sexta-feira, 25 de março de 2022

PSOL TEM PRÉ-CANDIDATA A GOVERNO DO MARANHÃO

O PSOL que já tinha a pré-candidatura do engenheiro Ernilton Rodrigues ao Governo do Maranhão, decidiu apresentar outra pré-candidatura, desta vez da professora Liduina Tavares, que pode ser a única mulher na disputa do Palácio dos Leões.

A indicação foi feita pelas tendências do PSOL Alternativa Popular/Fortalecer e Ação Popular Socialista, com reconhecimento das demais forças presentes na Plenária Geral dos Encontros Regionais.

Liduina Tavares é pedagoga e possui um longo histórico de lutas em defesa do serviço público e experiência na educação e gestão pública, tendo sido, entre outras funções, vereadora e secretária de educação do município em que reside, Bacabal, um polo central do estado do Maranhão. A pré-candidata também é poetisa e membra fundadora da Academia Bacabalense de Letras.

As candidaturas do partido serão definidas em prévias chamadas para este fim ou, oficialmente, nas convenções partidárias, como rege a lei eleitoral e o estatuto do partido.

PONTO DE VISTA - POESIA PARA MUITAS MUSAS DE LILIO REMY LAGO - POR ABEL CARVALHO

 


Filho de Valdemir Lago, Valdemir dos Correios, e de D. Helena, eterno morador da Rua Manoel Alves de Abreu, 220, Lílio Remi Lago é poeta, mas poucos sabem disso, dessa sua verve ou faceta.

Lílio é conhecido mesmo como funcionário público federal, hoje aposentado, tendo sido um dos mais destacados servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ocupando com destreza, por diversas vezes, o cargo de diretor do Instituto aqui em Bacabal.

Mas, Lílio é poeta. E o poeta Lílio Remi Lago está lançando um livro, o seu primeiro livro do que deve uma longa série. E o livro, intimista, se chama "A história da minha vida em versos".

Me coube a missão de prefaciar essa primeira obra, e é esse prefácio que eu transcrevo abaixo para explicar a poesia do meu colega de muitas histórias e meu amigo por toda a vida.


Poesias para muitas musas

Eu e Lílio somos amigos, nos conhecemos desde a infância, temos a mesma idade. Inventamos essa história de fazer poesias ainda na adolescência, entre tragos e goles, entre risos e dissabores. Nesse métier de escrever redigíamos cartas para as namoradas dos nossos amigos de ‘patota’, a pedido deles, é claro.

Lílio conta, quando nos encontramos, ainda nos vemos com frequência, que tivemos ‘algumas’ musas em comum na história da nossa vida de poesias.

Brincamos sempre com isso. Eu admito, pelo uma musa. Nada, além disso.

Mas, a edição desse compêndio de poemas trata exatamente disso, o variado, extenso e incontável número de amores que Lílio Remi Lago cultivou ao longo desses mais de 60 anos de vida e poesia.

Eu nunca consegui contar, mas, lendo cada uma das poesias aqui contidas fui capaz de identificar alguns desses muitos amores, dessas muitas musas.

A primeira, senão a mais perfeita, sua mãe Helena Lago, a quem reporta extremo amor, o maior de todos, extensivo, é claro, a toda sua família: pai, irmão e irmãs, filhos e netos.

A segunda, e especial musa, é sua Terra Natal, Bacabal. O poeta exala amor nativo em versos e estrofes cantadas em rimas puras e serenas. Se derrama em gritos surdos que nunca serão ouvidos, agora serão, enfim, lidos.

Por fim, vem a gama desvairada de sentimentos, e múltiplos sentimentos, jogados em prantos lentos e variados, um a um, musa por musa, infindas musas, centenas delas... Representação dos seus inúmeros amores.

Em cada linha Lílio canta um amor diferente. Em cada estrofe uma dor. Em cada verso uma saudade.

Quem tantas musas teve deve sentir muitas saudades, dores diversas, tempo remoto, presente, ausente, enfim...

Leia Lílio Remi Lago e sinta o que eu senti mesmo não tendo convivido com ele como em convivi.

Abel Carvalho



SECRETARIA DE CULTURA DE BACABAL COMUNICADO

 

SEXTOUUUUUUU

 


QUARTA DOSE LIBERADA PARA IDOSOS DE 80 ANOS OU MAIS

 


Como sempre tem feito, a gestão do prefeito Eduardo Braide (Podemos) tem agido com destreza para acelerar a imunização da população, tanto que São Luís recebeu o título de capital brasileira da vacinação.

Nesta quinta-feira (24), um dia após o Ministério da Saúde ter anunciado a aplicação da 4º dose da vacina contra a Covid-19, em idosos de 80 anos, a Prefeitura de São Luís anuncia que a imunização desse público alvo já será iniciado na capital maranhense.

O próprio prefeito Eduardo Braide foi quem fez o anúncio e o chamamento para a imunização, que terá início hoje, sexta-feira (25).

“A 4ª dose tá liberada pra turma de 80 anos ou mais. A partir desta sexta (25), iniciaremos a aplicação da 4ª dose de vacina contra a Covid em quem tem 80 anos ou mais, e tenha tomado a 3ª dose há quatro meses. Será em todos os nossos pontos de vacinação. Aguardamos vocês!”, afirmou Eduardo Braide.

Só vale lembrar que nesse caso, a orientação é que a aplicação seja feita, preferencialmente, com a PfizerJanssen e AstraZeneca também podem ser utilizadas no novo reforço de idosos, independentemente do imunizante anterior, de acordo com a orientação do Ministério da Saúde.

quinta-feira, 24 de março de 2022

BRANDÃO AGORA É PSB

 



No discurso durante evento de sua filiação ao PSB, em Brasília, na manhã desta quarta-feira (23), na concorrida solenidade que contou com a filiação de outros pré-candidatos e também do ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, o vice-governador do Maranhão, Carlos Brandão, cravou:

“Saiba, presidente (Carlos Siqueira), que o senhor recebe hoje, em seu partido, um homem íntegro, honesto, sem processos ou condenações, e com uma vida limpa”.

Carlos Brandão teve sua ficha de filiação abonada pelo governador Flávio Dino, que entrega o comando do governo para o seu vice.


Muito cumprimentado pelos nomes da política nacional, Geraldo Alckmin, futuro candidato a vice na chapa do ex-presidente Lula (PT), fez questão de realçar a experiência do mais novos socialista, com muito otimismo e já contando com a reeleição de Brandão:

“Se Deus quiser, o Brandão vai se eleger para continuar esse trabalho do governador Flávio Dino”, disse o ex-governador de São Paulo.



quarta-feira, 23 de março de 2022

DE TUDO, MUITO - CRÔNICA DE ELOY MELÔNIO


Dizem que o verbo “dizer” joga nas duas pontas: ora é falar; ora, escrever.

É isso e muito mais: dar uma opinião, passar uma informação, exprimir um sentimento. E, nesse jogo lexical, cada um diz o que vem à mente ou ao coração. Sem se esquecer de que é a “palavra” que joga em todas as posições, inclusive no banco de reservas.

Se falei “dizer”, não é demais ouvir a voz da sabedoria. Aristóteles dizia que “o sábio nunca diz tudo o que pensa, mas pensa sempre tudo o que diz”. Na filosofia popular, a gente se vira mesmo é com “tudo que é bom dura pouco” ou “tudo o que é demais sobra”.

Esses conceitos parecem coisa do passado. Não dizem mais a mesma coisa nestes novos tempos. E desconfio que o “bom senso” já não está com essa bola toda. Acho até que a teoria do “equilíbrio” não se sustenta mais. Ou você ataca (e se defende) pela direita ou pela esquerda. No meio do discurso, pode haver pedras.

E, por falar nisso, será que ainda existe esse negócio de “bom senso”?

Ao que tudo indica, é essa falta de equilíbrio o grande problema da sociedade. Por causa dele, muita gente cai do cavalo. Parece que está tudo fora do prumo. O velho “normal” já era, e grande lance agora é o novo. Não se diz e não se faz mais um monte de coisas como antigamente.

Viver esse novo tempo não é tarefa fácil. O excesso de alegria é chato. A revelação de inteligência pedantismo. Opiniões, sugestões, lições… quem as pediu?

Apesar de tudo, ainda há gente interessada no velho bom senso. Não dá pra levar a sério o que se vê, se ouve ou se fala nas redes sociais nem nas mídias tradicionais. Alguém acredita que o papa chamou os brasileiros de “cachaceiros”? Teria alguém coragem de dizer que os sintomas da Covid-19 não passam de “uma gripezinha”?

Muita gente reclama desse novo palco, com seus figurinos e falas. Toquinho, o parceiraço de Vinicius de Moraes, revela num vídeo sentir-se um estranho no ninho. Saudosista, relembra a infância e a adolescência marcadas pela pureza e ingenuidade. Em sua “Aquarela”, já parecia antever as cores desse novo mundo: “Nessa aquarela, não nos cabe/ Conhecer ou ver o que virá/ O fim dela, ninguém sabe/ Bem ao certo onde vai dar”; “Vamos todos/ Numa linda passarela/ De uma aquarela que, um dia, enfim/ Descolorirá”.

Como diz o outro, a nudez feminina é uma dessas poucas coisas positivas. Antigamente, corríamos às bancas para “comprar” a PLAYBOY do mês, que trazia uma famosa na capa: Luma de Oliveira, Xuxa, Adriane Galisteu. Hoje, anônimas desfilam nuas a um click no smartphone, sem nenhum custo. O que tem de gente rebolando, mostrando o bumbum, “não está escrito (nem dito)”. Gente que a gente conhece do barzinho, do shopping, das redes sociais. Amigos trocam vídeos e fotos com incrível naturalidade. Nesse novo tempo (com o perdão de Nelson Rodrigues), “toda nudez será prestigiada”.

Entre o velho e o novo, o mundo gira, e a vida segue. No campo das Letras, a choradeira é geral. “Tá tudo muito diferente”, diria Machado de Assis, caso se deparasse com Fernanda Montenegro e Gilberto Gil ao descer, numa quinta-feira qualquer, para o chá das cinco na sede da ABL. Letras, em seu sentido estrito, apenas na sigla ABL. Num contra-ataque, acho que os escritores podem facilmente entrar para a Academia dos Astrólogos ou dos Alquimistas.

Esse novo cenário é um turbilhão de “fake news”, retórica vazia, “haters”, insultos, agressões. Uma realidade na qual o eufemismo é uma figura de linguagem arcaica nos embates políticos, seja entre eles ou entre nós. Em nome da assertividade, jogam-se no lixo a ética, o respeito, os bons costumes e ─ acredite ─ o velho e cansado bom senso.

Bruninho, torcedor-mirim do Santos F.C., sentiu na pele essa pressão ao ser hostilizado por torcedores marmanjos do seu próprio time, no fim do jogo Santos x Palmeiras (7-11- 2021). Seu erro: pediu a camisa do goleiro do time adversário, de quem é fã. Situação assim faz-me lembrar da pergunta (que já calou) de Galvão Bueno: Pode isso, Arnaldo?

Hoje, todo mundo pode tudo. Tudo é de todos, e todos só é realmente todos se ─ em alguns casos ─ trocarmos a vogal da última sílaba da palavra por outra letra ou sinal.

Eloy Melonio é professor, escritor, poeta e compositor

terça-feira, 22 de março de 2022

MAIS PESQUISAS ELEITORAIS NO ESTADO

 


Faltando um pouco mais de seis meses para as eleições de 2022, os números de pesquisas eleitorais vai aumentando e, somente nos próximos dias, teremos mais dois levantamentos a serem divulgados.

A primeira pesquisa a ser divulgada será da Exata, contratada pela TV Difusora, com previsão de divulgação para próximo sábado (26).  No entanto, um detalhe, não muito normal, chamou a atenção para o levantamento.

A pesquisa Exata primeiro entrevistou os 1.400 eleitores, entre 15 e 19 de março, para depois registar o levantamento, que só ocorreu em 20 de março.

Já na próxima segunda-feira (28), dois depois da pesquisa Exata, será a vez do levantamento da MBO ser divulgado.

A pesquisa MBO irá ouvir 2000 eleitores em 59 municípios maranhenses, entre os dias 20 e e 24 de março. O curioso é que o levantamento não colocou o nome dos pré-candidatos ao Governo do Maranhão pelo PSOL, Enilton Rodrigues, e PSTU, Hertz Dias.

Sendo assim, é aguardar e conferir, afinal pesquisa eleitoral é algo que não deve faltar nas eleições do Maranhão.

COLUNA DO JOSÉ SARNEY- DOM PEDRO I

 


Por José Sarney

Nos 150 anos da Independência, em 1972, o Coronel Otávio Costa, chefe da comunicação do Médici, teve a ideia de criar uma diplomacia dos ossos para reavivar o nosso sentimento patriótico: trouxe de Portugal os ossos de D. Pedro I, que percorreram o Brasil inteiro e, depois, tiveram o devido repouso no Panteão do Ipiranga, em São Paulo.

O caixão não podia ser aberto, fazia parte do acordo Portugal-Brasil, porque havia sempre o perigo de ossos trocados. E os portugueses bem sabem disso: a urna que continha os ossos de Santo Antônio de Lisboa, venerada por séculos na igreja do mesmo nome, quando foi aberta, para grande surpresa, tinha apenas ossos de um pobre carneirinho!

No Maranhão, a urna fúnebre ficou solitária no Palácio dos Leões.

O jornalista Erasmo Dias, tradicional boêmio de São Luís e grande escritor, estava, como em todas as noites, na zona do meretrício, quando se lembrou dos ossos de D. Pedro. Era alta madrugada. Chamou os bêbados retardatários das pensões de mulheres:

— Dom Pedro I está no Palácio dos Leões. Convido vocês a irem comigo visitar os ossos do Imperador.

Organizou um séquito respeitoso que, cambaleante e silenciosamente, subia e descia as ladeiras desertas da velha cidade para prestar homenagem ao proclamador da Independência.

Chegaram ao Palácio dos Leões, onde estava o caixão, para o velório patriótico.

Na sala de lustres portugueses, luzes baças, o caixão dourado.

Os bêbados se aproximaram. Erasmo foi o intérprete deles. Fechou o punho, bateu forte na tampa do caixão do Imperador e falou com a voz embargada e roufenha, pela cerveja e pela noite:

— Guabiru! Guabiru! Papaste as melhores damas do Império!

Feita a homenagem, retiraram-se em respeitoso silêncio.

D. Pedro adorava cavalos e formara o hábito de elogiá-los aos donos, que acabavam por presenteá-los ao Imperador. Uma feita admirou um cavalo de um homem de sua guarda de honra, Domingos Marcondes de Andrade. Elogio, elogio, e nada. D. Pedro comentou o apreço exagerado do dono pelo animal. O guarda lhe disse que corria que ele costumava chamar os cavalos pelo nome de quem os presenteara e que nunca nenhum Marcondes fora montado. Assim o cavalo passou ao Imperador com a promessa de nunca o chamar com o nome do antigo dono.

Conta-se que D. Pedro I, após a abdicação, quando partia para a reconquista da coroa portuguesa, viu aquela fileira de barões nomeados por ele, deputados e senadores, entre a solidariedade e o medo do futuro.

O Marquês de Paranaguá apresentou-se na nau inglesa Warspite. D. Pedro disse-lhe que dele não podia se encarregar, pois já trazia muita gente às costas.

— Espero que não irá a Portugal antes de minha filha ficar estabelecida no trono; proíbo-lhe.

— Mas, senhor, que quer que eu faça? Não tenho fortuna.

— Faça o que quiser, não é da minha conta: por que não roubou como Barbacena? Estaria bem, agora.

Barbacena negociara o casamento de D. Pedro com D. Ana Amélia, e o Imperador o considerava inescrupuloso.

Era o mesmo Dom Pedro que dissera ao Marquês de Quixeramobim sobre Gonçalves Ledo, um dos grandes heróis da Independência e homem de grande prestígio, inimigo dos Andrada, quando aquele defendia do crime de responsabilidade seu Ministro da Guerra, General Oliveira Álvares:

— Forte tratante! É a terceira vez que o compro e em todas me tem servido bem.

Desde 1826 abdicara da Coroa portuguesa em nome da filha, Maria II. D. Miguel, seu irmão, dera um golpe de Estado e formara um regime absolutista. Depois de preparar, com parcos recursos, o resgate de Portugal para a filha e para o liberalismo, D. Pedro, usando o título de Duque de Bragança, finalmente desembarca perto do Porto, em julho de 1832. Um ano depois de tremendo esforço, em que fizera de tudo, até montar canhões, conquista Lisboa e Porto; em maio de 1834 assina a Paz. Mas, nas comemorações, leva o lenço à boca num acesso de tosse e o retira vermelho de sangue: está tuberculoso. Continua, com imensa dificuldade, trabalhando. Ocupa, no Palácio de Queluz, o Quarto dom Quixote — decorado com cenas do livro de Cervantes —, onde nascera. E ali morre, quatro meses depois, vitorioso contra os moinhos de vento da História.



segunda-feira, 21 de março de 2022

PONTO DE VISTA - UMA GRANDE OPORTUNIDADE- POR JOAQUIM HAICKEL

 


Por Joaquim Haickel

Já faz algum tempo comentei com alguns amigos, que a política do Maranhão tinha tudo para passar de um patamar conflagrado, cheio de disputas e intrigas, para um estágio de evolução, onde a união, a paz e a prosperidade, tomariam o lugar das acirradas divergências de outrora.

Disse a eles que isso aconteceria quando do natural declínio hegemônico do grupo liderado pelo ex-presidente José Sarney, mas não antes de haver um acirramento entre este grupo e um outro que quisesse se estabelecer em substituição a ele, mas que isso não perduraria, pois as mudanças geracionais, culturais e políticas não permitiriam que continuassem a existir hegemonias como aquela, e como tantas outras que existiram por nosso país.

Eu sempre disse que Flávio Dino seria governador do Maranhão, e que tentaria se firmar como liderança que se igualasse a Sarney, mas sempre soube que isso não aconteceria, não que Flávio não tivesse capacidade para isso, mas pelo fato de só ter sido possível existir uma liderança como a de Sarney, porque no tempo em que ela nasceu e se consolidou, era possível que isso acontecesse. Hoje em dia, lideranças como aquelas não são mais plausíveis nem possíveis de existir. Os tempos são outros.

Previ que se passaria por um breve interlúdio, gerado pelo declínio natural de quem permaneceu tanto tempo no poder, e o novo poder estabelecido. Que haveria uma fase de transição, que a princípio poderia parecer e até em alguns casos, ser, violenta, mas que com o arrefecimento dos ânimos, graças a sabedoria do antigo morubixaba, e pelo rápido amadurecimento do novo cacique, as coisas poderiam se consolidar de forma a fazer com que caminhássemos todos para um tempo em que o Maranhão marcharia junto, mesmo que não totalmente unificado, em busca de tempos melhores.

O que eu não previ é que isso seria feito pelas mãos de alguém que fosse desprovido de maiores ambições, que fosse alguém que não causasse medo nas pessoas, alguém que não usasse o poder para intimidar ou submeter, correligionários e adversários. Não imaginei que teria que ser manso, o artífice desta obra.

Eis que surge Carlos Brandão, homem simples, de temperamento afável, comedido, simpático, que pela sua forma de ser, pode conseguir, graças ao ambiente que temos hoje, graças às mudanças sociais, políticas e culturais que ocorreram nos últimos tempos, uma coisa que nem Sarney nem Dino conseguiram. Juntar todos os políticos do Maranhão… Se não todos, pelo menos os mais relevantes eleitoralmente, em torno de um projeto de ESTADO, onde mais importante que grupos e partidos, seja realmente o povo e a organização administrativa que o agrega.

Lembro que também previ, e parece que nisso eu errei feio, que haveria um grande acordo entre as duas bandas do grupo liderado por Flávio Dino. Brandão seria candidato a governador, Weverton indicaria o candidato a vice, e até ao senado, caso Dino fosse candidato a vice-presidente da república.

Sempre soube que o candidato sendo Brandão, pela boa relação que ele sempre teve com importantes figuras ligadas ao ex-presidente José Sarney, o grupo iria apoiá-lo, pois este seria um movimento natural, e seguir os movimentos naturais é uma das regras fundamentais e imutáveis da boa política.

Os movimentos refratários e persecutórios ao grupo Sarney, de forma indiscriminada, perpetrados por Flávio Dino, assim que assumiu o poder, se mostrou eficiente por um lado e inócuo por outro, pois se aquilo serviu para ele fazer uma limpeza no ambiente, acabou matando junto, a oportunidade de unir quase todos os políticos do Maranhão em torno de si. Essa oportunidade Brandão tem agora.

Mas para que isso aconteça, de maneira retumbante, precisaria que o senador Weverton Rocha entendesse que o momento não é de confronto, que apesar dele não perder nada, caso não vença a eleição ao governo, pelo fato de ter ainda quatro anos de mandato de senador, ele deveria pensar naquilo que poderia ser mais interessante para seus companheiros, que não são poucos nem fracos, que correm o risco de ter no mínimo contra si, a má vontade do próximo governador e da próxima administração estadual.

Por outro lado, infelizmente, ainda consigo identificar, principalmente no grupo ligado a Brandão, pessoas com um velho pensamento, algo mais antigo que o vitorinismo, do tempo em que Benedito Leite e Magalhães de Almeida mandavam em nosso Estado, gente que tem um lema, que em minha opinião sintetiza o que há de pior na política e na vida: “Quanto menos somos, melhor passamos”. Existem pessoas assim também do lado de Weverton, mas acredito que Brandão, nem as pessoas mais importantes, próximas a ele pensam desta forma, e acredito que Weverton também não.

Em minha modesta opinião, o melhor que poderia acontecer para o nosso ESTADO, para a nossa GENTE, seria que os grupos políticos majoritários de nossa terra entrassem em um grande acordo, e que não houvesse disputa, entre eles, quanto aos cargos majoritários no Maranhão, em 2022. Penso que assim todos sairiam ganhando.

Isso não é coisa fácil de acontecer, mas nada impede que seja tentado! Digo isso como livre pensador que sou. Livre e pensador o suficiente para saber que muitas vezes, existem coisas que estão à nossa frente, coisas obvias, e não as enxergamos nem ouvimos, até que uma criança ou alguém a quem não damos importância, nos mostre.

PS: Lembro a você que me lê agora, que em uma contenda, existem aqueles que ganham mais com ela que os próprios contendores. São os apostadores, que muitas vezes não arriscam nada na disputa, mas ganham muito com ela.