FILOSOFIA DIALÉTICA E CONSCIÊNCIA CRÍTICA
A consciência pode centrar-se sobre o próprio sujeito, sondando a interioridade, ou sobre os objetos externos numa relação de alteridade, principalmente as outras pessoas em torno de nós. Existem duas dimensões complementares no processo de conscientização: a consciência de si e a consciência do outro. A consciência de si, ou melhor, a concentração da consciência no nosso interior, nos estados interiores do sujeito, que exige reflexão. É por meio da reflexão que alcançamos a dimensão da interioridade. Essa interioridade se manifesta através do processo de escutar, absorver, reformular, rever e renovar e parar para se perguntar: por que nasci homem? Por que nasci mulher? Eu participei dessa escolha? O despertar da consciência crítica, ou melhor dizendo, o senso crítico, depende do crescimento harmonioso da consciência de si e da consciência do outro. Depende da reflexão sobre si e da reflexão sobre o outro e o mundo em que se vive. Se apenas uma dessas consciências progride, há uma deformação e um abalo na consciência crítica. Vamos supor, por exemplo, o crescimento da “consciência que temos do outro”. Essa reflexão unilateral do mundo sem a reflexão sobre si mesmo, conduziria à perda da identidade pessoal, à exaltação dos objetos externos, ao alheamento.
Por outro lado, vamos imaginar o crescimento só da consciência de si mesmo, a consciência de nós mesmos como indivíduo. Essa reflexão em torno do eu, sem atenção sobre o mundo, conduziria ao isolamento, ao fechamento interior, ao labirinto isolado do narcisista. Ora, já dizia o filósofo alemão Wolfgang Goethe: “o homem só conhece o mundo dentro de si se tomar consciência de si mesmo dentro do mundo em que vive”. Assim, o desenvolvimento da conscientização humana depende da superação do isolamento e do alheamento. É um processo dialético, que se move do eu ao mundo e do mundo ao eu. Do fazer ao saber e do saber ao refazer, e assim segue os muitos modos de consciência, pois a REALIDADE É MÚLTIPLA e a verdade se esconde por trás de qualquer coisa. Por exemplo existem muitos tipos de consciência e cito aqui as mais importantes: consciência mítica, consciência religiosa, consciência intuitiva e consciência racional. Da minha parte, fico com a ideia do filósofo Hegel que diz que existem apenas três formas de compreender o mundo, que seriam a RELIGIÃO, a ARTE e a FILOSOFIA. A religião compreende o mundo pela fé, a arte pela intuição e a filosofia, pelo conhecimento racional. Moral da história: você quer ser feliz? Então tenha consciência de si e não esqueça de ter a consciência do outro. Quem é o outro? O outro é aquele ser humano que existe com você e além de você, no mundo: o Preto, a Lésbica, o Índio, o Gay, o Bissexual, a Mulher, o Transgênero, o Mendigo, o Queer, o Assexual, o Pobre, o Doente Mental, o Cis-heteronormativo e o outro dito fora do padrão que se encaixa no que chamamos de REALIDADE MÚLTIPLA do mundo diferente de você ou igual a você.
Excelente texto. Parabéns.
ResponderExcluirAh se fôssemos livres para sermos o que somos! Quem sabe viveríamos num mundo perfeito, mas morreríamos no tédio e na depressão reclamando dos defeitos da perfeição.
ResponderExcluirTexto maravilhoso
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