quinta-feira, 16 de outubro de 2025

POESIA - DESALEGRIA - POR ZÉ LOPES

 


DESALEGRIA


A velha orquestra embalava a multidão 

E eu cheirava o teu lança perfume

O pierrot chorava de ciúme

A colombina ria no salão. 


A máscara no rosto do fofão 

O medo no olhar do arlequim

O samba que morreu dentro de mim

Deixou todo um cordão na solidão. 


Batendo a lata da desalegria 

Bebendo em doses a desarmonia

Cantei a marcha- rancho do horror 


E vi meu carnaval perder a cor

Aquilo que eu pensava ser amor

Não passa de uma mera fantasia.


Zé Lopes 

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