A gente pega o coco, tira o coco babaçu, quebra o coco com machado, deixa o coco todo nu”
Ele é o cantor das palmeiras, das caeiras e quebrou o coco babaçu da vida e transformou-o em canção e no pilão das horas, socou suas amêndoas, e dali retirou o tão badalado “leite de coco”, que usa como tempero complementar para dar mais sabor as suas belas composições.
Bacabalense da gema, ele foi um dos primeiros artistas locais a entrar em estúdio e a gravar, na época, um compacto simples, onde teve como carro chefe o até hoje sucesso, “Caeiras”. Esse artista é Chico Lacerda. Carismático, de voz encorpada e grave, sempre com seu violão, ele é um poeta que marcou gerações e seu estilo inconfundível de falar das coisas de sua terra, lhe capacita a ser um orgulho que Bacabal tem a reverenciar.
Iluminado pela luz de suas próprias canções, Chico Lacerda é um pouco sertanejo, é um pouco caboclo, é um pouco matuto, é um pouco malandro, é um pouco boêmio, é um todo canção.
Compositor que não se atém a um gênero especifico, ele vai longe demais e num simples samba, onde ele poderia usar toda sua malandragem, ele usa sua saudade e solidão ao dizer que vem "daquelas baixadas onde canta a juriti."
Musical, literalmente musical, esse poeta do dia a dia, tem uma grande facilidade para escrever o amor pela sua filha, pela sua esposa, pela sua cidade, pelos seus amigos, pelas coisas do cotidiano e até pelo tradicionalmente moderno e atual.
Ele foi tema de samba de enredo da Escola Unidos do Bairro d’Areia, numa composição de Abel Carvalho, Paulo Campos e Zé Lopes.
Chico tem um trabalho autoral lindíssimo, já participou de muitos festivais, já compôs para gente famosa e entre tantos sucessos, “Serra Pelada”, gravada pelo extinto grupo “Os Canários do Norte”.
Famoso na região, ele e sua esposa Cida Lacerda, que também é cantora e faz dueto em algumas canções, voaram para Goiás/Tocantins, estados onde Chico canta, encanta e é cantado.
Há alguns anos atrás, ele foi figura marcante no programa “Caldeirão do Rulck”, onde levou seus filhos David e Emanuel ao estrelato, dupla das mais requisitadas do país que acendeu em uma tarde de sábado e que continua brilhando até hoje pelos palcos espalhados nesse Brasilzao de Meu Deus.
Chico ainda tem a musa dos olhos azuis, sua filha Patricia que tambem canta e encanta e faz um trabalho paralelo, hoje, por terras goianas. Já Francine e Rosilda, participam da produção dos saraus dos Lacerdas.
Chico, além do compacto simples, tem gravado o LP em vinil “O Preço da Paz” , canção da dupla “R. Cavalcante e Perboire Ribeiro”, que voltou à tona, em duas versões no último CD de Chico Lacerda, que adotou o cognome de “O Robim Hood do Serrado”, nosso herói bacabalense que atira flechas musicais e acerta o alvo do sucesso
Na casa de Chico Lacerda, todo mundo é bamba, todo mundo toca, todo mundo canta, xote, sertanejo, forró, balada e até samba. A música de Chico tem a beleza dos olhos azuis de “Patricia”, a riqueza que existiu em “Serra Pelada” e o calor de todas as “Caeiras”, que um dia fizeram de “Bacabal”, uma cidade tocada nas rádios.
Chico acabou de lançar nas redes sociais e nas plataformas digitais a música " No Vale da sombra da morte", que fala sobre a covid e suas vítimas.
Hoje residindo no Goiás e no Tocantins , Chico continua tão bacabalense e tão maranhense como antes, e a sua saudade passeia, vagueia e mora na linda e limpa cacimba onde ele banha todas as suas canções .
Pesquisa e texto - Ze Lopes
Coordenação - Marcela Ferreira
Direção - Jerry Ibiapina- Secretário Municipal da Cultura
Obrigado de coração querido Zé Lopes... Ser homenageado e reconhecido em sua cidade natal por um artista e ser humano do seu calibre é simplesmente uma honra. Sua gentileza e carinho por meu pai jamais serão esquecidos por nossa família. Você sempre nos emociona. Uma Feliz Páscoa repleta de alegrias e muita saúde pra você e todos os teus. Francine Lacerda.
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