O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), e a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), reclamaram dos seus respectivos indiciamentos na CPMI do 08 de janeiro.
Dino teve seu nome incluído num relatório paralelo feito por parlamentares oposicionistas. O ministro foi acusado de prevaricação, omissão e ainda de atrapalhar as investigações ao não disponibilizar imagens das câmeras do Ministério da Justiça.
O maranhense, além de rebater as acusações, Dino ressaltou que o relatório não tem amparo legal.
“Na verdade, há uma espécie de ideia de um outro relatório que não tem amparo constitucional, não tem valor legal, e nós temos que verificar se esse relatório tem o mínimo de consistência. Como disse: uma coisa é, politicamente, as pessoas acharem, criarem uma fantasia, criarem, às vezes, até um delírio. Muito bem, podem fantasiar, podem delirar, é livre, mas eu não recomendo. Mas outra coisa é as pessoas dizerem: ‘Olha, existe um elemento concreto que conduz a essa conclusão’. Obviamente, a essa altura, não há demonstração de infiltrados. Eu afirmo que todos os aspectos, todas as tarefas que competiam a mim naquela ocasião, assim como as que competiam ao presidente Lula, foram feitas. Agora, não poderíamos ir além da nossa competência técnica, da competência jurídica. Portanto, não existe omissão penalmente relevante nesse caso. Houve, ao contrário, ação firme”.
Já a deputada Carla Zambelli, citada no relatório final e oficial apresentado pela senadora Eliziane Gama (PSD), também rebateu as acusações. A parlamentar disse que está sendo perseguida e que se colocou à disposição da CPMI para prestar os esclarecimentos, mas que estranhamente não foi ouvida.
“De 594 parlamentares no Congresso, fui a única indiciada pela lambe botas do Dino. As imputações propostas são absolutamente desprovidas de qualquer embasamento fático e jurídico, constituindo-se em verdadeiro documento inquisitorial, permeado da repugnante parcialidade de quem o elaborou e o subscreveu. Registre-se que, embora tenha me colocado à disposição para ser ouvida, e tenha inclusive tido os meus sigilos bancário e telemático quebrados (inclusive com vazamento de imagens da galeria de fotos), nenhuma prova foi apresentada em meu desfavor, o que comprova o absurdo das imputações”, afirmou Zambelli, que ainda agrediu Eliziane Gama, ao se referir a senadora como “lambe botas” de Flávio Dino.
A CPMI deve votar nesta quarta-feira (18) o relatório final elaborado pela senadora Eliziane. A Oposição quer também que o relatório apresentado, de maneira paralela, seja apreciado, mas dificilmente isso deve acontecer.
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