Com tudo que aprendi na politica, descobri que não conheço nada do assunto. Em uma roda de intelectuais, disse-me o ex-vice prefeito Dr. Almir Junior: "A politica é como ela é, e não como nós queremos que ela seja", e essa frase entranhou no meu vernáculo, que cheguei a eternizá-la no meu mais novo livro, Confesso que ví, ouvi e até vivi.
Nessa minha vida de comunicação, nunca escolhi lado para destilar veneno, como "foi" o caso de muitos que hoje "são" cordeiros em pele de lobo, alguns usaram essa própria pele em forma de cinturão, que foi tirado para, no contexto do agressor, ser usado pelo prefeito Edvan Brandão, em uma visível forma de agressão e desrespeito. Mas a politica é uma roda gigante.
Quero falar aqui no que aprendi nos discos, contrariando o visionário cearense Belchior que escreveu essa canção.
SUJEITO DE SORTE
"Presentemente posso me considerar um sujeito de sorte
Porque apesar de muito moço me sinto são, salvo e forte
E tenho comigo pensado
- Deus é brasileiro e anda do meu lado
E assim já não posso sofrer no ano passado
Tenho sangrado demais, tenho chorado pra cachorro
Ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro"
Como uma profecia, a história politica de Edvan Brandão cabe em cheio ao texto do poeta/cantor. Eleito no ano passado, começou sua administração meio desacreditado, bombardeado, perseguido, mas sempre manteve a calma, o foco, e como um homem de Deus, as chuvas de bênçãos caíram sobre seus projetos e o ano passado morreu sem deixar saudades, apesar de toda uma história.
Esse ano, Edvan Brandão mostrou que quem se segura em Deus não cai e corre para fazer a sua própria história. Pra quem era um simples homem da terra, substituiu seu irmão na candidatura a vereador, se elegeu, ficou em uma briga entre quatro para assumir a presidência da Câmara, se candidatou a prefeito na eleição suplementar e hoje é uma referencia na politica estadual, lhe qualifica a uma reeleição bastante tranquila.
Edvan Brandão é a grande surpresa na nova politica municipal, tem dado provas de independência, visto que não tinha nem partido e nem grupo, eram do João Alberto, agora ele tem um partido e um grupo, embora os dois grupos tendo o mesmo objetivo, trilham por caminhos diferentes.
Inteligente por demais, ele vem fazendo o que não fez o líder Bete Lago, os prefeitos Jocimar, Zé Vieira, Dr. Lisboa e Zé Alberto, deixar um sucessor, e hoje ele já prepara seu filho Davy Brandão para batalhas vindouras.
Dinâmico, silencioso, pensador, adepto da palavra que identifica o velho cacique José Sarney - paciência - com paciência ele foi mostrando a sua cara, seu poder de trabalhar nos bastidores e pouco a pouco foi trazendo para seu lado blogueiros, apresentadores, lideres, vereadores, deputados, e ele que já não tinha oposição, está cada vez mais solto e sozinho politicamente.
Nas minhas escritas sempre falei nas fragilidades das pessoas que fazem politica em nossa cidade, nos comunicadores, nos lideres, nos próprios políticos que se calam e se escondem durante todo o tempo e só aparecem na hora de fechar a janela eleitoral, todos com suas manhas e manias. Edvan foi mais rápido e cooptou todos, ficando apenas o Expedito Junior, que tem apoio do secretário Simplício Araújo e é uma grande promessa na politica local.
A politica roda, desdenha das pessoas, tem o poder de envergonhar e desavergonhar quem muito se expõe e o silêncio dentro dela, ainda é a maior vitória, adversários hoje, aliados amanhã, nada de inimigos.
Edvan tem hoje do seu lado, todos os maiores políticos da cidade, além de 15 vereadores, tem o eterno senador João Alberto, o deputado federal João Marcelo, os deputados estaduais Roberto Costa e Carlinhos Florêncio e até o governador Flávio Dino. Quem vai peitar?
E a politica tem mesmo seus poderes. Um dia disseram que o prefeito era um frouxo e até tiraram o cinturão para que ele arrochasse a sua calça. O destino prega suas peças e tem suas ironias, até porque quem tira o cinturão sem pensar na volta politica, acaba sempre com ele na mão e por ter sua calça arriada.
E eu continuo não entendendo nada de política.
Feliz centenário, Bacabal. :
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