VAI TE LASCAR, JAMES
O meu irmão James veio me fazer uma visita sábado, dia 26 de junho de 2021. Comprei duas cabeças de pescada e as cozinhei inteiras para comermos tomando algumas cervejas. Poucas cervejas. Cabeça de pescada produz um caldo muito gostoso, regado ao molho de pimenta, limão, arroz branco quente e farinha, é muito bom. Outra coisa, tem muita carne na cabeça de uma pescada grande. O James é o cara mais teimoso que já conheci. Aliás, eu acho que ele é o cara mais teimoso do mundo. Começamos uma teima sobre o covid19 onde ele dizia que existem muitas lendas em torno dessa doença. Dizia ele: agora tudo é covid-19. Toda morte é causada pelo Coronavírus; que ninguém morre mais de outras doenças. Então eu disse a ele o seguinte: olha, James, não é bem assim, cientistas do mundo inteiro estão trabalhando para encontrar e desenvolver um tratamento eficaz para combater a COVID-19. Estamos numa pandemia. Continuei: devemos acreditar na ciência, pois trata-se de um conhecimento sistemático e seguro a respeito dos fenômenos do mundo. Todavia, ele retrucou: então, só porque eu não sou cientista não posso emitir a minha opinião, meu modo particular de pensar, ver e julgar? Falei: eu não estou dizendo isso, longe de mim. Eu estou dizendo que devemos acreditar na ciência. Ele disse: mas a ciência também erra, passamos uma vida inteira dizendo que a terra era o centro do universo e hoje os cientistas dizem que o sol é o centro do sistema solar. Isso significa que os conhecimentos científicos não são inquestionáveis, infalíveis e coerentes para todo o sempre. O cientista é o cara que põe nos livros e manuais o conhecimento do povo. Continuou: as leis científicas vieram depois do conhecimento dos curandeiros, feiticeiros, benzedeiras, parteiras e outros práticos. Continuou meu irmão James: tu te lembras que os médicos mais famosos de Bacabal eram Zé Correia e João Oliveira? Lembras que um era enfermeiro prático e outro era dono de farmácia? Quando ele falou isso, eu lembrei de uma das maiores parteiras de Bacabal, dona Tomásia. Ela fez centenas de partos, todos com muito sucesso. Falei para James: olha, rapaz, a covid-19 é uma doença nova. A ciência está em busca da sua prevenção e da cura. Devemos confiar nos cientistas. Eles trabalham com enunciados, hipóteses e testes experimentais até chegarem a uma conclusão confirmando ou corrigindo as hipóteses formuladas e testadas. Porém, James me perguntou: a cloroquina, a ivermectina e a azitromicina, são produtos da ciência? Sim, respondi. Existe algum cientista ou profissional da área médica que defende o uso desses medicamentos? Sim, respondi. Inclusive o cientista Eric Topol e outros especialistas respeitados afirmam que a hidroxicloroquina não deve ser descartada porque já vem produzindo efeitos positivos contra a covid-19. De fato, não existem pesquisas definitivas sobre nenhum medicamento que está sendo usado contra a doença; que não há provas de que hidroxicloroquina funciona, mas que ela tem se mostrado em todo o mundo tão ou mais eficaz do que outros remédios, e que os efeitos colaterais são mínimos se usada na dose correta. Após dizer isso, meu irmão aproveitou a deixa e disse: ora, se nem os cientistas se entendem, avalie nós leigos e pobres mortais. O homem comum não pode pôr em xeque o saber científico? O conhecimento vulgar ou comum não tem valor? Respondi: não estou dizendo isso, só estou dizendo que devemos ter paciência e acreditar na ciência, pois ela sabe o que faz. Disse meu irmão: eu concordo é com o Paulo Francis, repórter brasileiro, falecido em Nova York, em 4 de fevereiro de 1997, dizia ele: Vírus é o nome de toda doença que os cientistas ainda não conhecem. Então, respondi ao meu irmão: negativo, o vírus existe. Aprendi isso com o Dr Raimundo Nonato Moraes Salazar, um brilhante médico radicado na cidade de São Luis Gonzaga do Maranhão. Um dia usei essa frase de Paulo Francis para conceituar o vírus e ele me respondeu o seguinte: olha, Erivelton, o Paulo Francis está bastante equivocado, pois o vírus é um pequeno ser parasita formado por uma cápsula proteica que pode infectar organismos vivos (seres humanos ou animais). O termo vem do Latim vírus que significa veneno ou toxina. Mas o famoso médico não parou por aí, e disse: Não há consenso se devemos incluir os vírus nos seres vivos como um todo. Por isso, esses seres não são classificados de acordo com o padrão proposto por Lineu. Os vírus, não possuem reino, filo, classe ou ordem. Carl Lineu foi o mais famoso cientista da Suécia. Os vírus não possuem células (acelulares): a unidade estrutural e funcional dos seres vivos. Essa característica contraria a teoria celular, que diz que todos os seres vivos são formados por células. Os Vírus só conseguem reproduzir-se no interior de uma célula, pois não possuem metabolismo próprio. Assim sendo, por não possuírem células, muitos afirmam que os vírus não são seres vivos. Disse mais o médico maranhense: os vírus são acelulares, não possuem orgânulos que desempenham a complexa síntese bioquímica. Somente exprimem atividades vitais: reprodução e propagação, no interior de uma célula hospedeira. Portanto, são considerados parasitas intracelulares obrigatórios. Todavia, completou o médico Mundim: o vírus não é uma desculpa da ciência, ele é uma realidade pesquisada diuturnamente pela ciência. Meu irmão, apesar de muito teimoso, pensou um pouco e soltou essa: Eu não teimo com médicos, mas tenho só uma última pergunta a te fazer: Se o vírus não é um ser vivo, como a ciência vai inventar um remédio para matar o Coronavírus que é um morto que muda de nome todo dia? Então eu respondi: “Vai te lascar, JAMES.”
Esse meu irmão é o cara, tiro o chapéu pra ele. Kkkkkk tu é doidé?
ResponderExcluirTaí gostei 👍
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