domingo, 24 de setembro de 2023

DIAGNOSE ' COLUNA DO DR. OTÁVIO PINHO FILHO - PRISÃO DE VENTRE

Prisão de ventre

Também chamada de obstipação ou constipação intestinal, a prisão de ventre é uma condição em que a pessoa não consegue evacuar mesmo estando com vontade de ir ao banheiro e precisa fazer muito esforço para as fezes saírem.  

A prisão de ventre também pode se manifestar por meio de fezes arredondadas (pelo esforço feito na evacuação), ressecadas e endurecidas. 

A prisão de ventre é um quadro que pode ser tanto um sintoma como uma condição em si; no entanto, quando se torna crônica, pode causar diversos problemas e incômodos para o paciente.  

O que é prisão de ventre?  

Prisão de ventre ou constipação intestinal ocorre quando o indivíduo tem dificuldade e/ou não consegue evacuar mesmo com intensa vontade de ir ao banheiro. Com a dificuldade, é comum que a pessoa faça mais esforço para a saída das fezes, que podem sair em formato arredondado e consistência endurecida.  

Cada pessoa tem seu próprio hábito intestinal; no entanto, quando o indivíduo vai menos de três vezes ao banheiro na semana, já podemos dizer que ele sofre de prisão de ventre.  

Estima-se que entre 20 e 30% da população no Brasil tenha alguma alteração intestinal relacionada à constipação intestinal.  

A prisão de ventre é mais comum entre as mulheres por questões hormonais – mas também culturais, já que muitas mulheres têm vergonha de ir ao banheiro fora de casa mesmo sentindo vontade, o que pode desencadear ou agravar o quadro.  

Também é comum que pacientes idosos tenham prisão de ventre por conta das alterações no organismo causadas pela idade avançada. 

Sintomas da prisão de ventre  

O principal sintoma da prisão de ventre é a dificuldade e/ou o esforço para evacuar, com idas ao banheiro que não chegam a três vezes na semana – mesmo com intensa vontade.  

Outros sintomas comuns da prisão de ventre são:  

Grande esforço que resulta em pouca quantidade de fezes eliminada; 

Fezes em formato arredondado, ressecadas; 

Evacuação dolorosa e, por vezes, causando fissuras; 

Sensação de fezes presas dentro do corpo; 

Distensão abdominal (barriga inchada); 

Gases; 

Dor e/ou desconforto abdominal. 

Quando a prisão de ventre se torna crônica, ela pode causar complicações. Uma delas é o fecaloma, uma massa fecal endurecida que impede a saída das fezes mesmo com mudanças na alimentação para estimular o funcionamento correto do intestino.  

Além disso, a prisão de ventre também pode provocar problemas como diverticulite (inflamação interna intestinal) e favorecer o aparecimento de hemorroidas.  

Causas da prisão de ventre  

Há diversas causas para a prisão de ventre. As mais comuns estão relacionadas aos hábitos de vida:  

Alimentação deficiente em fibras; 

Alto consumo de alimentos industrializados e ultraprocessados; 

Baixa ingestão de água; 

Estresse; 

Sedentarismo; 

Hipotireoidismo; 

Envelhecimento.

Outras doenças mais complexas podem ter a prisão de ventre como sintoma, tais como: 

Diabetes; 

Depressão; 

Lúpus; 

Tumores intestinais.   

Diagnóstico da prisão de ventre  

O diagnóstico pode ser feito pelo médico com base na observação clínica e nos sintomas descritos pelo paciente.  

Para ser diagnosticado com prisão de ventre, o paciente precisa ir ao banheiro menos de três vezes por semana, sentir dificuldade e fazer muito esforço para evacuar, ter episódios de dor na evacuação e ainda eliminar pouca quantidade de fezes, geralmente secas e endurecidas.  

Além do diagnóstico da prisão de ventre por si, é muito importante que se busque a causa do problema, que pode variar desde condições simples até doenças graves. 

Tratamentos para prisão de ventre  

O tratamento para a prisão de ventre inclui mudanças de hábito, como adotar uma dieta rica em fibras (com grãos integrais, frutas, verduras e legumes) e alimentos que ajudem a “soltar” o intestino, como ameixa, mamão e laranja. Além disso, outras modalidades podem ser incluídas a depender da causa do problema. 

É ainda recomendado o aumento na ingestão de água (pelo menos dois litros por dia) e a prática de exercícios físicos: ao acionar a região do intestino, eles estimulam os movimentos peristálticos, que provocam efeitos mecânicos empurrando o bolo alimentar ao longo do intestino. 

Em casos mais sérios, quando o paciente está sem evacuar há dias, é recomendada a lavagem intestinal para ajudar a saída das fezes. O uso de laxantes é feito de forma pontual, já que o uso contínuo pode prejudicar o funcionamento natural do intestino.  

Alimentação para prevenir a prisão de ventre  

A prisão de ventre pode ser causada pela alta ingestão de alimentos com baixa quantidade de fibras e ricos em carboidratos, como os ultraprocessados.  

Por isso, a alimentação para prevenir a prisão de ventre deve conter grandes quantidades de alimentos com fibras, in natura e de preferência preparados em casa. Exemplos disso: 

Vegetais, especialmente os folhosos como alface, couve e repolho; 

Frutas com casca, já que cascas têm bastante fibra; 

Cereais, de preferência integrais, como trigo, aveia, farelo de aveia, arroz; 

Leguminosas como feijão, lentilha e grão-de-bico; 

Frutas secas, como ameixa e uva passa; 

Probióticos naturais como iogurte, kefir e kombucha (que ajudam a regular a microbiota intestinal). 

É importante ainda aumentar a ingestão de água, já que o líquido é responsável por hidratar as fibras e facilitar a saída das fezes.



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