Após o período de redemocratização no
Brasil e a fundação do Partido dos Trabalhadores em 1980, o PT no Maranhão
lançou sua primeira candidatura ao governo do estado no ano de 1982. Em uma
disputa sem alianças, o PT do Maranhão apresentou como governador neste pleito
Osvaldo Furtado, que obteve 8.643 votos, correspondendo a 0,99% do total de
eleitores. Já o vencedor, Luís Rocha, foi eleito governador do Maranhão pelo
PDS, oriundo da ARENA, com apoio de 76,91% dos votantes.
Em 1986, o PT, em uma frente de
oposição com o PV, lançou Delta Martins ao governo estadual, obtendo 31.504
votos, o que representou 2,45% da votação. Nas eleições de 90 e 94, o partido
optou por apoiar, respectivamente, Conceição Andrade (PSB) e Jackson Lago
(PDT), com o PT indicando os seus candidatos a vice-governadores, e ambas as
candidaturas conquistaram cerca de 20% do eleitorado maranhense. Somente em
1998 é retomada a tática de candidatura própria e o candidato a governador do
partido neste pleito é Domingos Dutra, que alcançou, em uma disputa sem
alianças, a marca de 97.536 votos, ou 6,40% do total de eleitores.
Na primeira eleição vitoriosa de Lula,
em 2002, o partido no estado deu prosseguimento à tática de candidatura própria
e o companheiro Raimundo Monteiro foi candidato a governador pelo PT, logrando
o 3º lugar entre os candidatos (127.082 votos), mantendo assim os mesmos 6% do
eleitorado obtidos no pleito anterior. Desde então, para garantir
sustentabilidade aos governos do presidente Lula e da presidenta Dilma, o PT do
Maranhão vem participando das eleições majoritárias compondo alianças e,
somente em 2010, o partido conseguiu ocupar um espaço na chapa majoritária, ao
eleger Washington Luiz como vice-governador do estado.
O projeto de conquista de governos
estaduais pelo PT no Nordeste, por sua vez, é fortalecido através da eleição do
presidente Lula em 2002, a exemplo do que ocorreu com a eleição de Wellington
Dias no Piauí no mesmo ano de 2002, hoje cumprindo seu terceiro mandato como
governador no estado, e na Bahia, com a vitória de Jacques Wagner em 2006,
recondução ao cargo em 2010 e a eleição de seu sucessor Rui Costa em 2014. Em
outros termos, o aumento do eleitorado petista no Nordeste possibilitou a implementação
de um novo modo de governar os estados dessa região tradicionalmente dominada
pela velha política.
No Maranhão, é preciso reconhecer que
a eleição do governador Flávio Dino pelo PC do B em 2014 trouxe novas
perspectivas ao cenário político do estado. As expectativas de renovação da
classe política e da gestão pública tomaram conta do eleitorado,
definitivamente ampliadas com a garantia do apoio da presidenta Dilma ao novo
governador então eleito. Nesse sentido, ainda em 2015, a direção estadual do PT
se reuniu e deliberou por compor a base do governo Flávio Dino, sem reivindicar
cargos no poder executivo ou alianças políticas futuras.
O mandato do único parlamentar petista
na Assembleia Legislativa do Maranhão, companheiro José Inácio, atuou diuturnamente
na defesa das pautas progressistas do governo Flávio Dino e reconheceu, assim
como toda a militância petista, a importância do posicionamento do PC do B em
nível nacional e do próprio governador em favor da manutenção do mandato da
presidenta Dilma. A denúncia do golpe parlamentar orquestrado contra o PT
reafirmou entre nós e o PC do B a solidariedade de classe necessária para o
enfrentamento da ofensiva neoliberal da direita brasileira.
O modo petista de governar é
reconhecido e admirado em todo o país. Os programas desenvolvidos por
prefeituras, governos estaduais e pelos mandatos dos presidentes Lula e Dilma
granjearam fama internacional e conquistaram prêmios de excelência. É sensato,
portanto, concluir que o PT, aliado há mais de três décadas do PC do B,
apresenta-se como um dos mais importantes partidos do arco de alianças a ser
fechado em 2018 e com capacidade de contribuir efetivamente para a
implementação de políticas públicas que revertam os baixos indicadores sociais
e econômicos que o Maranhão ainda ostenta.
O Campo Construindo Um Novo Brasil –
CNB participou das eleições do PED em 2017 e apresentou o nome do companheiro e
deputado estadual Zé Inácio para concorrer à presidência do PT, ao lado de uma
chapa, formada por companheiros e companheiras de todo o estado, que pleiteou
os cargos da Direção Estadual. A votação dos filiados e filiadas nos posicionou
enquanto maior força do PT no Maranhão, com direito a ocupar em torno de 40%
das vagas de Direção, apesar de a CNB sair do PED com mais de 50% dos votos. Zé
Inácio, pela eleição direta, ficou em 1º lugar entre todos os candidatos,
recebendo 4358 votos.
No Congresso Estadual do PT, realizado
em maio deste ano, o partido aprovou a seguinte tese política da CNB, defendida
ao longo do PED, “Tendo como CENTRO DA NOSSA DA TÁTICA A ELEIÇÃO DO PRESIDENTE
LULA e no Maranhão buscará compor a Chapa Majoritária com o PCdoB, seja com a
candidatura a Vice-Governador(a) ou ao Senado Federal, haja vista a importância
do PT e do Presidente Lula para o povo maranhense.” Em nenhum momento houve por
parte do nosso campo algum recuo em relação a esta proposição; ao contrário, em
todas as oportunidades e fóruns de discussão do partido a tese congressual foi
reafirmada e aberta para a construção com dirigentes do PC do B e
representantes do governo.
Diferentemente do que se esperava, a
chapa majoritária que disputará a reeleição de Flávio Dino vem sendo articulada
por partidos políticos de vários espectros ideológicos, à exceção do PT, e o
Governador na convenção do PDT garantiu que uma das vagas na sua chapa
majoritária para o senado terá como candidato o deputado federal Weverton
Rocha, do PDT. A imprensa tem divulgado como certa a outra vaga para o senado o
ex-governador e deputado federal José Reinaldo.
Além disso, o próprio presidente
estadual do PCdoB faz defesa pública da continuidade do atual vice-governador
Carlos Brandão (PSDB), que hoje se encontra sem partido devido à intervenção do
PSDB.
É preciso admitir, com efeito, que não
há mais possibilidade de o PT do Maranhão concorrer na chapa majoritária do
governador Flávio Dino, o que tem ficado cada vez mais evidente com a
proximidade do pleito de 2018 e os arranjos políticos feitos à margem da
direção petista. Como o CENTRO DA NOSSA DA TÁTICA É A ELEIÇÃO DO PRESIDENTE
LULA, não podemos estar em um palanque no Maranhão com partido que tem
candidatura a presidente, que é o caso do PCdoB, que lançou como pré-candidata
a presidência a deputada estadual do Rio Grande do Sul e ex-deputada federal
Manuela D’Ávila. Logo, a tese congressual perdeu seu objeto e o partido precisa
urgentemente reorganizar-se para desempenhar um papel protagonista nas eleições
de 2018.
Estamos vivendo atualmente no Brasil
um processo denominado por estudiosos como Estado Pós-Democrático. As garantias
sociais não foram suprimidas do texto constitucional, mas não há nenhum
interesse por parte dos representantes do neoliberalismo em fazer valê-las. O
golpe parlamentar que destituiu Dilma e a caçada ou o lawfare praticado contra
o presidente Lula, visando impedi-lo de concorrer às eleições presidenciais e
continuar simbolizando a esperança para milhares de brasileiros e brasileiras
das camadas populares, são provas incontestes que lutar por direitos sociais
voltar a ser uma das trincheiras da disputa hegemônica pela esquerda.
Em 2018, o PT não poderá titubear. No
Maranhão, para retomarmos o crescimento do estado, defender o legado dos
governos petistas e resgatarmos o projeto de desenvolvimento social com
inclusão, nós da CNB defendemos que o partido concorra às eleições com
candidatura própria ao governo do estado com o companheiro Monteiro – PT, que
já foi testado nas urnas e tem com chances reais de aglutinar um novo polo da
esquerda maranhense e representar avanços na escalada histórica de eleições do
PT.
Com nossa candidatura própria podemos
ampliar o número de deputados estaduais e federais, além de termos um senador
do partido na chapa majoritária. Não temos dúvida que com as candidaturas de
Lula Presidente e Monteiro – PT Governador mudaremos de fato os rumos da
política do Maranhão, trazendo a esperança que nosso povo tanto precisa!
*Fernando
Silva
(Diretório Estadual do PT), Nonato
Chocolate (Diretório Estadual do PT) e Mundico
Teixeira (Executiva Estadual do PT).