sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

COLUNA DO ZÉ LOPES - É FEVEREIRO E A SAUDADE MATA A GENTE

 “Quando fevereiro chegar, saudade já não mata a gente” cantava ha duas décadas Elba Ramalho e Geraldo Azevedo, tempos bons em que se ouvia músicas de qualidade nas rádios brasileiras.

A Festa da Carne, uma tradição, é sempre a mais esperada  e o réveillon já mostra a alegria daquilo que se chama de “Primeiro grito de carnaval”.

E o carnaval sempre fez parte da vida de Bacabal com os extintos blocos tradicionais, escolas de samba e até festivais de marchinhas. Hojé é só saudade.

Para quem não conhece a história de Bacabal, não conhece a sua cultura, principalmente a carnavalesca, completaremos cem anos no ano que vem e ainda não se sabe o que será feito para, pelo menos, avivar a memória do seu povo que um dia já brincou o melhor carnaval do estado.

A baluarte Iranise Lemos junto com Zezim Trabulsi, fizeram o Primeiro festival carnavalesco de Bacabal onde revelou artistas como Zé Jardim, Mário, Laurindo, Tchaka, dentre outros e essa tradição durou até a gestão Raimunda Loiola e outros nomes como Zeneide Miranda, R. Cavalcante, Josa, Perboire Ribeiro, Dalva Lopes, Masa Pagodinho, também se sobressaíram.


O festival passou um bom tempo sem acontecer, cerca de 24 anos, só tendo outras duas edições na gestão Zé Alberto, onde revelou uma gama de novos artistas como Frahn Almeida, Sarah Sarute, Tânia Tomaz, Manoel Baião de Dois, Erinaldo, esses em meio aos mais antigos. Infelizmente não acontecerá este ano, a prefeitura não fará o festival,  por contenção de despesa.

Bacabal já viveu anos dourados em antigos carnavais. Já tivemos desfilando e disputando o título “Turma do Samba” do mestre Pinduba, “Águia do Samba” de Raimundo Marcelino e Pedro Paulo, “Turma de Mangueira” do mestre Duzinho, “Boêmios do Samba” de Dionézio e Dionízio, "Bloco dos Cangaceiros" do radialista Osmar Noleto, “Asas do Samba” de Zé Jardim, Zeca de Filuca e Telê, “Salgueiro do Samba” de Raimundin Gangá, Vandico e Durval, “Bloco das Casadas” de Luzia de Vavá, “Estrela do Samba” de Edilson, Zé Sampaio e Tôca, “Rei do Ritmo” do ícone Lídio Cutrim e  “Academia do Samba” de Calixto e Alberto Cardoso.

Com a evolução dos tempos, chegou a era do latão e da pele de nylon e houve uma fusão de blocos, e, Salgueiro, Estrela e Asas viraram escolas de samba e com o apoio, na época, do poder público, surgiram Unidos do Bairro D’Areia, Unidos do Satuba, Unidos do Juçaral, Unidos da Esperança e Carcará de Ouro.

O nosso carnaval de salão era muito disputado e clubes sociais como União, Vanguard, Icaraí e AABB, lotavam seus salões, a exemplo do Canecão e da Boite Beira Rio e Cassino da Urca, nos tradicionais bailes. Outro sucesso do carnaval de salão era o desfile de fantasia, plumas, penas, brilho e beleza numa disputa cheia de alegria e nossas meninas eram destaques em carros alegóricos pelas suas agremiações. 

A folia era vista também em praças, ruas, casas, e blocos improvisados, fofões, mascarados, bêbados batendo em latas, garrafas, baldes, caixas, muita cachaça, lança perfume, loló, pó, Maizena e uma cidade que respirava suas tradições culturais. Ainda arrastavam multidões a Turma do Pó de Zé Jardim, a Burriata de Antônio Carlos e o Jegue Elétrico de Masa e Hermano Nogueira. Velhos e belos tempos.

Hoje ´nada mais daquilo, só lembranças e eu termino o meu artigo contrariando a canção com iniciei.

“Chegou fevereiro, e a saudade agora mata a gente”

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