A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) é uma afecção comum, que afeta cerca de 20% da população brasileira. Quando diagnosticada e tratada precocemente, é possível ter qualidade de vida e bem estar.
O QUE É REFLUXO GASTROESOFÁGICO?
A DRGE é uma condição que se desenvolve quando o conteúdo do estômago retorna ao esôfago, o que não é normal. Isso provoca sintomas desagradáveis, podendo se tornar complicações sérias e perigosas. A mucosa do esôfago, faringe e boca, não estão preparadas para receber o conteúdo ácido do estômago, podendo sofrer alterações e causar predisposição ao câncer.
O QUE CAUSA O DRGE?
A DRGE é multifatorial, ou seja, muitos fatores podem causar abertura ou relaxamento da musculatura do esfíncter esofageano, permitindo o retorno do conteúdo do estômago para o esôfago. A hérnia de hiato, que é o deslocamento do esfíncter do seu local habitual, é uma causa bastante comum. Obesidade, roupas apertadas, esforço físico vigoroso, excesso de alimentação, tabagismo e excesso de cafeína, podem ser fatores associados ao aparecimento do refluxo gastroesofágico.
SINTOMAS DE REFLUXO
Existem sintomas típicos (esofágicos) e sintomas atípicos (extraesofágicos). A presença de um ou mais sintomas indica a possibilidade de refluxo e a investigação diagnóstica mais apurada deve ser realizada.
SINTOMAS ESOFÁGICOS
Pirose ou azia: Sensação de queimação na região central do peito, que pode irradiar da parte superior do estômago até o pescoço;
Regurgitação: Sensação de conteúdo gástrico refluído para boca.
SINTOMAS EXTRAESOFÁGICOS
Dor torácica não cardíaca;
Globus faríngeo - sensação de bolo na garganta;
Asma;
Tosse crônica;
Dor de garganta e rouquidão;
Apneia do sono;
Alterações dentárias.
SINTOMAS DE REFLUXO EM BEBE
Nos bebês, o refluxo pode acontecer por imaturidade da musculatura e mecanismo de fechamento do esfíncter esofageano. Os sintomas incluem:
Regurgitação;
Vômitos;
Chiado;
Tosse;
Ausência de ganho de peso;
Parada do crescimento;
Irritabilidade;
Choro, especialmente quando deitado;
Pneumonias aspirativas.
COMO IDENTIFICAR SINTOMAS DE REFLUXO EMOCIONAL?
Por muitos anos acreditou-se que o refluxo gastroesofágico pudesse ter uma ligação direta com estados emocionais, como estresse e ansiedade. Hoje sabemos que condições emocionais não são capazes de causar a DRGE. Situações de estresse e ansiedade podem aumentar a acidez gástrica e, em portadores de DRGE, pode haver piora dos sintomas.
COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?
Os sintomas clínicos são bastante sugestivos. No exame físico, pode ser encontrada vermelhidão persistente na orofaringe.
Exames complementares, como a endoscopia digestiva alta e a phmetria, confirmam o diagnóstico.
QUANDO O REFLUXO É CONSIDERADO GRAVE?
O refluxo é uma doença que abala a qualidade de vida. A dor, azia e desconforto podem ser consideráveis e o sono pode ser prejudicado pela tosse apneia.
A presença de doenças pulmonares, como asma e pneumonias aspirativas, tornam o quadro ainda mais grave e preocupante.
A mucosa do esôfago pode estar sobre um processo de metaplasia, que é uma lesão pré-cancerígena e, portanto, requer atenção e controle recorrente.
TRATAMENTOS PARA REFLUXO GASTROESOFÁGICO
Mudanças comportamentais e medicamentos auxiliam no controle da doença.
Perda de peso, roupas mais frouxas, evitar bebida alcoólica e cigarro, reduzir café, chás e refrigerantes, alimentação mais leve e balanceada, além de aprender a comer de forma mais lenta e reforçando a mastigação, são atitudes que contribuem para o controle da DRGE.
QUANDO É NECESSÁRIO REALIZAR UMA CIRURGIA?
A cirurgia é necessária quando existe a hérnia de hiato, situação em que a transição entre o esôfago e o estômago muda de lugar, migrando para dentro do tórax.
REFLUXO GASTROESOFÁGICO TEM CURA?
Existe controle através de medicamentos e mudanças de hábitos de vida. A cirurgia pode ser necessária eventualmente.
Não existe cura, portanto, reincidir em maus hábitos e ganho de peso pode fazer com que os sintomas da DRGE reiniciem mesmo após longo período de remissão.
RECOMENDAÇÕES
Evite a automedicação. Sempre que tiver episódios de azia ou queimação procure seu médico de confiança para uma avaliação;
Evite o excesso de café, chá preto, chá mate, chocolate, molho de tomate, comidas ácidas, bebidas alcoólicas e gasosas;
Pare de fumar;
Controle o seu peso e faça atividades físicas com supervisão;
Evite cintos ou roupas apertadas na região do abdômen;
Não se deite logo após as refeições;
Realize refeições em horários adequados e com menores quantidades de comida em cada uma delas;
Faça refeições mais leves;
Mastigue bem os alimentos;
Evite frituras e fast-foods.
Para os bebês que apresentam sinais de refluxo, evite deitá-los após a mamada, mantendo-os em pé no colo até que elimine o ar que deglutiu durante a amamentação.
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