“Chama Nhá Bá pra contar
Estória de pescador
Limpe o terreiro sinhá
Invoque o santo sinhô
Acende a vela, queime o defumador
Esquenta o couro
Que hoje vai ter terecô”
Trecho
de um samba enredo da Escola Salgueiro da Trizidela de Bacabal quando completou
25 anos. Autores – Zé Lopes e Perboire Ribeiro.
Preta velha, alegre, divertida,
bastante conhecida na nossa cidade. Bacabal perdeu uma das suas figuras mais folclóricas.
Se alguém perguntar quem era
Sebastiana Lima, com certeza ninguém saberia responder, mas se alguém perguntar
quem é Nhá Bá, uníssona, a cidade responderia, essa eu conheço.
Nascida em 20 de janeiro, data em que se
comemora São Sebastião, Nhá Bá nos deixa aos 95 anos. Dona de uma historia de
luta, como é a história de todos os pretos de sua época, ela fez da sua própria história, um belíssimo enredo
que foi cantado na passarela do tempo.
Lider do bairro onde sempre viveu, a
Trizidela, foi por muitas vezes flagelada pela violência das águas que faziam
subir o rio Mearim na frialdade dos invernos e que passa levemente em frente a
sua casa, na rua Edna Araújo.
Ademas Galvão - historiadora |
Nhá Bá era patrimônio, não só da
Trizidela, mas da cidade. Nhá Bá traz no seu seu segundo cognome um Bá, o que
inicia o nome de sua querida cidade onde viveu e morreu. Nhá Bá é Bacabal.
A pedagoga e historiadora Ademas Galvão,
amiga de Nhá Bá, reclama da falta de uma
política cultural que resgatasse a história das personalidades que fizeram essa
terra acontecer. “Nhá Bá era uma grande figura. É uma pena que nossa cidade não
tenha documentos que resgatem essa memórias. Estamos perdendo a cada dia,
pessoas importantes que poderiam contribuir com essa memória oral”, Lamenta
Ademas.
Nhá Bá se despede de sua terra em um
momento difícil, seu bairro se tornou um símbolo de violência, mas a sua
memória ficará em nossos coraçõese toda a sua alegria repousará no fundo, bem
no fundo do coração desse imenso rio.
Descanse em Paz