Ranking foi elaborado por Marcelo Neri, economista da Fundação Getúlio Vargas, feito com base em declarações de imposto de renda de 2018 VEJA 11/08/2020 | 08:57 Um estudo conduzido por pesquisadores da Fundação Getúlio Vargas (FGV) identificou quais são as cidades com a maior concentração de ricos no Brasil. Nova Lima, localizada a 24,5 quilômetros de Belo Horizonte, está no topo do ranking, seguida pelos municípios de Santana de Parnaíba (SP), Aporé (GO), São Caetano do Sul (SP) e Niterói (RJ). O tabelamento foi elaborado pelo economista Marcelo Neri com base nos dados de declarações de imposto de renda de 2018 recém-gerados pela Receita Federal. Neri estabeleceu qual era a proporção de declarantes em relação à população total das cidades e obteve a renda média a partir da divisão do valor declarado pelo número de pessoas que habita cada município. Em primeiro lugar desse ranking, a mineira Nova Lima tem população com renda média de 6.253,03 reais. A cidade sedia a escola de negócios Fundação Dom Cabral e é um dos principais lugares de atuação da mineradora Vale, que mantém no local o Centro de Tecnologia de Ferrosos e o Centro de Controle Ambiental. O município, de pouco mais de 90.000 pessoas, também abriga condomínios de luxo que atraem pessoas que trabalham na região metropolitana de Belo Horizonte. A segunda colocada na lista apresenta um perfil semelhante. Santana de Parnaíba tem 108.000 habitantes e fica a 41 quilômetros de São Paulo. O pequeno município é conhecido pelos condomínios fechados com imóveis de alto padrão e, segundo o estudo da FGV, registra renda média da população de 5.384,77 reais. A terceira colocação fica com a goiana Aporé, cuja renda média é de 5.233,93 reais, impulsionada em grande parte pelo agronegócio local. São Caetano do Sul, que há anos lidera o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) no país, ocupa a quarta posição, com uma renda média equivalente a 4.565,34 reais. Já Niterói, em quinto lugar, possui renda média de 4.186,51 reais. A capital que está melhor colocada é Florianópolis, na sexta posição, com renda média de 3.998,30 reais. Completam a relação das dez primeiras classificadas as cidades de Santos-SP (3.763,84 reais), Porto Alegre-RS (3.725,15 reais), Vitória-ES (3.516,16 reais) e Campos do Jordão-SP (3.493,98 reais). “Existe um padrão que se repete nos dados. Os lugares que atraem os mais ricos não são necessariamente produtivos economicamente. O que explica a concentração é a qualidade de vida. São Caetano tem o IDH mais alto do Brasil há duas décadas. Há outras cidades que são litorâneas e têm elevada proporção de médicos ou de pessoas com diploma superior, como Florianópolis, Santos e Vitória”, afirma Neri. “Onde moram pessoas de alta renda, abre-se o mercado de trabalho para médicos, advogados e outros profissionais liberais em geral.” Na parte inferior da tabela, o Maranhão contabiliza oito municípios entre os de menor renda do país, enquanto o Pará apresenta dois. O pior colocado é Fernando Falcão, onde as pessoas têm 19,89 reais de renda média e 156 reais de patrimônio líquido médio. O Distrito Federal é a unidade federativa de maior renda média, com 2.981 reais. Com base nos dados disponibilizados pela Receita, Neri determinou qual é o patrimônio registrado por região na capital. No topo da lista está o Lago Sul, onde vivem os servidores públicos mais abastados do país, com renda média de 23.020 reais em relação à população total. O valor é 3,6 vezes maior do que o registrado em Nova Lima. “Isso prova que precisamos fazer a reforma administrativa. Esses dados também ajudarão a vislumbrar as melhores possibilidades de reforma tributária sobre o imposto de renda da pessoa física”, diz Neri. Confira o ranking com as 10 cidades de maior renda média no Brasil (Município/Renda Média da População/Patrimônio Líquido Médio da População) Nova Lima (MG) – R$ 6.253,03 – R$ 321.820,35 Santana de Parnaíba (SP) – R$ 5.384,77 – R$ 279.054,00 Aporé (GO) – R$ 5.233,93 – R$ 736.225,72 São Caetano do Sul (SP) – R$ 4.565,34 – R$ 214.099,50 Niterói (RJ) – R$ 4.186,51 – R$ 131.999,52 Florianópolis (SC) – R$ 3.998,30 – R$ 151.856,42 Santos (SP) – R$ 3.763,84 – R$ 140.565,88 Porto Alegre (RS) – R$ 3.725,15 – R$ 145.051,23 Vitória (ES) – R$ 3.516,16 – R$ 132.039,06 Campos do Jordão (SP) – R$ 3.493,98 – R$ 82.853,52 Confira o ranking com as 10 cidades de menor renda média no Brasil (Município/Renda Média da População/Patrimônio Líquido Médio da População) São João do Soter (MA) – R$ 36,33 – R$ 223,38 ilagres do Maranhão (MA) – R$ 36,14 – R$ 425,07 Turilândia (MA) – R$ 35,90 – R$ 75,48 Primeira Cruz (MA) – R$ 34,86 – R$ 86,62 Jenipapo dos Vieiras (MA) – R$ 34,72 – R$ 375,00 Chaves (PA) – R$ 34,10 – R$ 136,62 Centro do Guilherme (MA) – R$ 32,99 – R$ 258,64 Cachoeira do Piriá (PA) – R$ 31,48 – R$ 221,32 Matões do Norte (MA) – R$ 26,70 – R$ 321,61 Fernando Falcão (MA) – R$ 19,89 – R$ 156,00
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