terça-feira, 28 de abril de 2015

DILMA NÃO FARÁ DISCURSO EM REDE NACIONAL NO DIA DO TRABALHO, DIZ MINISTRO

Presidente Dilma Rousseff durante cerimônia no Palácio do Planalto



Pela primeira vez desde que assumiu o comando do país, a presidente Dilma Rousseff não discursará em rede nacional de rádio e televisão no 1º de Maio, quando se comemora o Dia do Trabalho, disse nesta segunda-feira o ministro da Comunicação Social, Edinho Silva.

O ministro afirmou que o objetivo é usar outros "modais de comunicação" e que no 1º de Maio Dilma dialogará com a sociedade pelas redes sociais.

"Pela primeira vez ela vai utilizar as redes sociais para fazer a sua manifestação em relação ao Dia do Trabalhador", disse o ministro a jornalistas, após uma reunião de coordenação política.

"A presidenta não precisa se manifestar apenas pela cadeia de televisão", afirmou ele, acrescentando que Dilma utilizará transmissões de pronunciamentos em cadeia nacional "quando for necessário". 

O ministro negou que a decisão, tomada por unanimidade na reunião realizada nesta segunda-feira, em Brasília, tenha sido resultado do panelaço promovido em várias cidades do país contra a presidente durante a transmissão do seu pronunciamento no Dia Internacional da Mulher, em março.

"A presidenta não teme nenhuma forma de manifestação oriunda da democracia", disse Edinho. 

O ministro aproveitou para reafirmar que o governo tem "toda a preocupação" em manter os direitos e benefícios trabalhistas e que as áreas sociais não serão atingidas por cortes, mesmo diante do esforço fiscal que o Executivo vem empreendendo.

INVESTIMENTOS

A reunião de coordenação desta segunda-feira serviu ainda para que os participantes fizessem um balanço de outro encontro com a presidente, no sábado, em que ficou definido que cada pasta iria detalhar projetos de infraestrutura prioritários para o lançamento de um plano de investimentos.

"Nós começamos a definição dos projetos área por área, o que criou uma agenda de trabalho para cada ministério para que num curto prazo possam apresentar de forma detalhada os projetos e para que a presidenta Dilma possa anunciar um plano de investimentos do nosso país já num período, aí, talvez, de semanas", afirmou.

Segundo o ministro, os modelos de investimento serão definidos de acordo com a particularidade de cada área e projeto. 

Para Edinho, é "prematuro" falar em valores para o programa de investimentos. Ele não confirmou a cifra que vem sendo declarada pelo líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), de 150 bilhões de reais.

"Eu não confirmo. Talvez o líder esteja trabalhando com alguma informação de algum estudo a que ele teve acesso, mas eu acompanhei por todo tempo a reunião de sábado, e a reunião teve por objetivo cada área apresentar as suas prioridades", disse Edinho.

O ministro afirmou que não foi possível tratar dos projetos de todas áreas na reunião de sábado. A expectativa é de que as demais áreas que não puderam se manifestar naquela ocasião sejam ouvidas nesta semana.

POLÍTICA

Ao ser questionado sobre as divergências que os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), têm demonstrado, Edinho afirmou que não há necessidade de encarar a situação como "um problema". 

"É natural que haja diálogo entre as duas Casas, é natural que muitas vezes haja posicionamentos diferentes entre os dois presidentes", disse.
Os dois presidentes vêm apresentando posições diferentes em declarações públicas. A mais recente diz respeito a um projeto que regulamenta a terceirização de trabalhadores.

Cunha deu impulso à proposta que tramitava há 11 anos na Câmara e conseguiu concluir a votação em plenário, enquanto Renan se posicionou contra uma regulamentação "ampla, geral e irrestrita" e já comentou com interlocutores que não concorda com a "pressa" conferida à proposta.

Sobre a posição do líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), que na última semana anunciou que apresentaria um pedido de impeachment contra Dilma, apesar de posições contrárias de lideranças tucanas, o ministro afirmou que se trata de uma questão "político-partidária" e que não há elementos jurídicos que sustentem o pedido.

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