“A gente
pega o coco, pega o coco babaçu, quebra o coco com machado, deixa o coco todo
nu” . Ele é
o cantor das palmeiras, das caeiras e quebrou o coco babaçu da vida e
transformou-o em canção e no pilão das horas, socou suas amêndoas, e dali
retirou o tão badalado “leite de coco”, que usa como tempero complementar
para dar mais sabor as suas composições.
Bacabalense
da gema, ele foi um dos primeiros artistas locais a entrar em estúdio e a
gravar, na época, um compacto simples, onde teve como carro chefe o até hoje
sucesso, “Caeiras”. Esse artista é Chico Lacerda.
Carismático, de voz encorpada e grave, sempre com seu violão, ele é um poeta
que marcou gerações e seu estilo inconfundível de falar das coisas de sua
terra, lhe capacita a ser um orgulho que Bacabal tem a reverenciar.
Iluminado
pela luz de suas próprias canções, Chico Lacerda é um pouco sertanejo, é um
pouco caboclo, é um pouco matuto, é um pouco malandro, é um pouco boêmio, é um
todo canção. Compositor que não se atém a um gênero especifico, ele vai longe
demais e num simples samba, onde ele poderia usar toda sua malandragem, ele usa
sua saudade e solidão ao dizer quem vem das baixadas onde canta a juriti.
Musical,
literalmente musical, esse poeta do dia a dia, tem uma grande facilidade para
escrever o amor pela sua filha, pela sua esposa, pela sua cidade, pelos seus
amigos, pelas coisas do cotidiano e até pelo tradicionalmente moderno e atual.
Ele foi tema de samba de enredo da Escola Unidos do Bairro d’Areia, numa
composição de Abel Carvalho, Paulo Campos e Zé Lopes.
Chico tem
um trabalho autoral lindíssimo, já participou de muitos festivais, já compôs
para gente famosa e entre tantos sucessos, “Serra Pelada”, gravada pelo
extinto grupo “Os Canários do Norte”. Famoso na região, ele voou para Goiás
onde canta, encanta e é cantado e há alguns meses atrás, ele foi figura
marcante no programa “Caldeirão do Rulck”, onde levou seus filhos ao estrelato.
Chico, além do compacto simples, tem gravado o LP
em vinil “O Preço da Paz” , canção da dupla “R. Cavalcante e Perboire
Ribeiro”, que voltou à tona, agora, em duas versões no novo CD de Chico
Lacerda, que adotou o cognome de “O Robim Hood do Serrado”, nosso herói
bacabalense que atira flechas musicais e acerta o alvo do sucesso
Na casa
de Chico Lacerda, todo mundo é bamba, todo mundo toca, todo mundo canta, xote,
sertanejo, forró, balada e até samba. A música de Chico tem a beleza dos
olhos azuis de “Patricia”, a amabilidade de Cida, sua esposa, a riqueza que existiu em “Serra Pelada”
e o calor de todas as “Caeiras”, que um dia fizeram de “Bacabal”,
uma cidade tocada nas rádios.
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