Direta
ou indiretamente, o governo Flávio Dino apresenta alguns ‘fichas sujas’ na sua
administração conforme denúncia da deputada Andrea Murad (PMDB). De posse dos
processos na tribuna, a parlamentar citou alguns envolvendo José Augusto
Telles, Luiz Júnior, Aderson Lago Filho e Aderson Lago Neto, indiciados por
desvios de recursos públicos, formação de quadrilha, entre outras infrações
cometidas frente à administração pública. Estes mesmos nomes estão presentes,
de alguma forma, no governo de Flávio Dino.
Entre
os casos mais graves, a deputada expôs o de Luiz Marques Barbosa Júnior que
hoje é chefe da rede estadual de saúde do Maranhão. Luiz Júnior foi secretário
municipal de saúde em Coroatá e durante a sua gestão, teve suas contas
rejeitadas pelo Tribunal de Contas do Estado. No PL-TCE nº 874/2013 consta que
Luiz Júnior foi condenado a devolver mais de R$ 7 milhões e ainda a pagar multa
de R$ 700 mil por causa das irregularidades constatadas em sua gestão na saúde
municipal de Coroatá. Sem estar nomeado, a deputada Andrea Murad cobrou
informações sobre a atividade que Luiz Júnior já vinha desempenhando na
Secretaria de Estado de Saúde. O requerimento foi protocolado diretamente no
órgão dia 10 de março.
Para
a deputada, além de Flávio Dino nomear um condenado do TCE, o governador
assumiu em sua publicação no D.O. que Luiz Júnior já vinha atuando como gestor
na rede estadual sem estar nomeado no governo para tal função. A publicação
demonstra a nomeação do aliado ocorrida em 16 de março, mas retroativa ao dia
1º de janeiro. Uma denúncia gravíssima do ponto de vista da administração
pública. Na tribuna, a parlamentar ainda denunciou outros casos de corrupção
envolvendo o secretariado de Flávio Dino.
“É
esse o governo de Flávio Dino? É muito contraditório tudo isso. Vai contra tudo
aquilo que eles pregam. Tudo aquilo que o governador pregou durante sua
campanha e seus discursos. Criou uma Secretaria de Transparência e estou aqui
com um processo do Rodrigo Lago, secretário de Transparência, onde o pai dele é
acusado de desviar o dinheiro de um convênio em Caxias e, inacreditavelmente, uma
parte desse dinheiro foi cair na conta da pessoa física do próprio secretário
que Flávio Dino colocou na transparência. Eu não acredito que as pessoas não
achem que isso é sério, eu não acredito”, denunciou Andrea Murad.
Na
própria CAEMA, onde o atual presidente, Davi Telles, anunciou que abriria uma
auditoria, a parlamentar apresentou o processo contra José Augusto Telles
ex-presidente da CAEMA e pai do atual presidente. A parlamentar considerou uma
afronta ao povo e disse que a auditoria deveria iniciar com a gestão do pai de
Davi Telles.
“É
incoerente, o governo é completamente incoerente, e aí nós precisamos avaliar e
perceber que a prática está muito diferente do discurso e acho que em todas as
áreas do governo. O pai de Davi Telles, conforme processo, teria desviado
dinheiro da CAEMA e o governador coloca justamente o filho do mesmo para
presidir a companhia. Com qual intuito? Seria para encobrir o crime do pai? A
auditoria devia começar dentro de casa, pelo pai dele. ”
Andrea
Murad também criticou a postura do Secretário da Transparência, Rodrigo Lago,
ao declarar ter o dever de fiscalizar todos os atos de gestão da administração.
A parlamentar questionou que o secretário deveria começar pelos atos dos seus
nomeados e começar pelo Luiz Júnior, condenado pelo TCE.
“Me
chocam porque eu não acredito que nesse Estado o governador não tenha ninguém
mais capacitado para colocar do que um cidadão que precisa devolver aos cofres
públicos mais de R$ 7 milhões. É esse o governo da mudança de vocês? É esse que
é o governo que vai mudar o Maranhão? É esse que é o governo que vai
transformar realmente a vida das pessoas? Vai mudar mesmo. Mudar para pior”,
disse a deputada.
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