros alegóricos pelas suas agremiações.
A folia era vista também em praças,
ruas, casas, e blocos improvisados, fofões, mascarados, bêbados batendo em
latas, garrafas, baldes, caixas, muita cachaça, lança perfume, loló, pó, Maizena e uma cidade que
respirava suas tradições culturais. Ainda arrastavam multidões a Turma do Pó de Zé Jardim, a Burriata de Antônio Carlos e o Jegue Elétrico de Masa e Hermano Nogueira. Velhos e belos tempos.
Hoje ´nada mais daquilo, só
lembranças e eu termino o meu artigo contrariando a canção com iniciei.
“Chegou fevereiro, e
a saudade agora mata a gente”
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