Por José
Sarney
No meu
último artigo sobre o meu governo do Maranhão, 1966-1970, terminei contando
como constituímos um grupo de trabalho para planejar o que íamos fazer. Era o
GTAP.
Faltava
água, as ruas estavam destruídas e a energia eram quatro geradores a lenha da
Ullen. Atacamos essas emergências. Asfaltei todas as ruas de São Luís,
criei a Caema e fiz um novo sistema de abastecimento de água. Construímos
a barragem do Batatã; no Sacavem, a adutora e a ampliação da Estação de
Tratamento de Água; reformamos todos os sistema de distribuição d’água,
construindo quatro caixas-d’água — Calhau, Oiteiro da Cruz, Tirirical e Galpão
(atual início da Kennedy, onde existia um galpão com mercado de legumes e
frutas) —; substituímos o encanamento da cidade. Trouxemos dois containers com
geradores novos, evitando a continuidade do racionamento que existia até a
chegada da energia da hidroelétrica que estávamos construindo no Rio Parnaíba —
Boa Esperança.
Comecei a
construção de grandes conjuntos de casas populares, criando a COHAB. Para
estabelecer comunicação com o interior e melhorar a da capital, criamos a
Telemar, cujo presidente era o General Alexandre Colares Moreira, e
iniciamos o primeiro plano de Comunicação do Brasil, preparado pelo Coronel
Goes, o mesmo que fez o Plano Nacional, grande autoridade na matéria.
Abrimos e
construímos a Avenida Kennedy, transferimos a a população da grande palafita
que ocupava a área que hoje é a região da Areinha para o outro lado do Bacanga
— onde estávamos construindo a Barragem —, e fundamos o Anjo da Guarda. A
cidade mudava de aspecto, e os problemas urgentes estavam resolvidos com as
novas vias. Para elaborar e implantar um plano de engenharia de tráfego,
trouxemos o Major Fontenelle, que fazia o mesmo plano no Rio no governo Carlos
Lacerda. Assim, buscávamos, com grande antevisão, enfrentar os problemas que
viriam no futuro.
Com a
Barragem do Bacanga e a Ponte José Sarney, a cidade era outra, se expandia,
abria as asas. Roseana completaria essa obra trabalhando por São Luís,
construindo viadutos, abrindo novas avenidas, criando os Vivas, promovendo a
Cultura com o renascimento das tradições culturais. Desse modo o nosso
objetivo de tornar a cabeça do Estado a sua capital, renovando-a, estava
atingido. Tudo que temos hoje vem do passo inicial e, como dizem os chineses,
toda corrida começa no primeiro passo.
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