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Justiça Federal mandou soltar na noite de ontem, sexta feira, 20, o executivo João Procópio
Junqueira Almeida Prado, apontado como operador do doleiro Alberto Youssef,
personagem central da Operação Lava Jato. A decisão é do juiz Sérgio Moro, que
conduz todas as ações da Lava Jato. Moro estabeleceu condições para soltar
o executivo. João Procópio não poderá deixar o País e terá de comparecer a
todos os atos processuais da Lava Jato.O executivo é um dos réus da operação.
Segundo a Procuradoria da República ele mantém contas no exterior por onde
transitou valores de Youssef. O juiz também impôs a João Procópio que promova o
encerramento dessas contas. O juiz acolheu pedido dos advogados Ricardo
Berenguer e Eduardo Sanz, que defendem João Procópio. "A decisão é muito
justa", disse Ricardo Berenguer.Segundo a Força Tarefa da Lava Jato, João
Procópio seria "importante subordinado de Alberto Youssef, com ele
trabalhando no escritório de lavagem de dinheiro deste em São
Paulo". Os procuradores federais da Lava Jato sustentam que o executivo
está "envolvido diretamente em condutas de lavagem de dinheiro de recursos
desviados da Petrobrás."Ao mandar expedir alvará de soltura de João
Procópio, o juiz Moro destacou "compromissos assumidos recentemente pela
defesa e pelo acusado, não em colaboração premiada, mas apenas o compromisso de
encerrar as contas e auxiliar na disponibilização dos extratos e repatriação
dos ativos"."Entendo que é possível rever a prisão cautelar",
assinalou o magistrado. "Esclareço que tais compromissos não envolvem
qualquer confissão de João Procópio quanto a culpa dos crimes, mas são
importantes para esvaziar os riscos que motivaram a prisão cautelar. Não
implicam ainda em qualquer renúncia de direito pelo acusado João Procópio, uma
vez que a própria defesa já admitiu, o que também é a tese da acusação, que as
contas no exterior pertenciam e eram controladas, de fato, por Alberto Youssef,
embora indicado nominalmente João Procópio como beneficiário."Sérgio Moro
considerou, ainda, "cumulativamente a elevada idade do acusado, 68 anos, e
especialmente que, tendo ele atuado de maneira subordinada, os riscos em sua
colocação em liberdade são bem menores do que os que envolvem os principais
personagens do suposto esquema criminoso, como o próprio Alberto Youssef, os
dirigentes das empreiteiras e beneficiários dos desvios de dinheiro".Além
de entregar o passaporte à Justiça, o suposto operador de Alberto Youssef está
proibido de mudar de endereço sem prévia autorização judicial e de manter
contato com o doleiro. Também não pode celebrar contratos de qualquer natureza,
direta ou indiretamente (através de empresa), com a administração pública ou
com fornecedores de mercadorias ou serviços da Petrobrás.
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