O CORPO
Meu próprio corpo repousado
em mim
Ousava levitar na calmaria
No intervalo de cada oração
Na pouca luz da vela que
ardia.
Nos olhos que choravam sobre
a tela
Um lenço embevecido de
tristeza
As flores arrumadas na
bandeja
Celebrarão a hora da partida.
O cheiro mal que exala
empesta o ar
O corpo ali começa a putrefar
O inchaço deixa a pele em
rachadura.
As flores já trancadas irão
murchar
Ao pó o corpo então retornará
Na fria solidão da sepultura.
Do livro
"Céu de Estanho" de Zé Lopes
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